Por Valter Pomar (*)
Surgiu na imprensa e se espalhou pelas redes uma recomendação de Simone Tebet: “alguem tem que colocar juízo na campanha do Lula”.
Os detalhes estão aqui: “https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2022/10/alguem-tem-que-colocar-juizo-na-campanha-do-lula-diz-simone-tebet.shtml“.
A recomendação foi simultânea aos editoriais da grande mídia, cobrando do PT e de Lula que adotem o programa econômico da dupla Temer-Bolsonaro.
Segundo li, mas não sei se Tebet falou mesmo, uma das demonstrações de juízo seria musical, outra cromática: deixar de usar a cor vermelha.
A imprensa plantou e depois comemorou: segundo a Carta Capital, a campanha de Lula teria aderido à dica de Tebet e pedido que a “militância use branco nos atos”.
Junto veio a notícia, divulgada pelo G1, de que o “flyer do ato que acontece em Belford Roxo (RJ), na noite desta terça (10/10) pede para que a população vá de branco pelo amor e pela paz”.
Chega a ser engraçado.
Um dos graves problemas do primeiro turno foi o desequilíbrio de forças entre o visual do cavernícola e o visual da candidatura Lula.
Desequilíbrio causado, entre outros motivos, pela intimidação provocada pela violência política bolsonarista, que fez muita gente ter medo de usar adesivos, bandeiras etc.
Além, é claro, dos problemas de falta de coordenação e de material.
Outro dos graves problemas do primeiro turno foi a mobilização aquém do necessário.
Ainda que tardiamente, estamos superando estes problemas, como se viu nas grandes mobilizações dos últimos dias, com destaque até agora para Campinas e Belo Horizonte.
Aí surge de algum lugar a sugestão para vestir outra cor, para não cantar “vai dar PT” etc etc.
Na boa, fazer isso não seria colocar juízo na campanha.
Movimento de massas que não pode usar suas cores, suas bandeiras e suas canções é movimento derrotado.
Aceitar este tipo de conselho nos conduziria ao juízo final.
O mesmo tipo de juízo que liquidou a chamada terceira via de Tebet e outros.
Os cavernícolas agradecem a recomendação!
ps. diferente das manifestações da extrema-direita, as manifestações da esquerda exibem uma palheta diversificada. Ninguém policia a cor da roupa de ninguém!