Por Bruno Elias (*)
Entendo a importância de evocar as conquistas dos primeiros governos Lula com imagens como a volta do churrasco e da cervejinha no domingo.
Mas passados 6 anos desde o último governo petista, o retrocesso na vida do povo foi tão brutal que apenas a recordação do passado talvez soe um pouco distante para uma parcela grande da população, sobretudo as gerações trabalhadoras mais jovens.
Num país onde 125 milhões de pessoas vivem sem saber se vão ter o que comer no dia seguinte e destas, 33 milhões passam fome diariamente, o buraco ficou mais embaixo.
Sem trabalho ou vivendo de ocupações precárias, essas famílias não têm renda sequer para o leite e alimentação das crianças, menos ainda para os demais itens da cesta básica. Está tudo caro e a culpa é do Bolsonaro.
A maioria destas pessoas apoiou Lula no primeiro turno. Mas para as que se abstiveram, votaram em outros candidatos ou apoiam o atual presidente, a campanha de Lula precisa elevar o tom da denúncia sobre a responsabilidade de Bolsonaro pelo atual estágio da fome e da pobreza no país e explicar como vai enfrentar a emergência dessa situação. É preciso falar do futuro.
Nesta direção, a campanha de Lula poderia dar maior destaque às propostas concretas de políticas sociais e de geração de trabalho e renda que garantirão o direito à alimentação e a segurança alimentar do povo brasileiro.
Sigamos falando do churrasquinho de domingo, ao mesmo em que reforçamos o compromisso com uma renda básica de pelo menos R$ 600 e com medidas de redução do preço da cesta básica, retomada dos programas de apoio e aquisição de alimentos da agricultura familiar, recuperação da política nacional de alimentação escolar, fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), entre tantas outras novas e experimentadas iniciativas que possibilitaram que o Brasil saísse do Mapa da Fome e o faça novamente.
(*) Bruno Elias é assistente social