Por Hugo Damasceno (*)

A burguesia “come pelas beiradas” para privatizar a educação básica pública.
O governo Zé Ronaldo acabou de anunciar a adoção de parceria público-privada para a construção e administração de creches e escolas de educação infantil em Feira de Santana, mas, o que isto significa? Qual a lógica que está presente nestas parcerias público-privadas?
Estas parcerias significam a ideia de que o Estado, o setor público é ineficiente, ineficaz e improdutivo, de que não devem existir direitos universais, como o direito à educação, por exemplo, e de que a crise na educação básica pública é causada por esta ineficiência e improdutividade do serviço público.
Qual seria a saída então? Privatizar, inserir a lógica de mercado, na visão da burguesia, a única forma de superar a crise na educação. Por isto estão falando em reforma e já estão produzindo a reforma neoliberal na educação pública!
A questão mais determinante por detrás disto tudo é a transformação da Educação de valor de uso em valor de troca, em mercadoria, o que abrirá um enorme nicho de lucros para os empresários e permitirá um reforço da hegemonia burguesa quando a educação da classe trabalhadora e da população negra estiver totalmente sob o domínio dos grupos sociais hegemônicos. E as saídas?
Precisamos denunciar as reformas neoliberais, precisamos ir às ruas em defesa da Educação básica pública, estudar sobre o neoliberalismo em educação com os nossos estudantes, precisamos inserir esta pauta na nossa agenda de lutas! Precisamos avançar para além da pauta corporativa, senão poderemos vencer alguma batalha, mas, perderemos a guerra!
(*) Hugo Damasceno é professor e militante do Partido dos Trabalhadores.
