Epigrafia pelo fim do Estado de Israel
Trata-se, por igual equivalência política, da negritada. Epigrafia da vitória política do povo palestino e, na mesma chave, de solidariedade e de princípio orientador da luta contra o racismo. De modo correlacional, o movimento negro antirracismo, anticapitalismo e anti-imperialismo é igualmente contrário à existência de uma Estado racista e simbiose do imperialismo e do sionismo.
Por Fausto Antonio (*)
A guerra movida por Israel contra os palestinos é comandada diretamente pelos EUA. A ação criminosa não teria êxito, no entanto, sem a chancela midiática das agências do imperialismo. Há, a rigor, uma ordem e força totalitária controlada pelas empresas, empresários e agências políticas financiadas pelo imperialismo e suas colônias. Ilustrativo dessa realidade, o sistema de comunicação hegemônico e/ou capitalista existente no Brasil é uma mera sucursal dessa política, que é formulada pelos EUA e repetida à exaustão pelas filiais ordinárias fixadas no território brasileiro.
Das políticas coloniais à opressão bélica e totalitária do imperialismo
Os crimes coloniais garantiram a supremacia comercial, financeira, racial e política da Europa. A lista de crimes é extensa e injustificável. No rosário de crimes é preciso destacar, entre tantos outros, o extermínio e saque das populações originárias, a escravização criminosa de negros africanos e o apoio e o financiamento de governos nacionais ditatoriais e sanguinários. A lista em tal quesito é quase interminável.
Na mesma linhagem opressora, as guerras para perpetrar a dominação racializada, salvo exceções, são produções europeias. Na atualidade e no desdobramento do projeto colonial ao imperial, os EUA são a expressão dessa orientação política no contexto interno, vide criminalização, prisão e execução criminosa dos Panteras Negras, e externamente com os crimes materializados pelos bombardeamentos atômicos das cidades de Hiroshima e Nagasaki, as guerras na Coréia (1950 – 1953), a Guerra no Vietnã (1959-1975) , na Palestina e tantos outros.
Na base e na execução das políticas de opressão no Oriente Médio, há uma “perfeita” simbiose do imperialismo e do sionismo. Em concordância enunciada por ações bélicas, segregação racial e violências contra a população desarmada, a simbiose é Israel. Por tal razão, no desenvolvimento da política racista e de limpeza étnica na Palestina, o Estado de Israel, como constructo do sionismo, advoga não tão-somente a existência de um Deus antropomórfico, mas sobretudo a existência de um Deus racializado. Não se trata, sendo assim, da proposta de um Estado nacional, mas sim de um Estado teocrático e racista, sobretudo. O Estado pirata, é o caso de Israel, funciona notadamente como base militar dos EUA e, de modo conjugado, atua como motor de um projeto racista, bélico, opressor e voltado prioritariamente para assegurar e sustentar a segregação racial, a limpeza étnica, o genocídio e a consequente expropriação dos palestinos do seu território usado historicamente. O fim do Estado de Israel é a única política viável para a paz no oriente médio e Palestina, especialmente.
(*) Fausto Antonio é escritor, poeta , dramaturgo e professor da Unilab – BA.