‘O Nome da Vida’ traz uma história de militância na esquerda

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Texto publicado originalmente no site da  Fundação Perseu Abramo (FPA)

O livro de autoria de Wladimir Pomar e publicado pela Fundação Perseu Abramo tem 702 páginas, além de uma seção de fotografias. É uma autobiografia, mas vai além dos fatos que envolveram sua vida pessoal e política ao também apresentar a participação de outras pessoas nessa caminhada, companheiros e adversários, além de seus familiares a quem dedica referências de profundo amor e estima, particularmente à sua esposa e companheira de toda a vida, Raquel.

É uma leitura que prende e pede mais na medida que nos revela detalhes de uma vida de militância desde o PCB, passando pelo PCdoB até chegar ao PT durante sua fundação, com um período importante na clandestinidade, atuando em locais sobre os quais pouco conhecemos, mas que expressam o que é a diversidade do Brasil e em particular a exploração capitalista e a opressão nos sertões das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste.

O livro começa com sua última prisão e com a avaliação sobre a queda do Comitê Executivo do PCdoB, bem como o massacre da Lapa, onde uma das vítimas foi seu pai, Pedro Pomar. É conclusivo quanto ao diagnóstico sobre quem deu as informações à repressão para que esta prendesse e assassinasse a maioria dos participantes da reunião que discutiam as razões da derrota da guerrilha do Araguaia. No entanto, deixa em aberto a avaliação se as falhas na segurança da reunião foram propositais ou apenas uma ineficiência organizativa.

Uma questão que é reafirmada várias vezes e que, para quem conhece Wladimir, ele continua defendendo com insistência, é a necessidade da organização política e da participação das massas nas iniciativas e decisões dos partidos de esquerda. Segundo ele, dito de modo genérico pelo resenhista, as grandes falhas e derrotas que a esquerda brasileira sofreu historicamente deveram-se a essa ausência ou insuficiência.

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