Por Valter Pomar (*)
Casa destruída por bombardeio de Israel em Gaza – Thomas Coex / AFP
Israel desrespeita as resoluções da ONU.
Israel ocupa a Palestina.
Israel massacra o povo palestino.
Algumas pessoas mantém silêncio de rádio.
Palestinos reagem.
As mesmas pessoas rompem o silêncio de rádio e divulgam notas condenando o terrorismo e se solidarizando com as vítimas.
Justo: ataques contra civis não combatentes devem ser condenados, sempre, venham de onde vier.
Mas as referidas pessoas podiam manter o equilíbrio e condenar todo e qualquer terrorismo, inclusive o terrorismo de Estado, cometido por uma nação que pratica uma ocupação colonial.
Mas isso conduziria, mais cedo ou mais tarde, à incômoda conclusão de que os palestinos são vítimas continuadas de crimes que lembram o nazismo.
Compreende-se a opção pelo vergonhoso silêncio de rádio, alternado com a indignação seletiva.
(*) Valter Pomar é professor e membro do diritório nacional do PT
Uma resposta
Palestinos são contra a resolução da partilha proposta pela ONU. Israel é atacado por diversas nações árabes financiadas pela então União Soviética. Entendendo que a causa palestina é usada como argumento para a manutenção das tensões locais, como uma espécie de continuidade da guerra fria, alianças se formam a favor e contra Israel.
Israel adota a posição de ampliar seu território para controlar o máximo que pode a situação. As nações árabes dão status de refugiados aos seus “irmãos palestinos”. Parte da esquerda não tem a honestidade intelectual suficiente para reconhecer que suas posições contrárias a Israel tem a ver com um sentimento anti americano, nada a ver com solidariedade entre povos. Tanto assim, que não há nota a favor dos Armênios, por exemplo. Quando nos unimos pela democracia contra o Bolsonaro, por exemplo, nos colocamos a favor do Estado Democrático de Direito, a favor dos direitos de minorias e pelas liberdades mínimas, porém, fecha-se os olhos ao fato de que o Hamas é um grupo fundamentalista, contrário aos valores democráticos. São dois pesos também.