Unir a Esquerda, derrotar o neofascismo e neoliberalismo!
Por Ana Affonso (*)
Vivemos uma das piores conjunturas na história da classe trabalhadora no Brasil e no Rio Grande do Sul. As eleições deste ano representam uma grande oportunidade para mudar os rumos do país e do estado.
Em âmbito nacional, viveremos uma das maiores disputas liderada por uma frente democrática e popular que apresentará um programa de reconstrução do país e de combate ao neofascismo.
No estado persistem as indefinições para montagem de uma frente democrática e popular que possibilite uma vitória eleitoral. Frente a essas dificuldades, o campo que construiu a pré-candidatura de Lula deve fazer todo o esforço possível e necessário para construir as convergências no rumo de uma campanha unitária, contagiante e vitoriosa.
Os governos Sartori (MDB) e Leite (PSDB) significaram índices medíocres de reajuste do piso salarial, congelamento e atraso dos salários dos servidores, precarização dos serviços públicos, venda de patrimônio público e ataques sucessivos aos nossos direitos.
Tal projeto hoje no poder trouxe para a classe trabalhadora a intensificação da insegurança social, a violência contra as mulheres e a população LGBTQIA+ e o assassinato de jovens negros e pobres nas nossas periferias. Recrudesce o conservadorismo e visões de mundo que hegemonizam cultural e ideologicamente a sociedade, levando a um estado neofascista e policialesco que pretende acabar com a democracia e as instituições.
Neste cenário, a vinda de Lula a Porto Alegre deixou uma questão em aberto para a esquerda gaúcha: é possível unir as nossas pré-candidaturas ao governo estadual? Lula demonstrou preocupação sobre a possibilidade de ter que visitar ao menos três palanques durante a campanha, já que as pré-candidaturas de Pedro Ruas (PSOL), Edegar Pretto (PT) e Beto Albuquerque (PSB) seguem posicionadas.
No entanto, o cenário estadual nos apresenta um problema ainda maior, pois na atual correlação de forças corremos um grande risco de ver um segundo turno entre o desastroso continuísmo neoliberal representado por Leite (PSDB) e Gabriel (MDB) e uma radicalização autoritária desse projeto através de uma liderança neofascista – Onyx (PL) ou Heinze (PP).
A ausência de Beto e a participação discreta do PSB na agenda de Lula expressam uma política regional que vem desde a postura de ser aliada dos governos de Sartori (MDB) e Leite (PSDB). A recente aproximação com Ciro Gomes e o PDT é só mais uma demonstração de que Beto tem dificuldade de debater uma alternativa no campo da candidatura Lula.
Por isso, o PT, PCdoB e PV, abriram diálogo com PSOL e PSB para encontrar um caminho de unidade deste campo político, necessário para estar na disputa do segundo turno para governador.
Neste sentido, Edegar Pretto reúne as condições para unificar a esquerda, ser o palanque forte do Lula no RS e enfrentar no segundo turno os neoliberais e os neofascistas. E, junto com as nossas candidaturas a deputados/as estaduais e federais, conquistar mais espaços na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.
Edegar Pretto é a melhor alternativa para tirar o RS do atoleiro imposto pelo Regime de Recuperação Fiscal, que significa o congelamento dos investimentos sociais no estado que lidera o crescimento da desigualdade na região sul, ampliará as desastrosas privatizações e o arrocho do funcionalismo público.
Um governo Edegar Pretto junto com Lula vai estar conectado com as propostas emergenciais para superar o desemprego, a inflação, a fome, a carestia, a miséria; o apagão na saúde; os retrocessos na educação e na cultura; a falta de perspectivas para a juventude. E permitir a retomada imediata do programa Bolsa Família, do programa Mais Médicos e do programa Minha Casa Minha Vida, com as devidas alterações.
A partir do dia 15 de junho, começando em São Leopoldo, acontecerão as Assembleias Populares regionais, cidade governada pelo nosso prefeito Ary Vanazzi, para discutir as bases programáticas da candidatura Edegar Pretto e ampliar a mobilização para a campanha eleitoral.
(*) Ana Affonso é vereadora em São Leopoldo (RS), vice-presidenta do PT gaúcho e pré-candidata a deputada estadual.