Por Thelma Mello (*)
De acordo com a UNICEF e a DCIP (Defense for Children International – Palestine), mais de 4 mil crianças palestinas foram mortas em Gaza desde 7 de outubro. As crianças somam mais de 40% dos mortos. Imagens de crianças mortas, mutiladas, em choque, tremendo, chorando, gritando de dor e sujas de sangue, pó e fuligem circulam na mídia independente.
O que talvez o mundo não saiba é que o assassinato de crianças palestinas não é pontual. Entre 2000 e 2021, 2.196 crianças palestinas foram mortas em razão da presença de militares e colonos israelitas nos territórios palestinos ocupados. Em maio de 2021, 60 crianças foram assassinadas durante ataque de Israel na Operação Guardiã dos Muros. Apesar de os tratados internacionais – dos quais Israel é signatário –deixarem explícito que civis e crianças devem ser resguardados nos conflitos militares e que mesmo os estados estando em guerra têm a responsabilidade de proteger as crianças, Israel continua bombardeando hospitais e locais onde os civis tentam se esconder.
Assassinar crianças da forma como estamos vendo na Palestina é matar a possibilidade de sobrevivência de um povo. O genocídio em curso em Gaza não poupa as crianças e, quando o mundo se cala frente ao que acontece, suja as mãos de sangue inocente e corrobora com a extinção de um povo e uma cultura.
Não podemos relativizar direitos humanos, de nada adianta você defender os direitos das crianças brasileiras e fechar os olhos para as palestinas. Israel é o único país do mundo que processa crianças e mantém inúmeras detidas.
É preciso que o Estado brasileiro e a comunidade mundial imponham sanções a Israel para o cessar-fogo imediato.
(*) Thelma Mello é conselheira tutelar e servidora da Assistência Social no DF.