Por Juventude da Articulação de Esquerda do RS

Texto integrante da edição especial do jornal Página 13 – Rio Grande do Sul
A juventude gaúcha vive na linha de frente das contradições sociais: precarização do trabalho, genocídio da juventude negra e periférica, expulsão da juventude rural pelo agronegócio, crise climática e criminalização das suas manifestações. No Brasil, a financeirização do capitalismo e o avanço neoliberal aprofundam desigualdades, fragilizam serviços públicos e ameaçam direitos, impondo à juventude o desafio de resistir e organizar-se.
No Rio Grande do Sul, estiagens, enchentes e concentração fundiária expulsam jovens do campo, enquanto nas cidades a violência policial e a ausência de oportunidades marcam trajetórias. A juventude indígena, quilombola, negra, estudantil, periférica e cultural segue resistindo, transformando suas expressões em mobilização social.
A JPT-RS deve ser radical, popular e interiorizada: radical, afirmando o socialismo como horizonte. Popular: articulando a diversidade das juventudes trabalhadoras. Interiorizada: atuando da capital ao interior, em assentamentos, universidades, quilombos e periferias. Sua tarefa é organizar a juventude como sujeito coletivo, fortalecendo o PT no estado e no país.
Em 2026, será decisiva a participação da juventude para reeleger Lula, ampliar bancadas populares e derrotar o projeto neoliberal no RS. Mas o protagonismo juvenil vai além do voto: está em organizar periferias, defender territórios, lutar contra o agronegócio predatório, enfrentar a crise climática e a violência policial. Defendemos políticas de educação pública e de permanência, saúde com atenção à saúde mental, combate à violência de Estado, políticas afirmativas raciais, de gênero e para a juventude com deficiência, além da criação de empregos dignos, incentivo à agroecologia e cooperativas juvenis.
Apesar de todas as contradições e dificuldades que atravessam o Brasil e o Rio Grande do Sul, nossa geração tem mostrado que a esperança é sempre mais forte que o medo. Fomos capazes de derrotar o bolsonarismo nas urnas, mesmo diante da máquina de fake news, da repressão e da fome. Seguimos construindo resistência em cada escola ocupada, em cada ato cultural periférico, em cada comunidade indígena e quilombola que não se dobra ao racismo institucional, em cada jovem trabalhador que se organiza contra a exploração.
A juventude gaúcha tem no seu DNA a coragem das greves estudantis, a firmeza das juventudes camponesas e a irreverência das culturas populares. Somos fruto de gerações que lutaram contra a ditadura, que enfrentaram a repressão nas ruas e que mantiveram viva a chama do socialismo. Hoje, cabe a nós não apenas preservar essa chama, mas transformá-la em fogo capaz de iluminar o futuro.
Por fim, nossa luta é pela construção de uma JPT-RS que seja escola política da juventude trabalhadora gaúcha, que forme novas lideranças e que prepare a próxima geração para continuar a luta por justiça social. O socialismo é nosso horizonte, e cabe a nós afirmar que só através da juventude organizada, consciente e mobilizada conseguiremos superar a extrema-direita e construir um futuro digno no Rio Grande do Sul.
Nosso horizonte é claro: queremos um Rio Grande do Sul onde a juventude não precise migrar forçadamente por falta de oportunidades; onde jovens negros não sejam mortos pela polícia; onde jovens mulheres e LGBTs possam viver sem medo; onde a juventude rural tenha terra, trabalho e dignidade; onde a cultura seja reconhecida como direito e não criminalizada. Queremos um Brasil socialista, democrático e justo, construído com protagonismo da juventude.
A história nos chama mais uma vez. Cabe a nós erguer uma JPT do tamanho dos nossos sonhos e das nossas lutas, capaz de transformar indignação em organização, e esperança em vitória.
Até a vitória, venceremos!
