Por Professora Ana Cláudia (*)
Com o lema “A luta é nossa!” nossa candidatura se propôs a resgatar o protagonismo, enfraquecido e invisibilizado pelo atual governo neofascista, de importantes organizações e movimentos sociais do Espírito Santo.
Com atuação nos movimentos em defesa da educação, nos movimentos pelos direitos das mulheres e nos movimentos em defesa da agricultura camponesa, da agroecologia e do meio ambiente, a candidatura trouxe para o debate com o povo a importância da reconstrução e transformação do Brasil, que será possível com a eleição do presidente Lula.
Nosso sentimento é de que saímos vitoriosas e vitoriosos.
Em primeiro lugar, porque foi nossa primeira candidatura. Uma candidatura que emerge no interior do estado, onde há uma dispersão de eleitores e baixa densidade populacional e que demandou tempo para a apresentação da candidata aos eleitores. Além disso, sou “capixaba de coração”, estou no estado há apenas 14 anos e construí minha história de militância em São Paulo. Em uma campanha com tempo tão curto, conseguimos conquistar os capixabas pelo estado todo, reafirmando nossos compromissos com os movimentos sociais, com o povo capixaba.
Em segundo lugar, porque estamos num estado conservador, em que 52,22% dos eleitores votaram no inominável no primeiro turno das eleições presidenciais, elegeram novamente Magno Malta, que é a versão capixaba do que há de pior na política brasileira, dando a ele mais de 800 mil votos. Nesse cenário, os desafios de nossa candidatura foram imensos. Dialogar com os eleitores, defender um projeto de esquerda, combater os ataques que nosso partido e o Lula ainda enfrentam, exigiu um esforço muito grande, mas mesmo assim conquistamos 3.640 votos.
Somos vitoriosas e vitoriosos, também, porque conseguimos conquistar votos em 77 dos 78 municípios capixabas. Acreditamos que isso se deve ao bom trabalho realizado por meio das redes sociais, pelo fato de eu ser professora na UFES, mas também ao fato (que percebemos em diálogo com as pessoas) de que parte do eleitorado capixaba quer renovação na política.
Acreditamos ser vitoriosas e vitoriosos, finalmente, porque nos propusemos a fortalecer a chapa para a disputa na Câmara federal, representando nossa tendência, para que pudéssemos reeleger Helder Salomão e quiçá ampliar nossas cadeiras no congresso. E temos ciência que nosso esforço de campanha contribuiu, não apenas para a reeleição de Helder, mas, principalmente, para a eleição de Jaqueline Rocha. Dobramos o número de parlamentares federais petistas no estado do Espírito Santo.
Para além dos desafios desse projeto no diálogo com a sociedade mais ampla, enfrentamos os desafios internos ao partido, que ampliaram ainda mais as dificuldades de nossa candidatura. Neste sentido podemos citar o atraso na definição de valores e na distribuição dos recursos do fundo eleitoral, o que impôs dificuldades para planejar estrategicamente nossa campanha, a falta de coordenação tática ou estratégica por parte da direção estadual do partido, a escolha, por parte da direção nacional, da não candidatura própria para o governo e o senado, impondo-nos aliança com o atual governador candidato à reeleição, que desmotivou parte de nossa militância, exigindo que também dispuséssemos de tempo para a mobilização interna enquanto já deveríamos estar nas ruas.
Seguimos organizadas e organizados, em campanha, nas ruas e nas redes, para elegermos Lula presidente e Casagrande governador e, assim, dar mais um passo para derrotarmos o neofascismo, reestabelecermos a democracia e construirmos um Brasil mais justo para todos os brasileiros. E brasileiras!
(*) Professora Ana Cláudia foi candidata à deputada federal pelo PT ES