Por Valter Pomar (*)
Fake news é ruim.
Fake news na luta interna é pior ainda.
Um conhecido me escreveu dizendo: “na cidade tal 90% dos filiados ao partido seriam da comunidade LGBT!”
Mas segundo as autoridades, a informação é falsa!
O município em questão tem 254 filiados.
Destes 254, 80 filiados se credenciaram para participar dos encontros setoriais.
Quase 1/3, um número bem maior do que a média nacional.
Destes 80 que se credenciaram, as autoridades informam que “apenas” 40 escolheram o setorial LGBT.
“Apenas” é o termo utilizado pelas autoridades, para se referir a exatamente metade, uma proporção também acima da média nacional.
Mas não são 90% do total de filiados, são “apenas” 50% do total de credenciados.
Um detalhe: daqueles 40, exatos 39 se identificaram como “bissexuais” (segundo nos informam as autoridades).
E todos se credenciaram utilizando correios eletrônicos que foram considerados “inadequados” pelas autoridades.
Ou seja: na tal cidade, há fortes indícios de fraude.
O que farão as autoridades a respeito?
Investigarão e eventualmente punirão?
Ou “apenas” vão registrar os fatos?
(*) Valter Pomar é professor e membro do Diretório Nacional do PT