Contra a violência, organização e guarda alta

Marcelo Arruda ao centro, na festa, antes do assassinato. Créditos: Reprodução

O companheiro Marcelo Arruda, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores na cidade de Foz do Iguaçu, foi assassinado na madrugada de 9 para 10 de julho de 2022. O assassino é um bolsonarista que invadiu a festa onde Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos.

A direção nacional do Partido dos Trabalhadores divulgou a respeito a seguinte nota: https://pt.org.br/violencia-bolsonarista-lider-do-pt-em-foz-do-iguacu-e-assassinado/.

O assassinato de Marcelo Arruda não é um fato isolado. Nas últimas semanas ocorreram diversos episódios de violência política, entre eles o ataque a um bar em Campinas logo depois de uma atividade na Unicamp, o lançamento de uma bomba caseira contra um ato público no Rio de Janeiro e um atentado com drone contra um ato público em Uberlândia.

A violência diretamente política tampouco é fato isolado, combinando-se com: 1/a violência sistemática contra lutadores do povo, especialmente aqueles vinculados aos temas indígenas e do campo; 2/a violência do aparato de Estado, das milícias e do crime organizado contra as populações pretas e periféricas; 3/a perseguição contra parlamentares petistas e de outros partidos de esquerda; 4/um ambiente geral de estímulo ao fundamentalismo, ao racismo, a lgbtfobia e a misoginia.

Este ambiente de violência sistêmica é estimulado, direta e indiretamente, pelo cavernícola que neste momento ocupa o Palácio do Planalto. Embora a extrema direita em geral e o neofascismo em particular sejam geneticamente violentos, no momento a violência é estimulada com o objetivo de intimidar a oposição, criar um clima de caos e, no limite, fraudar o processo eleitoral.

Só a derrota do cavernícola criará as condições institucionais para cortar pela raiz as causas da violência. Mas para derrotar o cavernícola será necessário enfrentar desde já a violência, preservando vidas e protegendo as liberdades democráticas. Como a violência tem o estímulo do governo federal e tem o apoio aberto ou encoberto de diferentes segmentos do aparato de Estado, é preciso cobrar a ação das autoridades e ao mesmo tempo tomar medidas protetivas autônomas. Isso é particularmente necessário para enfrentar a violência difusa praticada por fanáticos bolsonaristas, cujo armamento foi extremamente facilitado nos últimos anos, com a cumplicidade das forças armadas e policiais.

Em cada sindicato, movimento social, comitê de luta, mandatos parlamentares, núcleo de base, setorial e diretório, recomendamos à nossa militância:

1/reforçar as medidas de proteção das nossas lideranças e candidaturas;

2/reforçar as medidas de proteção de nossas sedes e atividades;

3/reforçar o caráter de massa de nossas atividades;

4/reforçar a vigilância frente as atividades dos grupos de extrema-direita;

5/reforçar a denúncia e o repúdio contra cada agressão da extrema direita.

Manifestamos nossa solidariedade e pêsames aos familiares e amigos do companheiro Marcelo Arruda. Ele não estará presente no dia da vitória, mas seu nome será lembrado. Marcelo salvou a vida de muitas pessoas que estavam na festa e nossa reação coletiva ao chefe dos assassinos salvará a vida e o futuro do povo brasileiro.

Brasília, 10 de julho de 2022

A direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda

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