Por Valter Pomar (*)
Quando aqui no Brasil era uma hora da manhã de segunda-feira, 29 de julho, o senhor Amoroso, cabeça do Conselho Nacional Eleitoral, informou o resultado das eleições presidenciais de Venezuela.
Amoroso informou que a apuração ainda não terminou, mas a tendência é “contundente e ireversível”.
Venceu Nicolas Maduro, com 5.150.092 votos (51,20%).
O resultado corresponde a 80% dos votos apurados.
A participação total foi de 59% do eleitorado.
Amoroso explicou que o atraso na apuração se deveu a uma agresion contra el sistema de transmision de los datos.
Nicolas Maduro, em discurso feito logo depois, afirmou que a referida agressão fez parte de uma operação terrorista, cujo objetivo era afirmar que a eleição fora uma fraude.
Coincidentemente, antes mesmo do anúncio do resultado, Javier Milei, presidente da Argentina, postou no X o seguinte:
DICTADOR MADURO, AFUERA!!!
La Libertad Avanza en Latinoamérica.
E logo depois do anúncio dos resultados, foi a vez de Gabriel Boric, presidente do Chile, postar também no X o que segue abaixo:
El régimen de Maduro debe entender que los resultados que publica son difíciles de creer. La comunidad internacional y sobre todo el pueblo venezolano, incluyendo a los millones de venezolanos en el exilio, exigimos total transparencia de las actas y el proceso, y que veedores internacionales no comprometidos con el gobierno den cuenta de la veracidad de los resultados.
Confirma-se assim o óbvio: para alguns, a única hipótese aceitável (“crível”) era Maduro perder.
Sendo assim as coisas, a primeira tarefa dos setores progressistas, democráticos e de esquerda, é defender o respeito ao resultado da eleição.
Depois, é claro, cabe avaliar os resultados e discutir suas implicações.
Por enquanto, só um comentário: mais uma vez, apesar de todas as pressões, uma parte decisiva do povo venezuelano escolheu não se dobrar e não se render.
Um grande viva a este povo!
(*) Valter Pomar é professor e membro do diretório nacional do PT