Página 13 divulga comunicado pela autoderminação e independência do Saara Ocidental, que pode ser lido em português logo abaixo. Todas as pessoas que tenham algum tipo de mandato (sindical, estudantil, partidário, legislativo etc.) estão convidadas a assinarem e é de grande importância para a luta pela descolonização. O abaixo-assinado pode ser acessado aqui.
Comunicado Internacional por la autodeterminación e independencia del Sáhara Occidental
Com grande surpresa, tomamos conhecimento de um comunicado conjunto subscrito pelas chancelarias do Brasil e do Marrocos por ocasião da visita do ministro Mauro Vieira a Rabat em 7 de junho de 2024.
No comunicado, o chefe da diplomacia brasileira anuncia, de maneira surpreendente, um grave alinhamento sobre a posição do Marrocos no conflito de descolonização pendente do Saara Ocidental.
A posição anunciada pelo ministro Mauro Vieira, tal como figura nesse documento, é, na nossa opinião, injusta e insustentável tanto juridicamente e politicamente como moralmente.
1 – Partindo do Direito Internacional
A – A Comunidade Internacional (a ONU, a União Africana, o Movimento dos Não Alinhados – MNOAL, a Corte Internacional de Justiça, a Corte Africana de Direitos Humanos e dos povos e muitas outras instituições) não reconhece ao Marrocos nenhuma soberania sobre o Saara Ocidental.
Em seu ditame de 1975, a Corte Internacional de Justiça confirmou que o Saara Ocidental nunca foi parte do Marrocos antes da colonização espanhola, em 1884, e não teve nenhum laço de soberania entre os dois.
Em seu ditame do ano de 2016, a Corte de Justiça da União Europeia reconhece que Marrocos e o Saara Ocidental são dos países distintos e separados. A Corte anulou os acordos firmados entre a União Europeia e o Marrocos que incluem recursos naturais do Saara Ocidental. A União Europeia não reconhece ao Marrocos nenhuma soberania sobre o Saara Ocidental.
B – Desde o ano de 1963, a questão do Saara Ocidental é qualificada como questão de descolonização, um território não autônomo, e seu povo é titular do direito à autodeterminação e à independência.
C – Marrocos bloqueou, desde 1991, a organização do Referendo de Autodeterminação previsto pelos Acordos firmados entre o Marrocos e a Frente Polisário, sob os auspícios da ONU e da Organização da União Africana, após 16 anos de guerra.
2 – Politicamente
A- Um apoio do Brasil ao Marrocos, um regime monárquico de corte feudal, opressor, corrupto, agressor e violador dos direitos humanos, é diametralmente oposto à legalidade internacional e à natureza política de um país democrático e com um governo progressista como o que tem e representa o Brasil.
B – O apoio do Brasil a somente uma opção (a opção do ocupante) em detrimento das opções que oferecem o direito à autodeterminação, e prevista pelo plano de paz firmado pela Frente Polisário e o Marrocos, obstrui os esforços da Comunidade Internacional que zela por assegurar a descolonização do Saara Ocidental e constitui um gesto totalmente contrário à orientação e linha política oficial conhecida do companheiro presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu partido, o Partido dos Trabalhadores.
3 – Desde o ponto vista moral
Todas as grandes organizações de defesa dos direitos humanos seguem exigindo do Marrocos, mas sem resultado, a que ponha fim à sua ocupação ilegal no Saara Ocidental e a sua grave sistemática política de repressão contra a população saaraui nos territórios sob ocupação que inclui crimes de guerra e de lesa humanidade.
Recordando tudo já exposto e o apoio tradicional e de princípio dos partidos democráticos, de esquerda e progressistas e forças sociais da América Latina e do Caribe às lutas de liberação contra o colonialismo e o neocolonialismo, contra o apartheid e a ocupação estrangeira, nós, os signatários:
1 – Dirigimo-nos com respeito ao companheiro presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao Partido dos Trabalhadores em coerência com sua própria história e com as resoluções do PT e das resoluções em solidariedade com a República Saaraui do XXVI Encontro do Foro de São Paulo, reunido em Brasília em 2023, e do XXVII Encontro do FSP, reunido em Tegucigalpa em junho de 2024, solicitando-lhe sua intervenção para retificar a posição subscrita pelo ministro Vieira com o ministro do ocupante marroquino.
2 – Solicitamos, fraternalmente, a intervenção do companheiro presidente Lula para que o Brasil estabeleça relações diplomáticas com a República Saaraui e que atue, como tem feito ao levantar sua voz em defesa do povo Palestino, por um positivo e ativo rol internacional em defesa do direito e da legalidade internacional em apoio ao direito à autodeterminação do povo saaraui e à sua causa justa.
3 – Consideramos que o Brasil pode e deve contribuir nos esforços que tendem a pressionar o Marrocos para colocar fim à sua ocupação colonial e ilegal de uma parte do território da República Saaraui e deve cessar sua repressão contra o povo saaraui e o espólio de seus recursos naturais e bens comuns.
A causa saaraui que encabeça a Frente Polisário e a República Árabe Saaraui Democrática – RASD, país fundador e integrante da União Africana, é uma causa de justiça e autodeterminação e de descolonização pendente.
Respostas de 11
Viva o povo saharui.
Viva o povo saharui.
Toda solidariedade ao povo saharui!
O Brasil não cumpre seu papel de país independente e aberto diante de questões da diplomacia ao retardar o reconhecimento da República Árabe Saaraui Democrática. Reconhecimento já!
Saara livre!
Pela autodeterminação dos povos
Por um Shaara livre e soberano
RECONHECIMENTO JÁ DA RASD PELO GOVERNO BRASILEIRO!
RECONHECIMENTO JÁ DA RASD PELO GOVERNO BRASILEIRO!
Pelo reconhecimento da República Árabe Saaraui Democrática pelo Brasil, já!!!
Reconhecimento já da RASD pelo Brasil.
SAARA OCIDENTAL LIVRE!
Posição do ministro Mauro Vieira é vergonhosa para o Brasil.