Ni do Movimento: a esperança é vermelha

O texto abaixo integra o Boletim P13 LGBT -Edição n°05/ Maio 2025

Ni do Movimento é um nome político que faz todo sentido quando tu conheces a Ceniriani. Uma guria que cresceu no meio das lutas com o Movimento Nacional de Luta pela Moradia não poderia ser reconhecida por outro nome.

A Ni do Movimento está sempre dedicada às tarefas coletivas, seja para carregar uma cesta básica para as cozinhas solidárias do Movimento, para contribuir nos debates que o partido organiza ou coordenar uma ocupação. Uma rotina que tem pelo menos quatro turnos, tendo em vista que a Ni tem duas filhas, a Tainá (10 anos), a Dandara (16 anos), e um enteado Rian Galeano (10 anos), e a eles também dedica o trabalho intenso para construir um mundo melhor.

Ser militante, para a Ni, nunca foi uma escolha, sendo a condição da sua existência, embora seja uma posição bem refletida. A militância também garantiu à Ni a oportunidade de ser a primeira da família a ingressar no ensino superior, se formando em Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Desde os 16 anos ela faz parte da Themis, organização feminista e antirracista em que atua há quase 22 anos na defesa dos direitos das mulheres e questões ligadas a gênero, sexualidade e livre expressão sexual.

Apesar de estar há pouco tempo filiada ao PT, sempre esteve construindo e participando das disputas partidárias através do movimento de moradia, de juventude e feminista. Acontece que a Ni percebeu que o partido estava aquém das demandas dessa quadra da história. Como ela não é de fazer a crítica pela crítica, consequentemente a decisão foi de se filiar ao PT e somar a experiência de toda uma vida junto ao movimento popular para contribuir com a reorganização do partido em Porto Alegre.

A Ni foi candidata à vereadora pelo PT em 2024, em Porto Alegre, tendo como prioridade a questão da moradia, das mulheres, a pauta dos direitos da população LGBTQIA+ e os direitos dos povos originários. Toda e qualquer tarefa que a Ni encara é pensando em como isso acumula coletivamente para garantir avanços nas lutas travadas pela classe trabalhadora.

Foi a partir de muitos debates construídos dentro da AE e entre a militância de movimentos populares que convive no dia a dia com a Ni que decidimos coletivamente que ela seria a nossa candidata à presidência do PT municipal de Porto Alegre.

Essa decisão se dá em meio a um processo de reorganização da AE na capital gaúcha, no qual compreendemos que as nossas referências políticas devem emergir da militância diária, de quem nunca arreda o pé das batalhas e se coloca na linha da frente apesar dos riscos e desafios.

Entre tantos objetivos, a nossa prioridade é contribuir para fortalecer o partido em Porto Alegre. Mais do que nunca, o povo trabalhador da capital gaúcha precisa de um PT combativo, capaz de sustentar uma oposição forte ao desgoverno Melo e para isso precisamos da militância à frente das disputas. A militância e a classe trabalhadora precisam voltar a se enxergar nos espaços de direção do maior partido de esquerda da América Latina.

A Ni do Movimento está à disposição para as lutas do presente, independente da posição que tiver dentro do partido, olhando para o futuro com os olhos sonhadores que enxergam outro mundo possível, um mundo que será construído por nós, a classe trabalhadora e a militância petista. ★

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