2025 promete

PorUbiratan Paula Santos

Será um ano onde acontecimentos globais e por aqui poderão ser decisivos. A aposta dos EUA e subalternos europeus na guerra, na desestabilização de nações, tem com Trump tudo para se confirmar em linha com a política externa de Biden e seu partido. Conflitos e guerras como na Ucrânia, Palestina, Líbano, Síria, provocações na Geórgia, Eslováquia, Romênia, Taiwan, além da permanente intervenção/provocação/asfixiamento financeiro contra Cuba, Venezuela e Irã, têm como objetivo central tentar impedir o avanço da China rumo a ser o país mais desenvolvido, com economia pujante, capacidade militar e influencia global, decorrente do vertiginoso progresso científico e tecnológico.

Querem impedir a consolidação dos BRICS+, o desenvolvimento da Rota da Seda, da Cooperação de Xangai, soluções pacíficas para o Oriente. Não é uma tarefa fácil, pelo que o ocorre nos EUA, com fratura social e redução da unidade política interna; avanço do conservadorismo político, cultural e científico (basta ver os secretários de Trump); infraestruturas em desalinho com as mais modernas tecnologias como podem ser vistas na China, Rússia e Índia, o avanço das desigualdades com a crescente apropriação da renda e patrimônio por um grupo de bilionários das finanças, das Big Techs. Os EUA há tempos vêm tendo perdas em sua hegemonia cultural e científica, que combinada com o Porrete, lhes garantiram exercer com pouca contestação o papel de donos do século 20.

O Brasil com evidentes progressos na economia, com crescimento do PIB acima da régua do mercado, geração de empregos, aumento da renda, ampliação de investimentos, programa desenhado para revitalização industrial pode jogar um importante papel na presidência dos BRICS e para isso é preciso ganhar músculos e cérebros. As dificuldades como a limitada força no congresso nacional, a brutal perda de governança na esfera municipal (onde fomos exemplos nos anos 1980-2010) mesmo em estados onde governamos por 3 a 5 mandatos seguidos, para não falar do ESP, onde tivemos êxito em quatro cidades: Mauá (425 mil hab), Matão (81 mil hab), Santa Lúcia (180 mil hab) e Lucianópolis (2,3 mil hab), que juntas somam menos de 1,5% da população do Estado, são os desafios a superar, para o PT e os partidos de esquerda e para o Governo.

Estamos entregando muito aquém do necessário e possível nas políticas sociais- saúde, programas voltados para assistência social-, na cultura, na recuperação das universidades federais, na baixa velocidade do atendimento do direito à moradia, na reforma agrária não feita, nas políticas centradas em regrinhas e normas que emanam do ministério de Gestão e Inovação que limitam o desempenho do aparato público, esvaziado desde o golpe de 2016, baixo volume de recursos para investimentos.

É preciso melhorar o governar, não perder mais tempo, melhorar o time no comando dos ministérios, conversar com o país quais as metas e propostas para 2025, explicar o porquê da escolha e porque não se faz mais, quais os entraves, as forças em contrário. É preciso que a Nação e o povo que vive e rala no trabalho diário sintam esperança, que tudo está sendo, com demonstração real, para melhorar a vida de todos. Explicar a política econômica, suas opções e porque não é diferente, como apresentado no programa da campanha de 2022. E que o governo e os Partidos precisam de apoio para vencer obstáculos, resistências.

Não creio que se reconstrua a esperança e o aguerrimento, num reavivar dos movimentos sociais e dos trabalhadores, sem confrontar com os que tentam impedir a realização de nossas políticas. As pessoas precisam ser informadas e ouvidas para entender o que se passa e sobre o que podem fazer. O processo do Congresso do PT, no 1º semestre de 2025, deveria aceitar esses desafios. E o governo.

Ubiratan Paula Santos
28 de dezembro de 2024

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