Publicado originalmente em Opera Mundi
Ricardo Stuckert – Lula junto a Sônia Guajajara, Marina Silva e outras representes de povos amazônicos
O discurso de Luiz Inácio Lula da Silva na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP27), nesta quarta-feira (16/11), foi um aperitivo da mudança de postura que virá a partir do seu próximo governo, que tomará posse no dia 1º de janeiro de 2023, especialmente sobre temas como relações internacionais e defesa do meio ambiente.
Entre os pontos mais destacados da fala do presidente eleito está a ênfase em que o Brasil volta a buscar um maior protagonismo ao participar de grandes eventos internacionais, como esta conferência, que acontece no Egito.
“Não por acaso, a frase que mais tenho ouvido dos líderes de diferentes países é ‘o mundo sente saudade do Brasil’. Quero dizer que o Brasil está de volta. Está de volta para reatar os laços com o mundo e ajudar novamente a combater a fome no mundo. Para cooperar outra vez com os países mais pobres, sobretudo da África, com investimentos e transferência de tecnologia. Para estreitar novamente relações com nossos irmãos latino-americanos e caribenhos, e construir junto com eles um futuro melhor para nossos povos. Para lutar por um comércio justo entre as nações, e pela paz entre os povos”, ressaltou Lula.
Nesse sentido, o líder brasileiro acrescentou sobre a necessidade a disponibilização de recursos para que os “países em desenvolvimento, em especial os mais pobres”, possam responder “consequências de um problema criado em grande medida pelos países mais ricos”.
Segundo o petista, os efeitos dos cenários de desigualdades atinge “de maneira desproporcional” as nações mais vulneráveis do planeta.
Em seguida, Lula assegurou que o Brasil “está pronto” para se juntar aos esforços para a “construção de um planeta mais saudável”. Para ele, é preciso um “mundo mais justo, capaz de acolher com dignidade a totalidade de seus habitantes – e não apenas uma minoria privilegiada”.
Meio ambiente
Sobre a defesa do meio ambiente, Lula destacou a importância de se preservar a Amazônia para se alcançar as metas que o mundo se impôs a fim de evitar maiores consequências das mudanças climáticas, razão pela qual defendeu a realização da COP30 (que acontecerá em 2025) no Brasil e em uma cidade amazônica – embora não tenha especificado qual, se supõe que ele se referia a Manaus, capital do Estado do Amazonas.
Outra proposta do presidente eleitor sobre a Amazônia foi a realização da Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica, a qual incluiria, além do Brasil, todos os países com território amazônico: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
“Para que possam, pela primeira vez, discutir de forma soberana a promoção do desenvolvimento integrado da região, com inclusão social e responsabilidade climática”, explicou o presidente eleito.