Ataque sionista-imperialista ao Irã

Por  Fausto Antonio (*)

Epigrafia da  dialética intervenção da Rússia  e  da  China.

China  e  Rússia  não podem e não deixarão o  Irã isolado ou sozinho na guerra. Por  medida de  segurança e de olho  na própria  soberania, a Federação  Russa  e a China atuam e atuarão nos  bastidores como forças  auxiliares e, notadamente, impeditivas  do  ingresso direto dos EUA.  A estratégia  terá eficácia?  A história, no tabuleiro  geopolítico do  oeste da Ásia,  dirá .

 O plano inicial do ataque ao Irã tinha  por  objetivo espalhar pânico no país, fraturar a sociedade iraniana, as forças armadas e, ao mesmo tempo,  visava , além de  destruir as  bases militares de defesa e de  enriquecimento  de  urânio, forçar e  impor, via  golpe insurrecional,  a mudança de  regime.

Sabendo de  onde  vem os  ataques ao Irã, dos EUA, Israel e Inglaterra,  é relativamente fácil perceber que o foco, na  mudança do regime, negrita que o Irã é um empecilho ao projeto sionista e fundamentalmente  ao imperialismo.   O  ataque  deixou, no território iraniano, a  assinatura do imperialismo-sionismo com a morte;  decapitação  de  lideranças militares e cientistas, modo  atuante recorrente da  parelha anglo-sionista.

O  ponto nuclear para  a  orientação da  esquerda  brasileira  e  mundial  é  a  defesa da soberania  iraniana, que é o principal obstáculo aos interesses  do imperialismo no oeste da Ásia. Não  é o momento  de  vacilo a  respeito da defesa da  soberania do Irã, que se  contrapõe à  hegemonia  do  imperialismo-sionismo. Eis aí, sem  dúvida, a razão fundamental dos  ataques do imperialismo-sionismo ao Irã. Até  o  momento, 21/06/2025, os  objetivos do sionismo não obtiveram sucesso. Não  houve  abalo no  regime e o  programa nuclear iraniano, exceto  as  bases externas de  superfície,  não  foi estruturalmente atingido pelos ataques.

Guerras de narrativas à  parte, no que  toca ao  programa  nuclear e  à bomba  atômica, o  imperialismo sabe, há  muito, que o Irã é  a  principal força de  oposição  ao  projeto sionista e imperialista na  região.  O país  persa   é um corredor fundamental, através do território e de  rede  de  ferrovias e  estradas,  para a  circulação de pessoas, mercadorias, recursos minerais e  energéticos oriundos do centro e leste da Ásia.  Há, igualmente na  via  dupla, idêntica e recíproca  comunicação e  trânsito para a Federação Russa na porção europeia  e/ou  no  território euro-asiático. A  guerra, movida na  linha direta  por Israel e  na  estrutura profunda pelos EUA-Imperialismo, pretende, concomitante ao projeto de  mudança de  regime favorável ao império, obliterar o projeto geoestratégico e existencial  da aliança Irã, Rússia e China, de um lado, e, de  outro, neutralizar  o papel iraniano no Eixo de Resistência.

Para atingir os  objetivos  postos acima, a  ação realizada  no interior do  Irã, em 13/06/2025, contou com células mercenárias introduzidas, orientadas, compradas, treinadas e manipuladas pela  OTAN, conforme os  serviços de  inteligência dos  países imperialistas envolvidos.  Não  foi  ação bélica e terrorista promovida isoladamente ou  exclusivamente  pelo  Estado  sionista. A propósito, nunca  houve, o  Estado sionista atua, desde o seu advento, de  modo  inseparável  do  imperialismo.

Por  igual equivalência, a  OTAN, sob a  égide perversa do  imperialismo, atua historicamente , como bloco de poder, com os  braços  bélicos  anglo-yanque-sionista, dentre outros,  e células terroristas aliciadas , compradas ou cooptadas por adesão ideológica ao imperialismo.

O  ataque  ao  Irã contou com as forças de  opressão constituídas  pelas agências de  inteligência  dos EUA, Inglaterra e Estado sionista, no mínimo.     Estamos  nos  referindo aos conluios Anglo-yanque-sionista.  No  entanto, pela  relevância  do  Irã no contexto geopolítico  do  oeste da Ásia e na relação  geopolítica  com a Federação  Russa, a  China, Palestina, Iêmen, Eixo da Resistência, BRICS e novas  rotas da seda, o país persa, soberano, milenar,   de portentosa herança civilizatória, estratégica e  de  oposição ao genocídio de  palestinos,   é alvo cerrado do imperialismo de  conjunto.

China e Rússia  não podem e não deixarão o  Irã isolado ou sozinho na guerra. Por  medida de  segurança e de olho  na própria  soberania, a Federação  Russa  e a China   atuam e atuarão nos  bastidores como forças  auxiliares e, notadamente, impeditivas  do  ingresso direto dos EUA.  A  estratégia  terá eficácia?  A história, no  tabuleiro geopolítico do  oeste da Ásia, dirá. O  ataque  ao  Irã tem, no seu  núcleo, o  objetivo de  regionalizar  o  conflito e escancarar  e deixar à  mostra , além  de  Gaza, a política  expansionista do  propalado projeto sionista do “Grande  Israel”.

(*) Fausto Antonio  é professor Associado  da  Unilab, escritor, poeta, dramaturgo e autor, entre outras obras, do romance Diário di Polon, US-Edições, Cabo Verde.

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