Antirracismo, a esperança é vermelha

Por Fausto Antonio (*)

Epigrafia  das  disputas concomitantes do PT  e  do projeto socialista  para  o  Brasil.

A  Chapa, encabeçada pelo companheiro  Valter  Pomar, atuará  e facilitará  o  posicionamento do  campo antirracismo, que  se  apresenta, não  há  outra  possibilidade para superação  das desigualdades raciais, em oposição ao  capitalismo brasileiro, que é  racializado, e igualmente em frontal oposição  ao  imperialismo-sionismo, que  sintetiza o  estágio  atual  do  capitalismo e notadamente  privilégios  de  classe e raça no  contexto mundial.

A  disputa propugnada  pela  Chapa “ A Esperança é  Vermelha” visa à hegemonia, como parte, voz  e  corpo dos  trabalhadores (as), no  que  concerne à  disputa  do  Partido  dos Trabalhadores(as) e do  Brasil.

A  chapa  se  enuncia , como defensora estratégica do  comunismo,  na  defesa do PT histórico, do  socialismo e da confrontação organizada contra a burguesia branca brasileira e o imperialismo -sionismo. A  Chapa  está  estribada por  uma  orientação , sem  rodeios, revolucionária. Não é apenas a  tarja  revolucionária, mas   sim a  sua orientação e/ou  enunciação   metodológica  como princípio de classe.  Trata-se, portanto, da retomada do PT  de  luta e de mobilização , a  partir das prioridades da  classe operária e  campo  negro-popular , para  enfrentar e  derrotar as  políticas neoliberais, racistas, imperialistas   e  contrárias à  soberania  popular e nacional.  A  Chapa, encabeçada pelo companheiro  Valter  Pomar, atuará  e facilitará  o  posicionamento do  campo antirracismo, que  se  apresenta, não  há  outra  possibilidade para superação  das desigualdades raciais, em oposição ao  capitalismo brasileiro, que é  racializado, e igualmente em frontal oposição  ao  imperialismo-sionismo, que  sintetiza privilégios  de  classe e raça no  contexto mundial. A  propósito, são  exemplares as  intervenções da  parelha  imperialismo-sionismo no  projeto de  limpeza étnica no Oeste da Ásia; Faixa  de Gaza, e  igualmente, desde os primórdios  coloniais,  do  imperialismo  no continente africano. As ações do  imperialismo contra a Federação  Russa, a  China  e  a Coreia Popular são notadamente racistas.   No contexto  nacional, por  sua  vez, a  derrocada  do capitalismo é  ponto  nuclear para a  superação do  racismo que, no  Brasil, é um conjunto contraditório e  inseparável de classe, raça, gênero e território usado.

A  chave dada pela  luta contra  o racismo, na  organização e intervenção  interna  e externa dos  coletivos  de  negros(as) e do campo  antirracismo do PT, será certamente  poteencializada  com a  vitória da Chapa  “A  Esperança  é  Vermelha”. O  salto  de organização, é  o  que  defendemos, poderá ser alcançado pelo acúmulo de força organizativa  resultante  da  própria disputa em curso.  Cabe, por  equivalência  política e  metodológica, a organização  dos  coletivos  antirracismo para o  trabalho de  base, de mobilização , de organização de congressos, campanhas  e  outros meios para assegurar, além do  PED e  dos  processos  eleitorais mais  amplos nas  instâncias  municipais, estaduais e nacional , a organicidade e  capilaridade  no  interior e  chão do PT e  do  país e, fundamentalmente, nos  processos políticos nacionais e  internacionais de curta, média e  longa  duração. Dentro desses  limites, é  fundamental combinar  a  luta  contra  a  violência  policial e  contra  o  racismo no  contexto nacional  com as mobilizações de  rua em defesa dos  governos  soberanos e nacionalistas de Burkina  Faso, Mali, Niger  nos  atos de rua convocados contra o  genocídio sionista  na  Faixa de Gaza e na  defesa da   soberania iraniana.

O  salto,  além do  eleitoral, advém do devir   acordado e  ativado  pela  disputa do  PT como meio indispensável  para a  disputa do Brasil. Numa via  de  mão dupla, “ a esperança  vermelha”  deve validar as  sistematizações e  intervenções  internas e  externas do  coletivo de negros(as  e do  antirracismo revolucionário.  A  posição anti-sistema, sem menosprezar  o papel tático que  combina governos, governabilidade e avanços institucionais relativos,táticos, tem de orientar o  campo  antirracismo.  O  que significa  colocá-lo na  vanguarda    das mudanças estruturais, contudo,  sem abrir  mão da  centralidade  da  luta  contra  o  racismo, que  é  chamado para  o  centro do  debate e das políticas revolucionárias  quando compreendemos como se define  e  funciona  o  capitalismo no Brasil.

Desse modo, os  quadros antirracismo não  serão reféns da participação paralisante nas esferas de governos e, por  outro lado, deverão abrir. liderar e  dirigir  posição  crítica contra a  ONGnização  dos  movimentos  sociais  negros. Além dessa deliberação para propiciar indispensáveis  ajustes  organizacionais  internos  e  externos, o  antirracismo  revolucionário precisa, com urgência, liderar a  convocação de  congressos de  negros(as) ,  do  antirracismo   e  outros meios para ampliar  o  alcance do  campo  no  contexto da esquerda ,dos movimentos sindicais, da  CUT, do  MST, dos  movimentos sociais  negros  e de  outros   movimentos  aparentados.

Por  fim, desde  Palmares,  antirracismo, a  esperança  é  vermelha. Vale muito, então, repetir ,  bradar e  organizar  a  nossa  intervenção  para disputar e  dirigir o PT e, na  mesma escala hegemônica, o Brasil.

(*) Fausto  Antonio é  professor  Associado  da  Unilab – Bahia, escritor, poeta e  dramaturgo.

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