Por Página 13 (*)
Hoje, 30 de outubro, completam-se 22 anos do assassinato da mulher, exemplo da luta pela terra e na política brasileira, Dorcelina Folador.
A Sem Terra e prefeita pelo Partido dos Trabalhadores (PT) de Mundo Novo (MS), na época com 36 anos, foi assassinada com seis tiros pelas costas no dia 30 de outubro de 1999, na varanda de sua casa.
Segundo informações de veículos de imprensa da região, o assassinato de Dorcelina foi encomendado pelo secretário municipal, Jusmar Martins da Silva. Ele foi acusado de contratar o pistoleiro, Getúlio Machado, que confessou o crime e disse que receberia R$ 35 mil pelo assassinato da prefeita.
Dorcelina nasceu no dia 27 de julho de 1963, em Guaporema, no Paraná. Chegou a Mundo Novo em 1976, onde iniciou sua atuação na Pastoral da Juventude em 1980. Em 1987, ajudou a fundar o PT, candidatou-se vereadora.
Depois foi eleita de prefeita de Mundo Novo. Ela também ajudou a fundar a Associação Mundonovense dos Portadores de Deficiência Física (AMPDF).
Ela foi professora, poeta, artista plástica e em 1989 se engajou na luta pela terra no Estado do MS, militando no MST e fazendo parte da direção estadual desse movimento.
Dorcelina e a esquerda se defrontaram com os interesses econômicos, reacionários e conservadores das elites da região. Em 1996, no dia em que Dorcelina seria eleita prefeita de Mundo Novo, foi distribuído aos eleitores o panfleto apócrifo abaixo, carregado de mentiras, de um discurso de ódio e anticomunista:
Ao lermos o panfleto, verificamos que o “bolsonarismo” está vivo em nosso país há muito mais tempo do que alguns imaginam, e que as classes dominantes do nosso sempre fizeram seu uso em nosso país.
Dorcelina deixou um legado de luta e coragem pelos melhores sonhos do povo brasileiro. Que continue a nos inspirarar! Dorcelina Folador, presente!
(*) redacao@pagina13.org.br
(**) com informações do MST