Resistência ao avanço CNBista logrou resistir melhor em Curitiba do que no Interior
Por Julio Cezar Soares (*)
Texto publicado na edição 283 do jornal Página 13
A tendência Construindo um Novo Brasil (CNB) no Paraná rachou em CNB-Arilson e CNB-Zeca Dirceu, numa campanha milionária similar à ocorrida na CNB nacional, que acarretou uma fragilização da votação obtida pelas tendências das esquerdas socialistas.
Assim, a CNB-PR elevou sua votação de 75,75% a 84,4%, crescendo 8,65 pontos percentuais, num contexto em que o Paraná é um dos dez estados da federação em que ocorreram os maiores crescimentos de eleitores novos capturados pela CNB.
De 27 cadeiras na Executiva, a CNB conquistou 23, ou 22. A chapa da qual participamos com a MS e a Sempre na Luta, como em 2019, perdeu pelo menos uma vaga na Executiva. Assim, a MS ficará com uma vaga na Executiva; a Sempre na Luta, com a outra. Estimamos que a DS, que controlava a Sorg pela aliança com a CNB no PED 2019, também perdeu mais força que a MS e ficará com apenas uma vaga. E a OT-DAP manterá a sua.
A MS passa na frente da DS como tendência de maior peso no Diretório Estadual do PT-PR. A AE-PR ficou à frente do DAP-OT, passando a ser a terceira maior força, e formamos chapa com a primeira. Mantemos a nossa vaga de titular do Diretório, além da primeira suplência.
A AE-PR segue muito pequena, mas cresceu. Superou a média de 1% nos PEDs 2005-2017 e alcançou 3,16% (548 votos) para a presidência nacional, um aumento de 216%. E nossa chapa nacional alcançou 283 votos (1,71%), representando um crescimento de 71%. E tivemos um ótimo resultado em Arapongas (veja mais detalhes sobre o PED no Norte do Paraná em texto nesta edição).
Já em Campo Largo, cidade ceramista da região metropolitana de Curitiba, a AE-PR elegeu o Companheiro Éverton Munhoz, petroleiro, para o DMPT-Campo Largo e obtivemos 10 votos para Valter Pomar, cerca de 13% dos votos para presidentes nacionais.
A AE-PR, como tendência sem vaga na Executiva, conquistou o direito de participar com direito a voz de todas as reuniões de uma Comissão Operativa dos 20 da Executiva do PT-PR.
Em Curitiba, a CNB teve um leve crescimento, de 64% para 66%. Na Executiva, instância em que as vagas subiram de 14 para 20, a tendência passou de oito para 13 cadeiras. A chapa de que participamos com a MS, como no PED 2019, subiu de duas para três na Executiva. A AE manteve sua vaga na Executiva e ampliou de duas para três vagas sua presença no Diretório total, além de garantir uma suplência. A MS confirmou que se mantém como principal tendência socialista. A candidata da chapa da qual participamos junto com a MS fez cerca de 300 votos, cerca de 100 a mais que a candidata da chapa DS+OT. A DS subiu de uma para duas vagas.
Em síntese, no conjunto do Paraná, a resistência ao avanço CNBista logrou resistir melhor em Curitiba do que no Interior.
A AE participou de chapas nos diretórios zonais de Boa Vista, Matriz e Portão (e num quarto DZ, o Cajuru, mediante amigos da AE) com a MS e a apoiou em outros seis em que a MS lançou chapas, sendo que, em quatro desses, lançou candidaturas presidenciais. Nesses três DZs onde temos inserções, a AE conquistou uma vaga na Executiva Boa Vista, para o companheiro Flávio Arcega, e um na DZ Portão, para o companheiro Émerson Saito. MS conquistou uma vaga na Executiva do DZ Boa Vista e uma no DZ Matriz. Já a chapa DS+OT conquistou uma vaga na Executiva Boa Vista e uma vaga na Executiva Matriz, sendo uma vaga para cada uma.
MS e AE não compuseram chapa com CNB em nenhum zonal. A DS e a OT compuseram chapas entre si em três DZs; com MS+AE, em dois DZs; e, com a CNB, em cinco DZs! Ainda assim, ficaram como segunda chapa socialista em Curitiba e no Paraná. A chapa estadual e a candidatura para presidente estadual MS+AE ficaram na frente da chapa DS+OT nos dez zonais, exceto no Bairro Novo, por empate; no CIC, por cinco votos; no Pinheirinho, por oito votos; na Matriz, por um voto.
Por fim, a MS manteve maior bancada e presidências nos DZs Cajuru (central com fronteira com os da Zona Sul) e DZ Santa Felicidade (central com fronteira para com os da Zona Sul). A CNB manteve seus cinco postos e aumentou um com o novo DZ Tatuquara.
(*) Julio Cezar Soares é integrante da Coordenação Política da DEAE-PR.