Sobre a nova reestruturação anunciada pelo BB

Por Por Grupo 1CaiexPorPSO/PSV (*)

1) Mudanças que afetam diretamente os funcionários das Plataformas de Soluções e Negócios (PSO) e caixas em especial estão sendo apresentadas unilateralmente pelo Banco. Aguardamos desde janeiro uma audiência de conciliação no âmbito da ação judicial que mantém a gratificação dos caixas. Foram instaladas mesas de negociação entre BB e entidades em torno de pautas de reivindicações entregues ao Banco desde o ano anterior. Esperamos há meses por respostas às demandas apresentadas, que envolvem não apenas questões relativas à gratificação, mas às condições de trabalho, metas, carreira, etc. Seria justo que a criação de cargos priorizados para funcionários que exercem a função de caixa fosse discutida nas mesas de negociação – antes, não após a implementação;

2) Nos preocupa a redução de dotações na maior parte das PSOs, não apenas nos 14 municípios em que estão sendo criadas plataformas Cenop e CRBB. Por um lado, isso gera apreensão entre os funcionários dos prefixos, ainda que se considere positiva a afirmação do Banco de que não fará remoções forçadas. Por outro, põe em questão a capacidade dessas PSOs atenderem adequadamentea demanda por atendimento em guichês de caixa, que segue existindo apesar de todas as transformações sociais, econômicas e tecnológicas;

3) Embora positiva em alguns aspectos, a criação de algumas centenas de vagas de atendentes, assistentes e assessores está muito longe de contemplar a demanda do conjunto de milhares de funcionários das PSOs e de caixas em geral por encarreiramento.

4) Ao reservar num primeiro momento as vagas criadas de atendentes e assistentes plenos para os caixas efetivos (cobertos pela liminar), o Banco revela sobretudo a intenção de reduzir parte de seus custos e de seu passivo trabalhista decorrente da ação judicial em curso, pressionando funcionários a aderirem a cargos com redução salarial. Os caixas efetivos seguem cobertos por liminar obtida na ação judicial, almejam continuar atuando na função e esperam que Banco e entidades sindicais negociem um acordo que garanta a manutenção dela, abrindo a possibilidade de novas nomeações.

5) Não faz sentido a apresentação de “oportunidades” que não impliquem em uma progressãosalarial. As vagas de assessores III anunciadas são interessantes para os caixas efetivos, mas insuficientes pela quantidade e pela concentração em três capitais.

6) São os caixas substitutos e escriturários das PSOs que deveriam ser priorizados nas vagas de atendentes e assistentes criadas nas novas plataformas, já que executam diariamente tarefas de assistentes operacionais sem deter a função e estão impedidos de receber a gratificação de caixa pela contenção de acionamentos.

7) Essas vagas deveriam ser criadas em quantidade muito maior, abrangendo todos os municípios em que existam PSOs, não necessariamente através da criação de novas plataformas. Todos os funcionários de PSOs deveriam deter alguma função gratificada ou comissionada.

Por tudo isso, externamos as seguintes orientações/posicionamentos:

I) Os caixas efetivos não devem ceder ao medo e às pressões para aderirem a cargos que não impliquem em progressão salarial. Tal adesão só deve ser feita se realmente for do interesse deles. Temos uma ação judicial em curso que está sendo julgada favoravelmente a nós, mantém nossa gratificação por liminar e está levando o Banco a negociar. Devemos ser firmes na defesa da função;

II) Urgentemente, nos municípios em que foram criadas novas plataformas Cenop e CRBB, é preciso garantir oportunidades para os caixas substitutos e escriturários das PSOs. Seria temerário se o Banco preenchesse todas essas vagas com caixas efetivos, inclusive de outros municípios, bloqueando as oportunidades para funcionários que já executam tarefas de assistentes operacionais diariamente sem recebimento de gratificação. A garantia de oportunidades para estes colega poderia ser dada pela inclusão dos mesmos no processo de seleção em curso antes da abertura para concorrência externa;

III) Para além de informar sobre as medidas do Banco, as entidades sindiciais devem ser críticas em relação às mudanças em curso, começando pelo fato de não terem sido consultadas a respeito. Devem cobrar do Banco a imediata reabertura das mesas temáticas sobre caixas e PSOs, para que sedê andamento às negociações, pressionando por propostas que contemplem nossas reivindicações, inclusive em relação à ação judicial. Devem dedicar especial atenção à demanda urgente para que caixas substitutos e escriturários das PSOs sejam contemplados nas seleções dos novos cargos.

16 de agosto de 2023

Grupo 1CaiexPorPSO/PSV

#BBValorizeOsCaixas #CadêAPropostaBB


(*)  O grupo foi criado em resposta à uma reestruturação que teve em 2021, onde a função de caixa foi extinta. Os sindicatos entraram com liminar, e desde então a função ainda existe por conta disso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *