Brasil e Venezuela: tic-tac em Kazan

Por Valter Pomar (*)

A Globo et caterva estão transpirando felicidade com o que denominam “exclusão” da Venezuela.

Exclusão do quê?

Da lista de ingresso nos BRICS.

A “exclusão” teria ocorrido, diz a Globo, graças à movimentação do Brasil nos “bastidores”.

Mais detalhes acerca desta versão, aqui:

Não faço ideia do que realmente está ocorrendo nos bastidores.

Mas tenho certeza acerca do que está ocorrendo no palco principal, a saber: a consagração dos BRICS, da China e da Rússia como pólo incontornável da política mundial.

Nesse sentido, é hilário ver a Globo et caterva fazendo diversionismo e especulando sobre a Venezuela estar sendo “excluída”, supostamente, por não atender ao “padrão USA de democracia”, num bloco integrado por Arábia Saudita, Rússia e China.

Mas não tem nada de hilário constatar a quem se está atribuindo a felicidade da mídia empresarial: exatamente a quem precisa se preocupar, em primeiro lugar, com a integração regional.

Se prevalecer esta versão da mídia, o prejuízo não será da Venezuela, mas sim da integração regional e de nossa política externa altiva e ativa.

Por isso, espero que ocorra, em Kazan, uma mudança na postura frente a Venezuela. Afinal, ampliar nossas diferenças com os vizinhos só interessa aos gringos.

E o que é bom para os gringos, não é bom para o Brasil.

(*) Valter Pomar é professor e membro do diretório nacional do PT

Uma resposta

  1. Lamentável essa posição do Brasil frente à Venezuela. Percebe-se que está ocorrendo uma mudança de orientação de alguns elementos da política externa brasileira, comparando com a mesma durante os governos anteriores do PT.

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