Por Valter Pomar (*)
Milei venceu o segundo turno das eleições presidenciais argentinas.
E ganhou por uma diferença politicamente e numericamente muito expressiva, numa eleição de que participaram mais eleitores do que o normal.
As próximas horas, dias, semanas e meses serão de muito debate acerca das causas deste resultado.
E os próximos anos serão muito difíceis para o povo argentino, inclusive para parte dos que votaram em Milei.
A nós, da esquerda brasileira, cabe antes de mais nada sermos solidários.
Mas cabe, também, aprender com os acontecimentos argentinos.
Em particular, cabe identificar quais foram as opções, as escolhas, as atitudes do, digamos, nosso lado, que contribuíram para a vitória de um cavernícola que, pelo menos até agora, parece ser pior do que o cavernícola que governou o Brasil entre 2019 e 2022.
Cada um fará sua lista de erros.
A minha inclui, com destaque, certas escolhas estratégicas feitas pelo peronismo e pelo governo Alberto Fernández, especialmente na política econômica.
Espero que nosso Partido, nosso governo e nosso presidente reflitam a respeito.
E reflitam já, não ano que vem.
Pois o tempo corre contra nós.
(*) Valter Pomar é professor e membro do diretório nacional do PT