Por Sebastião Erculino (*)
O Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores aqui no ES está imbuído do propósito de contribuir com o projeto necessário de eleger Lula em outubro de 2022. A necessidade desta eleição transcende a ideia de eleger um candidato em detrimento de outro, na verdade eleger Lula é escolher a democracia e dizer não ao golpe continuado que iniciou em 2016, é escolher a felicidade em detrimento do ódio, é escolher a alegria de sermos brasileiros em detrimento da arrogância no trato das questões sociais, é a escolha da vida em detrimento da barbárie e do genocídio.
Portanto, a prioridade zero é eleger Lula e aliado a esta prioridade devemos priorizar também a eleição do parlamento, que consiste na eleição de muitos deputados federais e senadores da base de sustentação ao futuro governo Lula. Por falar em eleger senadores, o debate no ES esquenta. Em 2018, Ferraço e Magno Malta foram desbancados com a eleição de Marcos do Val e Fabiano Contarato e agora nesta eleição se renova um terço daquela casa, portanto, está em disputa a vaga hoje ocupada por Rose de Freitas.
Esta vaga de senado não pode ser discutida às avessas, mas, sim deve ser discutida no quilate que precisa. Com esta preocupação um conjunto de companheiros e companheiras do PT ES, trás para o seio do partido o nome de Célia Tavares. Célia é justamente este quilate que precisamos no debate do senado capixaba.
Vou explicar.
Célia tem uma vida que é como a da maioria da população capixaba, nasceu numa família de vários irmãos, conseguiu, como poucos na sua época, estudar (fez graduação e mestrado), mora em Cariacica, um município da Grande Vitória de população considerável e num bairro estratégico, gosta de coisas simples como o povo gosta, boa música, cerveja, culinária boa, feijão com arroz e gosta de café com leite.
Célia tem uma luta, na verdade ela é de luta, Ela sempre esteve na luta por uma educação pública de qualidade, é incansável na defesa dos direitos humanos, apoia com afinco a luta pela democratização da terra, seja a terra em áreas urbanos ou rurais, defende sempre a luta dos quilombolas, dos povos originários, e, sempre está presente na luta dos atingidos que buscam soluções do crime continuado das mineradoras que ocorreu em 2015 em Mariana e desceu Rio Doce abaixo chegando ao mar.
Célia é do sim. Foi dizendo sim, que em 2014, nós tivemos seu nome registrado como vice governadora naquela chapa que representou o PT num momento em que nosso partido era estigmatizado como o mentor da engenhoca da corrupção na Petrobras. Com seu nome, ela fez sua parte para que pudéssemos discutir política mesmo dentro daquele sanduíche, o desempenho da chapa pura do PT, foi uma votação que representou 6,01% ou 114.691 VOTOS.
Célia disse sim, quando em 2018, de novo, seu nome foi colocado para essa mesma disputa que travaremos agora em outubro, ou seja a vaga de senado e naquela ocasião o PT estava ainda mais estigmatizado, era o bum das ideias fascistas, do ódio, do negacionismo, do discurso da política fácil e das soluções mirabolantes. Sim, Ela estava lá, dizendo sim, eu topo, eu vou e de novo o partido pode discutir política, pedir votos e apresentar projetos para os capixabas. Naquela eleição difícil, ela teve uma votação expressiva, 4,60%, 164.845 votos, e uma votação que lhe deu o quilate de liderança estadual, tendo votação expressiva em todos os Municípios do Estado.
Em 2020, Célia de novo dá seu sim ao PT, quando aceitou a disputa para a prefeitura de Cariacica, com uma votação expressiva ela chega ao segundo turno com 14,04 % ou 23.087 dos votos válidos. Esta votação lhe deu condições de disputar o segundo turno daquela eleição, a qual eu pude testemunhar e lhe garanto que foi uma guerra de golpes baixos, fake news, omissões de lideranças do partido, mas, muita empolgação dos que se dispuseram a lutar por uma Cariacica para todos. Perdemos no voto aquela eleição, mas, Célia obteve 41,31 % ou 67.111 dos votos válidos no segundo turno, embora perdendo a eleição, ganhamos na política e no projeto municipal. Eu diria que Cariacica está preparada para ter uma administração petista em 2024, só resta ter juízo e unidade.
Agora, chamada por “nós”, Célia, de novo, se coloca à disposição para esta empreitada de disputa para o senado e por todo exposto, não é momento do PT titubear, vacilar, disputar, cunhar, atropelar ou fazer picuinha. É hora de abraçar, aconchegar, desenrolar o tapete “vermelho” a esta mulher: lutadora da educação, dos direitos humanos, das causas indígenas, das minorias, das lutas agrárias e campesina, quilombolas, da luta por um PT autêntico e que dialogue com os anseios da base que quer Célia como Candidata a Senadora.
É importante acentuar que Célia está preparada para enfrentar todos os debates da agenda que afligem o povo. De modo singular precisamos atentar sobre a agenda da representatividade feminina. A população feminina no Brasil é superior a população masculina, ou seja, temos mais seres humanos do sexo feminino do que masculino. Os dados mostram esta afirmativa quando o IBGE aponta que as mulheres somavam 52,2% da população no Brasil em 2019. Acontece que o reflexo desta realidade na representatividade das mulheres não se reflete nos espaços de poder e decisão. Portanto, na escolha da candidatura ao senado capixaba é imperioso o partido fazer esta reflexão fraternal, mas, no grau que ela merece ser feita. Ou seja, a sub-representação não pode, não deve e nem vai ser tolerada no PT. Com isto, devemos estar atentos com o que as mulheres expressam sobre Célia Tavares.
Algumas entre muitas manifestações de apoio a pré candidatura de Célia Tavares ao senado.
“Célia é mulher, e a mulher deve estar na política para lutar por todas as mulheres e pelos homens também, eu apoio a Célia para Senadora” [Maria do Rosário Rhodes Custódio, camponesa e filiada do PT de Água Doce do Norte]
“Nós, camponesas, lutamos por uma agricultura limpa e sem veneno e por direitos para mulheres e homens e tenho certeza do compromisso de Célia com esta agenda. Célia no Senado será nossa voz, eu apoio” [Luciene da Silva Rodrigues Erculino – Presidente do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Água Doce do Norte ES e do setor de educação do MPA].
“A luta pela reforma agrária e a educação do campo exige cada vez mais pessoas comprometidas com ela, sei do engajamento da Célia nestas causas, tanto da educação do campo, como da reforma agrária. No senado com certeza Célia lutará por nós e pelo povo capixaba” vamos trabalhar [Fátima Ribeiro, setor de educação do MST].
“Célia é uma grande companheira do Partido dos Trabalhadores que fez história no município de Cariacica e na educação pública.Tenho certeza que é o melhor nome do ES, para ajudar o governo Lula, no senado, a reconstruir o nosso país” [Terezinha Baldassini Cravo, mestre em educação, pedagoga aposentada, atuando na Coordenação da Campanha Contra a Fome e pela Inclusão Social – Paz e Pão e no Movimento Fé e Política local e nacional].
“Eleger mulheres comprometidas com a defesa de direitos sociais e combater a violência contra as mulheres implica garantir sua participação nos partidos políticos e nos processos eleitorais. Meu apoio a @CeliaTavaresPT” Mulheres na política – Célia Tavares no Senado Federal assim twittou em 11.05.2022 [Ethel Maciel PhD UFES].
Outras que preferiram não se identificar, mas, que assim me confidenciou como esta. “O futuro é das mulheres. Pendurarei na minha varanda a toalha dela, ao lado da de lula”. Quando lhe informei que ia usar a frase no texto, ela deu um enorme sorriso.
“O povo do campo precisa e merece uma educação apropriada a sua realidade e a Pedagogia da Alternância é a proposta pedagógica que pode dar a resposta necessária aos anseios dos camponeses e das camponesas. Acredito que a Célia, como Senadora, com sua grande sensibilidade e compromisso político muito pode contribuir para que esse sonho se torne realidade em toda comunidade do campo capixaba”. [Glorinha Sartori. Pedagoga, militante do movimento da Educação do Campo, defensora da Pedagogia da Alternativa, membra da RACEFFAES].
“Célia tem o faro das Coisas de mulher: Domina a pauta feminista, a pauta econômica e ambiental com capacidade de diálogo e a experiência do pé no chão” [Maria de Lourdes Vasconcelos – militante do PT de Cariacica].
“Apoiar Célia, é apoiar o desenvolvimento educacional do País, é oportunizar às mulheres nos espaços de decisões”.[Vereadora Ciety Cerqueira PT São Mateus – ES].
“Apoio Célia por ser uma mulher de garra, preparada e comprometida com os mais pobres de nosso país. Célia minha senadora!!!” [Iriny Lopes -Deputada Estadual do PT ES].
Podia esticar esta lista de depoimentos sobre o quilate político, social, humanitário de Célia Tavares, porém, os que aqui estão reverberando mostram de forma satisfatória que existe uma certa ansiedade entre as lutadoras das diversas causas sobre a decisão que o PT venha tomar colocando na balança, os pesos e contra pesos.
Em outra esteira, podia trazer também vários depoimentos de homens que pensam da mesma forma sobre esta liderança da vida, do sim e da luta, Célia Tavares; porém, o que as mulheres reverberam nos dá a conotação que não há necessidade, não deve ter disputa para escolher. Célia já está cacifada para nos representar como candidata à senadora e dar a Lula o palanque necessário nesta disputa que ele, Lula, não terá com Casagrande.
Esta afirmação que o partido no ES irá fazer sobre o nome de Célia Tavares para o Senado, transcende os muros da sigla partidária, das correntes internas, dos interesses individuais e chega até o povo. Com muito juízo anunciaremos os caminhos e Célia Tavares será nossa candidata a senadora e com o nosso trabalho, se elegerá em 02.10.2022 na vaga que Rose de Freitas irá deixar, saindo do senado uma mulher, mas, sendo substituída por outra mulher, ou seja, de mulher para mulher, só que Célia tem o quilate real da luta popular que Rose não têm.
(*) Sebastião Erculino é militante do PT do Espírito Santo