Por Fábio Veiga
Militantes, ativistas e simpatizantes se reuniram em São Paulo, nos dias 21 e 22 de outubro, no Encontro Nacional LGBT do PT, encontro que ocorre a cada quatro anos com o intuito de organizar as e os LGBT, debater a conjuntura política, pensar as colaborações para elaboração de um programa partidário e de governo, os desafios e por fim, eleger a direção e o coletivo para o próximo período.
O encontro deste ano teve uma particularidade, desde o último encontro setorial em 2012 e com mais força durante o 5º Congresso Nacional do PT em 2015, as e os LGBT do PT se articulam nacionalmente e reivindicam que deixemos de ser setorial e nos tornemos Secretaria.
Durante os Congressos Estaduais do PT conseguimos aprovar as resoluções nos estados como também no 6º Congresso Nacional do PT, sendo levado então para o Diretório Nacional do PT, que com nova composição, acolheu e aprovou a criação da Secretaria. Passamos então, a ser Secretaria setorial, o que fortalece a luta do movimento LGBT para dentro do partido e para a sociedade, onde sofremos, de diferentes formas, discriminação e LGBTfobia.
O encontro teve início na tarde do dia 21, onde foi realizado a acolhida e o credenciamento. Na abertura contamos com a presença da presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT) Gleisi Hoffmann, com falas das secretárias e secretários eleitos por estado e a noite se encerrou com grande ato na quadra dos bancários em São Paulo, com a presença do ex-presidente Lula.
No domingo, dia 22, no período da manhã as mulheres fizeram uma plenária onde foram discutidos alguns aspectos que precisam melhorar em relação a políticas do partido, sendo elas: implementação de políticas públicas para promoção da igualdade de gênero, raça e etnia; promover o equilíbrio de poder entre mulheres e homens, no âmbito dos direitos legais, participação na política e recursos econômicos; combater o tráfico de mulheres e a exploração sexual; criação de políticas de saúde voltadas para as LBTs; combater com mais rigorosidade o feminicídio.
No decorrer também teve o começo de uma articulação de um possível encontro nacional voltado para as mulheres LBTs (lésbicas, bissexuais e transexuais). Após a plenária, retornamos ao grande grupo e iniciamos a apresentação e aclamação da chapa única para a direção nacional, composta por representantes de todas as forças, com a candidatura da companheira Janaína Oliveira e com um coletivo de dez (10) titular e dez (10) suplente, obedecendo a paridade de gênero e cota geracional e racial.
No coletivo nacional LGBT, a tendência petista AE ficou com uma cadeira titular e uma suplência, respectivamente Fábio Veiga (AE/ES) e Tábatta Murielly (AE/RN).
Ao decorrer do encontro foram realizadas discussões, reflexões e análises, na perspectiva de construirmos um partido mais comprometido com as políticas voltadas para a comunidade LGBT. O Brasil assume mais de 40% dos crimes contra LGBT do mundo, a cada 25 horas é morta uma pessoa LGBT de forma extremamente violenta. É fundamental que o nosso partido se debruce a formular um programa que abarque o combate à LGBTfobia.
Debatemos a atual conjuntura nacional, no que tange a população LGBT, com o fortalecimento do conservadorismo, do fascismo e do desmonte das políticas públicas operadas pelo governo golpista e entreguista, que ao precarizar os serviços públicos, atinge diretamente os setores mais vulneráveis da classe trabalhadora que inclui a população LGBT.
Discutimos uma agenda positiva para 2018, com a candidatura de Lula e a necessidade de renovação nas assembleias e no congresso com candidaturas de esquerda e tenha um olhar para os setores discriminados da sociedade.
A tendência petista Articulação de Esquerda esteve representada, nestes debates, por Jaqueline Severo Da Cas (RS), Mateus Luan Klein Karling (RS), Maria Regina (RS), Tábatta Murielly (RN), Fábio Veiga (ES), Maiza Oliveira (MS) e Evandro Santos Pinheiro (MS) Thiago Oliveira Rodrigues (MT).
Fábio Veiga é integrante do coletivo nacional petista LGBT.