Por Valter Pomar (*)
Scioli entrou no governo Milei!
Detalhes aqui:
https://www.pagina12.com.ar/708541-daniel-scioli-se-suma-al-gabinete-de-javier-milei-como-secre
Scioli foi vice-presidente de Nestor Kirchner, foi governador da província de Buenos Aires, foi candidato à presidente em 2015 e foi nomeado por Alberto Fernández como embaixador de los hermanos no Brasil.
Seguiu no posto depois da eleição de Milei e, agora, atravessou o alambrado para o pasto vizinho.
Dado seu currículo, mais do que uma traição, é uma aquisição muito útil para o governo de extrema-direita e ultra-liberal de Javier Milei.
Claro que o mundo dá muitas voltas, vide casos recentes no Brasil que aqui não vou recitar. Portanto, melhor não fazer prognósticos sobre o não muito longo prazo.
Mas, para além de seus efeitos políticos imediatos e mediatos, a traição de Scioli confirma algo que ocorreu também nas experiências clássicas do fascismo: sob os mais variados pretextos e, as vezes, por motivos totalmente vis e impublicáveis, o neofascismo tem poder de atração.
Por este e por outros motivos, só será derrotado se houver, na outra extremidade, forças poderosas dispostas também a polarizar. A classe trabalhadora argentina mostrou, na greve recente, esta disposição. Resta saber se terá fôlego e disposição à altura do desafio. A nós cabe ajudar no que estiver ao nosso alcance.
Isto posto, concluo com todos os palavrões possíveis e inimagináveis.
(*) Valter Pomar é professor e membro do diretório nacional do PT