COMPANHEIRAS E COMPANHEIROS
José Genoíno, ex-presidente nacional do PT Rui Falcão, ex-presidente nacional do PT e deputado federal (SP)
Este é o primeiro número do nosso boletim virtual “Rumo ao 7º Congresso Nacional” do Partido dos Trabalhadores.
Trata-se de uma publicação aberta a quem queira debater sobre os rumos do PT, sobre como enfrentar a nova conjuntura, sobre a escolha das direções partidárias e, principalmente, sobre a realização – que julgamos fundamental – do congresso partidário em 2019.
Nosso objetivo ao estimular a discussão, já inaugurada na reunião do Diretório Nacional de 31/11 e 1/12/2018, é preparar o PT para o novo período que se abriu com a vitória eleitoral de Jair Bolsonaro.
Uma eleição realizada na sequência do golpe que depôs a presidenta Dilma Rousseff, eleição maculada desde o início pela prisão e interdição do companheiro Lula e marcada por inúmeras ilegalidades, como foi o disparo de centenas de milhares de notícias falsas contra nós, pagas por caixa 2.
O golpe culminou com a escolha de um presidente eleito em cumplicidade com o sistema de justiça e com o apoio da grande mídia.
Ultraliberal, autoritário, submisso à hegemonia norte-americana, o governo Bolsonaro,racista, homofóbico, misógino, é uma ameaça ao estado laico.
Ele representa o fim de um ciclo e a instalação de um novo tipo de regime político.
Representante dos interesses do grande capital, tutelado por setores do estamento militar, apoiado pela grande mídia e com respaldo no sistema de justiça, o governo que toma posse em janeiro rompe com os padrões até então vigentes da democracia liberal e com o pacto institucional da Constituição de 1988.
Não instala uma ditadura como em 1964, mas opera para remover da democracia seu princípio ativo, a soberania popular.
É nesse contexto que precisamos preparar a militân-cia petista para um duro enfrentamento, para defi-nir uma estratégia capaz de defender a liberdade de Lula e as conquistas alcançadas nos governos lidera-dos pelo PT, de combater a ofensiva conservadora, de tomar as iniciativas na luta social e institucional para preservar as garantias fundamentais, de barrar o retrocesso no plano dos direitos sociais. Sobretudo, criar condições para voltarmos a governar com as classes trabalhadoras e, definitivamente, empo-derá-las.
Daí a necessidade de um amplo processo de construção do 7º Congresso, que dialogue com nossa base, com nossos eleitores e para o qual oferecemos nossa contribuição militante.
LULA LIVRE!
São Paulo, 21 de dezembro de 2018