Por Antônio Augusto (*)
Não tem limites a insistência da família Bolsonaro em querer fazer do Brasil uma colônia dos Estados Unidos.
A última manifestação desta atitude vira-latíssima é a atual manifestação de Eduardo Bolsonaro, deputado federal por São Paulo, denunciando nas redes sociais a “fraude” contra Trump.
Ele, admirador do torturador coronel Brilhante Ustra – costuma desfilar com camisetas elogiosas a este criminoso contra a Humanidade -, postou “fake news”, made in USA, sobre a “fraude”.
“Fake news” reproduzidas aqui no Brasil pelo fascista bolsonarista Bernardo Küster, contumaz divulgador de notícias falsas. Esse é investigado pela “CPI das fake news” por difundir mentiras e ataques contra o STF.
Bolsonaro pai, sem nenhum decoro, tomou partido público na eleição americana, como se cidadão estadunidense fosse.
Vergonha inominável que um presidente do Brasil tenha chegado a tal vira-latismo.
Enrolam-se na bandeira do Brasil para entregar o Brasil aos EUA
A manifestação, agora, sobre a eleição americana, é mais um dos muitos micos de Eduardo Bolsonaro.
Ele desfilou nas ruas de Washington, há menos de dois anos, com um boné de campanha, “Trump 2020 – America great again (Estados Unidos novamente grande)” – foto. Os próprios americanos riram de Eduardo ao vê-lo com o boné de Trump.
Quis ser embaixador do Brasil nos EUA, e seu “grande trunfo” era a submissão completa a Trump.
Dizer que tais atitudes são sem-noção é muito pouco. Claro que são sem-noção, mas é muito mais que isso.
Eduardo segue os passos do pai, que se perfilou e bateu continência para o terrorista John Bolton, então sub-secretário do Departamento de Estado para a América Latina.
Bolton notabilizou-se por comandar operações dos Contras na Nicarágua, na década de 80, em que escolas e hospitais foram bombardeados, com o consequente assassinato de crianças, e pacientes em seus leitos.
E fazem isso fantasiados de verde-amarelo, como nas passeatas golpistas. Onde não falta o espetáculo grotesco de bandeiras dos Estados Unidos, e também de Israel.
Bolsonaro tem atrelado completamente a política exterior do Brasil a Trump. Nosso país é considerado em fóruns mundiais um pária internacional. Fomos um dos três únicos países a considerar Jerusalém como capital de Israel, uma provocação na escalada colonialista de “apartheid” deste país contra os palestinos.
Na América do Sul, nosso país se presta a provocações promovidas por autoridades dos Estados Unidos a favor da invasão da Venezuela, ou do golpe miliciano de 2019 na Bolívia, agora revertido pelo povo boliviano.
Até o presidente conservador do Uruguai quer distância de Bolsonaro. E mesmo o direitista Sebastián Piñera, no Chile, achou por bem condenar as declarações de Bolsonaro em favor do assassinato do pai da ex-presidenta Michelle Bachelet, brigadeiro Alberto Bachelet , pela ditadura de Pinochet.
Bolsonaro ataca a China, nosso principal parceiro comercial, balançando seu rabinho de vira-lata para Trump.
Traição aos interesses do Brasil
Gravíssimos são os atentados contra nossa soberania nacional.
Bolsonaro tem apontado como “solução para a Amazônia” entregá-la à exploração dos Estados Unidos.
Tanto ele como o filho votaram no Congresso, ainda como deputados, pela entrega da enorme riqueza do Pré-Sal às multinacionais.
Acabar com a soberania brasileira do Pré-Sal foi uma das razões centrais do golpe de Estado de 2016. Como Edward Snowden denunciou, o Brasil foi o segundo país mais espionado pelos Estados Unidos, e 90% desta espionagem concentrava-se na Petrobras.
Nossa empresa estatal de petróleo, criada e construída pela luta patriótica do povo brasileiro, sofre destruição sistemática provocada por Bolsonaro. Chegou-se ao ponto de privatizar, impedira a produção das nossas refinarias, e liquidá-las, para favorecer as multinacionais do petróleo. Exportamos óleo cru para importar refinados muito mais caros, refinados que as refinarias da Petrobras são impedidas de produzir.
Tudo isso é perpetrado por este governo de traição nacional enrolado em verde-amarelo, com o “slogan” oco e patrioteiro de “Pátria Amada”, para melhor apunhalar o Brasil.
Temos agora até general brasileiro subordinado ao Comando Sul dos Estados Unidos, o responsável por invasões armadas ianques na América Latina.
Assistimos a militares brasileiros (?), ao voltarem de cursos nos Estados Unidos, ostentarem orgulhosamente em fardas brasileiras broches com a bandeira dos Estados Unidos.
É bom que todos estes entreguistas, do naipe vira-lata de Eduardo Bolsonaro e seu pai, saibam: nós, brasileiros, lutaremos sempre pela independência, a soberania do nosso amado país.
(*) Antônio Augusto é jornalista.