Orientação Militante N°400 (21 de dezembro de 2023)

Boletim interno da Direção Nacional da

tendência petista Articulação de Esquerda

***

1/Resolução sobre o PR

Considerando as informações recebidas pela direção nacional da AE a partir da “Ata aprovada do Congresso Intermunicipal Curitiba”, “equiparado ao 8º Congresso estadual da AE-PR”, encaminhamos que:

1.É preciso avançar com o processo de organização da tendência no Paraná, considerando os eixos discutidos e apresentados no congresso intermunicipal de Curitiba;

2.Nesse sentido, a direção nacional entende que é necessário realizar em 2024 um Congresso Estadual precedido de etapas municipais, que elejam direções municipais e delegados de base, de forma que o congresso estadual se realize de acordo com as determinações regimentais;

3.A realização do referido congresso estadual e das etapas municipais deverá ser acompanhada pela direção nacional;

4.Na atual direção nacional, conforme divisão de trabalho, há dirigentes responsáveis pelo acompanhamento do estado e pela tarefa de organização. Trata-se dos companheiros Júlio Quadros e Patrick Campos;

5.O companheiro Patrick Campos realizará os primeiros contatos, com a finalidade de confirmar as informações obtidas pela Ata do congresso intermunicipal de Curitiba e, junto com a militância do estado, preparar uma proposta de calendário para as atividades congressuais de 2024.

2/balanço organizativo AE Sindical 2023

Ações Organizativas do Setorial Nacional Sindical da Articulação de Esquerda em 2023

04 de fevereiro – Plenária Sindical Nacional da Articulação de Esquerda (virtual) – Novos desafios e perspectivas da classe trabalhadora no Brasil (71 participantes)

11 de fevereiro – Plenária Sindical Nacional da Educação da Articulação de Esquerda (virtual) –

14 de fevereiro – Conferência Sindical do DF

25 de fevereiro – Conferência Sindical de São Paulo

25 de fevereiro – Conferência Sindical de Minas Gerais

27 de fevereiro – Conferência Sindical de Sergipe

1º de março – Conferência Sindical do Espírito Santo

2 de março – Conferência Sindical do Rio Grande do Sul

4 de março – Conferência Sindical do Rio de Janeiro

10 de março – Conferência Sindical do Rio Grande do Norte

11 de março – Conferência Sindical do Mato Grosso do Sul

11 de março – Conferência Sindical de Pernambuco

23 a 26 de março – Conferência Sindical Nacional da Articulação de Esquerda – Brasília – 71 participantes

19 de abril – Plenária Sindical da Educação da Articulação de Esquerda

27 e 28 de julho – Curso Reforma da Estrutura Sindical

2 e 3 de dezembro – Seminário de Planejamento Sindical da AE do Espírito Santo

Eleições, CECUTs, CONCUT e demais Congressos de categorias nacionais

6 A 10 de Fevereiro – Congresso do Andes e desfiliação da CSP – Conlutas

17 de março – Plenária Intercongressual da CNTE – (cerca de 60 delegados/as)

25 a 27 de abril – Eleição do Sindicato dos Bancários de SP – Companheira Cleidinha reconduzida à diretoria executiva.

10 e 11 de maio – Eleição do ANDES Sindicato Nacional, compusemos a chapa Renova ANDES, venceu a situação.

13 a 14 de maio -Eleição do judiciário de Minas Gerais- Paula Meniconi disputou com chapa de oposição, ganhou a situação

25 e 26 de maio – Eleição da Apeoesp – Companheira Karen Silveira eleita para a direção estadual

14 de julho – Congresso do CPERS – aprovação da filiação à CUT

Julho e Agosto – Participação nos CECUTs – eleitos/as militantes da AE para as direções das CUTs – RJ, SP, MS,DF, RN, SE, PE e RS*. No RN houve disputa de chapas e compusemos a chapa vencedora e em SE temos a presidência e a maioria. *No RS a companheira Eleandra Kock voltou a militar na AE e está na Direção Estadual da CUT

11 a 14 de setembro – Eleição do Sindicato dos Servidores Municipais de Santo André – perdemos para a chapa da situação por pequena margem de votos (1006 a 962 votos)

20 e 21 de setembro – Congresso da CONTRACs – Companheira Kaliane eleita para a Secretaria de Formação

25 a 27 de setembro – Eleição do SINAGÊNCIAS – Sindicato Nacional das Agências Reguladoras – vencemos a eleição com Chapa de Oposição encabeçada pela AE.

05 de outubro – Impugnada Chapa de Oposição Sindiupes (professores do Espírito Santo)

19 de outubro – Encontro do Macrossetor Industria no CONCUT

19 a 21 de outubro CONCUT – reconduzidos/as para a Executiva Nacional – Jandyra Uehara (Secretária Nacional de Politicas Sociais e Direitos Humanos), Ismael César (diretor executivo) e Ivonete Alves (diretora executiva)

16 a 18 de novembro- Congresso do Sindicato dos Professores de Belo Horizonte- Filiação a CNTE – Luiz Bittencourt  eleito representante para CNE

20 a 22 de novembro – 8º Plenária Nacional da CNQ

21 de novembro – Assembleia da Escola Sindical do Nordeste – Eliane Bandeira eleita para a coordenadora pedagógica e Betinho (Rurais Sergipe) para o Conselho Fiscal

22 e 23 de novembro SINTEPE – 4 militantes da AE na Direção

23 de novembro – Eleição Regional Caicó Sinte RN – ganhamos com mais que o dobro da votação das duas chapas concorrentes

23 e 24 de novembro – Eleição do Sintsep do Mato Grosso do Sul (perdemos, porém, tivemos 30% dos votos)

23 a 25 de novembro – Eleições do Sindicato dos Servidores Municipais de São José dos Campos – eleitos/as 10 companheiros/as da AE na direção em posição de destaque na executiva

6 de dezembro – Congresso do Simpere (Professores de Recife) – desfiliação da CONLUTAS e filiação à CUT

13 DE DEZEMBRO – AE fez parte da chapa 3, que ganhou o Sinte regional de  Macau (RN)

14 a 17 DE DEZEMBRO CONDSEF/FENADSEF – Foram reconduzidos para direção os companheiros Ismael César (DF) e Adilson Nascimento (MS)

Plenária Nacional AE 2024

03 de fevereiro 09h – Plenária Nacional da Educação

(Novo Ensino Médio/ Piso e Carreira)

24 de fevereiro 09h – Plenária Nacional da AE Sindical

*ambos, formato virtual

3/Informe congresso da AE ES

Ata 8o Congresso Estadual Espírito Santo da tendência petista Articulação de Esquerda

Data: 26/11/2023 – 1a Etapa, Sindicato dos Ferroviários – Centro – Vitória – ES

Data: 17/12/2023 – 2a Etapa, Local: Sindicato dos Técnicos – SINTEC = Reta da Penha – Vitória – ES

Pauta:

  1. Informe das resoluções do 8o Congresso Nacional da AE;
  2. Análise da conjuntura estadual;
  3. Debate da tática e do plano de trabalho estadual, inclusive para as eleições 2024;
  4. Eleição da direção estadual da AE e da comissão de ética estadual.

Coordenação Congresso: Fabiana Rocha, Iriny Lopes e Telmo Sodré

Equipe de Sistematização: Telmo Sodré, Sebastião Erculino e Rogério Favoretti

Colaboração na ATA – Dilcéa Dias

1a Etapa:

O 8o Congresso Estadual da AE/ES, foi realizado no dia 26/11, de 9h às 15h, na Sede do Sindicato dos Ferroviários – SINDIFER – Centro – Vitória.

Iniciou-se com o debate da conjuntura, logo após foi feita a leitura dos 02 textos que foram apresentados para nortear o debate, durante a leitura os delegados e delegadas foram inscritos solicitando os destaques.

A mesa coordenadora do Congresso seguiu a ordem das inscrições dos pedidos de destaques, mas não conseguiu concluir, deliberamos que a 2a Etapa Estadual do 8a Congresso será realizada no dia 17/12, às 9h, na Sede do Sindicato dos Técnicos – SINTEC.

A relação das/os participantes está em mensagem enviada na lista nacional de emails da AE.

2a Etapa

A 2a Etapa do 8o Congresso foi realizada na Sede do Sindicato dos Técnicos – SINTEC – ES, no dia

17 de dezembro de 2023, 9h às 17h. A mesa coordenadora do Congresso retomou o debate do texto base de orientação, para concluir as emendas e destaques, de acordo como foram anotados nomes dos delegados e delegadas haviam solicitado. As emendas e destaques serão inseridos no texto base e logo após enviado a DNAE e os filiados/as da AE Espírito Santo.

Os delegados/as do 8o Congresso definiram tarefas para o próximo período:

 Realizar Conferência Eleitoral estadual, que será construída pela nova Direção da AE/ES;

 Incentivar pelo menos duas plenárias de organização das tarefas nos municípios, até junho/2024;

 A AE/ES, promover reuniões periódicas com a sua base;

 Direção AE/ES – manter reuniões com mais frequência, além de maior sintonia com a coordenação sindical;

 Serão realizados congressos de fundação em São Mateus, Alegre, Jaguaré, Cachoeiro de Itapemirim e Marechal Floriano, definidos por fazer refundação nesses municípios, vez que algumas pessoas já foram militantes e filiados à AE/ES, por isso, com autorização do 8º Congresso.

 Com a realização dos Congressos Municipais serão incorporados a Direção Estadual 01 representante Norte e 01 representante Sul.

Seguindo a pauta foi discutida a organização da AE/ES e logo após foi eleita a Direção Estadual e comissão de ética, que estão transcritas no final desta ata.

A relação das/os participantes está na mensagem que foi enviada para a lista nacional da AE.

Relação da nova direção (titulares e suplentes):

  1. Iriny Lopes
  2. Ana Claudia
  3. Fabiana Rocha
  4. Rogério Favoretti
  5. Sebastião Erculino Custódio
  6. Telmo Sodré
  7. Dilcéa Dias
  8. Célia Tavares
  9. 1 representante Norte
  10. 1 representante Sul

Relação da comissão de ética (titulares e suplentes).

  1. Gilmar Ferreira
  2. Ivonete Maria da Silva

Suplentes:

  1. Izanildo Sabino
  2. Nelma Monteiro

Vitória, 19 de dezembro de 2023.

Dilcéa Dias

4/Resolução do Congresso estadual São Paulo da tendência petista Articulação de Esquerda

(sem revisão final)

O congresso estadual SP da tendência petista Articulação de Esquerda, reunido no dia 2 de dezembro de 2023, na sede estadual do Partido, no bairro da Lapa, cidade de São Paulo (SP), debate e aprovou uma resolução política e organizativa, com diversas emendas cuja consolidação ficou a cargo da nova direção estadual.

A resolução abaixo é a versão final, consolidada pela direção estadual no dia 20 de dezembro de 2023.

INTERNACIONAL

O congresso estadual da AE São Paulo chama a atenção para alguns aspectos da situação internacional, temas que são tratados na resolução do oitavo congresso nacional da AE.

A situação mundial segue marcada por crises e por guerras. O pano de fundo é a tentativa do capitalismo imperialista de superar suas crises ampliando a exploração da classe trabalhadora e dos povos. Em particular, a principal ameaça à paz vem das tentativas que os Estados Unidos fazem para impedir seu declínio.

Os EUA têm responsabilidade direta na guerra da Ucrânia. Estimularam a deflagração do conflito por meio da expansão da OTAN e de outras provocações contra a Rússia. Fornecem armamentos e inteligência à Ucrânia e pressionam seus aliados europeus para que também o façam. Defendemos a dissolução da OTAN.

Os EUA têm responsabilidade direta no genocídio que Israel conduz contra o povo palestino em Gaza e na Cisjordânia, porque financiam a máquina de guerra do Estado sionista e não se opuseram à continua expansão dos assentamentos ilegais e expulsão de palestinos estimulada pelo atual governo israelense.

Afirmamos nosso total apoio à luta de independência do povo palestino. Só haverá paz quando terminar a ocupação colonial da Palestina, que é a mais longa da história moderna, durando já setenta e cinco anos (desde 1948). Hegemônico no Estado de Israel, o sionismo é uma ideologia racista e colonialista que orienta a extrema-direita judaica dentro e fora de Israel e inclusive no Brasil. Cabe ao povo da Palestina decidir em que termos vai exercer sua autodeterminação nacional.

Destacamos a necessidade de o Partido dos Trabalhadores e do conjunto das organizações sociais e partidárias da esquerda mobilizarem-se imediatamente em apoio à Palestina.

Na América Latina e Caribe, a situação segue instável. A eleição de Javier Milei na Argentina confirma que, em tempos de crise e polarização, um governo moderado, que faz concessões econômicas ao grande capital financeiro, contribui para o crescimento político e eleitoral da direita e da extrema-direita. Para mudar a correlação de forças na região, entre outras medidas, é imprescindível que o Brasil contribua para a integração produtiva e econômica da região. E isso só acontecerá caso o próprio Brasil promova uma industrialização de novo tipo.

BRASIL

O congresso estadual da AE São Paulo chama a atenção para alguns aspectos da situação nacional, temas que são tratados na resolução do oitavo congresso nacional da AE.

A situação brasileira demanda imediata mudança de rumos por parte do PT e do governo Lula. As medidas positivas tomadas pelo governo Lula, em favor da classe trabalhadora, não se demonstraram suficientes para alterar qualitativamente a correlação de forças em nosso favor. Por outro lado, as concessões feitas à direita neoliberal tradicional e, inclusive, a setores do bolsonarismo, impedem ou pelo menos dificultam muito a implementação de nosso programa e permitem a nossos inimigos manter espaços de poder estratégicos, a partir dos quais eles vão operar para tentar nos derrotar, seja nas eleições de 2024, seja no âmbito da maioria dos governos estaduais e municipais, que continuam a impor suas políticas neoliberais cotidianamente, em prejuízo dos interesses da população.

Destacamos, entre as mudanças necessárias no âmbito do governo federal: mudar os termos do chamado Novo Marco Fiscal, principalmente abandonando o objetivo do déficit zero; ampliar significativamente os investimentos sociais e produtivos; mudar as políticas de Defesa, de segurança pública e de comunicação.

Destacamos, entre as mudanças necessárias no âmbito do Partido: realizar uma campanha eleitoral, em 2024, marcada pelo debate dos grandes temas nacionais; desencadear uma campanha de massas em favor de uma reforma tributária efetiva, que faça os ricos pagarem a conta; apoiar todas as iniciativas que permitam a retomada da mobilização social, inclusive para disputar os rumos do governo Lula.

Como parte desta mobilização, destacamos a organização da Marcha à Brasília, no primeiro semestre de 2024, assim como o Primeiro de Maio de 2024.

SÃO PAULO

O estado de São Paulo, assim como os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, constituem as principais reservas políticas e eleitorais da direita brasileira. Assim como era necessário derrotar os tucanos no ninho, hoje se faz necessário derrotar a extrema-direita no ninho. É preciso, em particular, derrotar o governo Tarcísio, em todos os terrenos.

O governo Tarcísio Freitas-Felício Ramuth completa um ano em janeiro de 2024. Neste quase um ano de governo que vai se encerrando, Tarcísio confirmou as piores expectativas que já vinham anunciadas na gênese da sua candidatura. Acima de tudo, politicamente, ele vem se consolidando como um herdeiro do bolsonarismo em São Paulo, ao mesmo tempo que amplia as suas relações com setores tradicionais da direita paulista, destacadamente aqueles que vêm se abrigando no PSD sob a liderança de Gilberto Kassab, mas também com uma ala do PSDB.

É digno de nota o fato de que o PSD multiplicou por sete o número de prefeitos no estado de São Paulo durante este ano, passando de 46 para 329 desde dezembro de 2022 até o momento atual, período em que Kassab vem atuando como secretário de Governo do Tarcísio.

Com base neste amálgama de forças que engloba a extrema-direita, a direita tradicional e os espólios do tucanato, Tarcísio vai construindo sua própria marca, combinando a exacerbação do neoliberalismo com a escalada de posturas neofascistas. Paulatinamente, vai tentando se credenciar inclusive como uma alternativa das classes dominantes para a disputa presidencial de 2026, que terá um importante termômetro das municipais do ano que vem.

O fato é que, na medida em que os governos tucanos foram se enfraquecendo e o PSDB se desintegrando enquanto alternativa de representação para as classes dominantes em São Paulo, o bolsonarismo se credenciou neste papel, e Tarcísio cumpre um importante papel neste processo.

A agenda neoliberal, que vinha patinando com as dificuldades do governo João Doria-Rodrigo Garcia, foi retomada por Tarcísio com intensidade redobrada, acompanhada de um recrudescimento na postura repressiva do Estado com a nomeação de um secretário pública e assumidamente fascista, ex-integrante da ROTA e principal patrocinador da retirada das câmeras corporais, que vinham inibindo a violência da Polícia Militar. Para além do balanço setorial e de políticas públicas, que podemos detalhar a seguir, o essencial, então, é que Tarcísio vai se afirmando como um hábil defensor dos interesses do grande capital, manipulando um coquetel explosivo de escalada repressiva e agressividade no aprofundamento da agenda neoliberal.

Consequente com este programa, o governo Tarcísio vem tratando de “aprimorar” os aspectos repressivos do aparelho de estado e, ao mesmo tempo, de avançar no retrocesso das políticas públicas de atendimento aos direitos da população. Na prática, isto tem implicado mais ataques à população periférica, especialmente a juventude negra. A este respeito, é paradigmático o episódio da “chacina do Guarujá”, em que 28 moradores foram assassinados pela PM durante uma suposta operação policial (“Operação Escudo”) que se estendeu por 40 dias, com muitas denúncias de torturas e execuções indiscriminadas até hoje não devidamente apuradas. Esta faceta repressiva se aplica também em outro diapasão ao tratamento dado aos movimentos dos trabalhadores. Dirigentes sindicais que são funcionários do Metrô vêm sendo demitidos ou punidos. Na greve realizada dia 28 de novembro de 2023, foi realizada uma grande ofensiva para tentar impedir o movimento, com ameaças de punições individuais contra quem participar da greve e uma multa milionária contra os sindicatos.

A privatização da Sabesp, em estágio adiantado após a aprovação do PL 1.501/2023 pela Alesp no dia 6 de dezembro, e as propostas de privatização da CPTM e do Metrô, são a ponta de lança dos interesses políticos e econômicos representados pelo governo Tarcísio e que atendem, fundamentalmente, ao capital financeiro.

A Sabesp, por exemplo, desde a década de 90, é cobiçada por este capital, quando deixou de ser 100% estatal e se tornou uma empresa de capital aberto, com o governo paulista sendo o sócio majoritário com pouco mais de 50% das ações.

Agora, o governo Tarcísio vem dando um passo adiante, no sentido de vender de vez a empresa, e atuou fortemente neste sentido desde o início do seu mandato, quando anunciou, em grande estilo, no Fórum Econômico de Davos, a intenção de vender a empresa. No final do ano, ele acelerou a tramitação do projeto de privatização na Assembleia Legislativa, atropelando o regimento e – numa sessão totalmente irregular e com forte repressão – aprovou o que queria.

Os riscos para a população, com a votação deste projeto, são imensos. Hoje a Sabesp é responsável por um terço dos investimentos em saneamento que são feitos no Brasil todo ano, atendendo 375 municípios do estado, com destaque para a São Paulo capital.

Destes municípios atendidos pela empresa, a imensa maioria, 310, já tem o que se chama de 300%: 100% de abastecimento de água, 100% do esgoto coletado e 100% de tratamento do esgoto coletado. No total, 30 milhões de paulistas, 70% da população do estado, está coberta pela Sabesp.

A Sabesp continua sendo uma empresa de excelência, com quadros técnicos capacitados e grande capacidade de investimento. Tudo isto não obstante os estragos que a lógica de mercado causou à empresa nos últimos anos, com aumento das terceirizações e demissão de funcionários.

Na lógica privada, as tendências regressivas, inevitavelmente, irão predominar e o lucro passará a ser o objetivo principal da empresa, com o pagamento de dividendos aos acionistas e risco de atrasos e diminuição dos investimentos e perda de qualidade na manutenção do sistema, como ficou evidente, recentemente, no caso da energia elétrica, com a atuação desastrosa da Enel privatizada.

É preciso ressaltar também que o setor público de saneamento adota práticas de subsídios cruzados que equilibram as receitas com a ampliação de serviços à população, com regiões de maior rentabilidade garantindo o investimento em áreas menos rentáveis, como as zonas rurais e assentamentos precários nas periferias das grandes cidades, ao mesmo tempo garantindo tarifa social para a população de baixa renda.

A mesma lógica vale para o Metrô e a CPTM, que têm sido progressivamente privatizados com a concessão de linhas à iniciativa privada através de grandes consórcios, como o Via Mobilidade da CCR, que presta um péssimo serviço à população, consórcios estes que contam com a participação de grandes fundos estrangeiros.

O movimento sindical das categorias ameaçadas tem feito importantes mobilizações em oposição às privatizações, buscando alianças com os movimentos populares e atuando em sintonia com as bancadas dos partidos de esquerda que têm se oposto ao governo Tarcísio na Assembleia Legislativa, em especial PT, PCdoB e PSOL.

Uma iniciativa importante foi o lançamento de um Plebiscito Popular contra as privatizações da Sabesp, Metrô e CPTM. Foi um momento importante para ampliar o diálogo com a população, partindo do princípio de que a questão das privatizações não é um problema só dos trabalhadores dessas categorias, mas um problema de todo o povo de São Paulo.

Num período de aproximadamente dois meses, de setembro ao início de novembro, foram coletados 879.431 votos nas comunidades, sindicatos e locais de grande concentração, como estações de trem e metrô. O resultado do plebiscito popular foi o seguinte: 97% contra as privatizações; 0,72% a favor das privatizações; 2,28% nulos e brancos. O resultado do plebiscito popular demonstrou, concretamente, que a população paulista é contra as privatizações, como já vinha sendo aferido por pesquisas de opinião pública no primeiro semestre.

Outras iniciativas importantes foram as greves dos metroviários, ferroviários e trabalhadores da Sabesp realizadas nos dias 3 de outubro e 28 de novembro, com grande adesão das categorias. Estas greves trouxeram o debate sobre as privatizações para o centro da conjuntura e desmascararam as propostas do governo do estado. A reação de Tarcísio foi dobrar a aposta e forçar a votação do projeto de privatização da Sabesp, com o objetivo de evitar o debate da questão no período eleitoral. Esta luta vai ter alguns rounds ainda. É preciso reforçar a organização do movimento e adotar táticas que possam combater a sanha privatista, combinando a luta popular direta com a oposição parlamentar na Alesp.

Na área da segurança pública a receita básica do governo Tarcísio é aumento da repressão e da truculência policial. Não por acaso, boa parte da tropa de choque bolsonarista na Assembleia Legislativa é composta por ex-oficiais da PM e membros do aparato de repressão.

Na escalada repressiva do Estado, as principais vítimas são os jovens negros das periferias. O genocídio da juventude negra é um dos reflexos do racismo estrutural e da desigualdade de nosso país.

Os dados mais recentes mostram que a chance de um negro ser assassinado é 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não negra. A taxa de violência letal contra pessoas negras foi 162% maior que entre não negras.

A política de Tarcísio para a Educação, com o secretário Renato Feder à frente da pasta, aprofunda e radicaliza as medidas de destruição da educação pública que já vinham sendo implementadas pelos governos anteriores, do PSDB.

A gestão tem sido caracterizada por cortes de verbas para a educação e pela implantação desastrosa do “Novo Ensino Médio”, além das contratações precárias e da implantação do ideário neoliberal para a educação gestado nas fundações privadas Lemann, Ayrton Senna e outras, interessadas em parcelas das verbas pública para engordar seus cofres.

Na vida real, em nome do mal denominado PEI, centenas de salas de aula foram fechadas, principalmente nas periferias e no período noturno, dificultando ainda mais o acesso da classe trabalhadoras à educação pública.

A última medida do governador foi o envio de uma PEC à Assembleia Legislativa reduzindo o investimento mínimo em educação de 30% para 25%. A redução significaria 9 bilhões de reais a menos de investimentos na educação pública do estado de São Paulo, num quadro em que as escolas estão sucateadas e os salários dos trabalhadores da educação são desvalorizados.

O PT DE SÃO PAULO

A experiência dos últimos anos tem mostrado que é preciso impulsionar a organização de base dos trabalhadores nos locais de trabalho e moradia para impor derrotas às políticas neoliberais e derrotar a direita e a extrema-direita. Esta tem sido a grande dificuldade da esquerda, mas é o único caminho para romper o cerco da desmobilização e da captura de grande parte das classes trabalhadoras pela despolitização semeada pela direita. A verdade é que grande parte da esquerda segue na lógica meramente institucional, agora na lógica de uma frente ampla que nos amarra em alianças com inimigos de classe.

O que está colocado para o PT é reabrir o debate sobre a estratégia adotada no Brasil e aqui no estado de São Paulo e nos reposicionarmos para um combate mais eficaz ao governo Tarcísio no ano que vem. Sem disputar as ruas, será cada vez mais difícil vencer nas urnas.

Esperamos que setores mais amplos do PT e de toda esquerda se deem conta disto e possam ajudar a classe trabalhadora no seu movimento. Desde ponto de vista o papel da CUT e dos sindicatos é fundamental.

Entretanto, os problemas do PT no estado de São Paulo são imensos. Um sinal disso é a debilidade de nossos diretórios municipais e, também, das macrorregiões. Outro sinal é o fato de não termos candidatura petista à prefeitura de São Paulo capital. Mas o principal sinal (e causa) de nossa debilidade é já citada fraca oposição que fizemos aos governos tucanos, o que agora afeta nossa capacidade de oposição ao governo Tarcísio, que herdou, aliás, expressivas parcelas do apoio social e da máquina política tucana, que inclui a Alesp, os tribunais e o Ministério Público. Portanto, só haverá solução para os problemas organizativos que nos afetam, se houver mudança na linha política. Como já se disse, organização é política concentrada. Se a política está errada, a organização refletirá isso.

A ATUAÇÃO DA TENDÊNCIA PETISTA ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA EM SÃO PAULO

Mudar a qualidade e ampliar a intensidade da oposição petista ao governo Tarcísio: este constitui, hoje e nos próximos anos, o principal esforço da militância da tendência petista Articulação de Esquerda no estado de São Paulo.

Mas para que isso tenha o impacto necessário, é preciso que a própria Articulação de Esquerda dê um salto de qualidade na sua atuação no estado.

As medidas nesse sentido são as seguintes:

-eleger uma direção estadual comprometida com o plano de trabalho a seguir exposto;

-reunir-se com cada uma das direções municipais eleitas nas cidades de São José dos Campos, Diadema, Santo André, São Paulo, São Bernardo do Campo, Campinas, para discutir o plano de trabalho a seguir exposto e discutir como a direção estadual pode contribuir no trabalho em cada cidade;

-encarregar a direção estadual da AE de acompanhar, de forma direta, o trabalho da tendência nas cidades de São Caetano do Sul, Guaratinguetá e São Paulo capital;

-realizar congressos municipais, convocados e coordenados pela direção estadual, nas cidades de Guarulhos, Osasco, Franca e Santos, para nelas constituir direções municipais da AE;

-realizar, ao longo do primeiro semestre de 2024, antes da campanha eleitoral começar, uma caravana que passe por todas as cidades onde temos atuação;

-reunida em seguida ao Congresso, a direção estadual decidiu começar a caravana logo depois do Carnaval (17-18/2/2-24 ou 2-3/3/2024) e terminar até no máximo junho de 2024, começando com São José dos Campos e Guaratinguetá, indo em seguida a todas as cidades onde existimos como AE, em todas as cidades onde há possibilidade de constituir a AE, em todas as cidades onde a campanha a deputada estadual da Jandyra Uehara teve um potencial acima da média. A proposta é que participem da Caravana pelo menos dois dirigentes estaduais, que façam um mix de atividades: reunião aberta com petistas, reunião com gente da AE, curso de formação política etc.

-produzir novas edições especiais do jornal Página 13, dedicado a luta contra o governo Tarcísio;

-coordenar a nossa atuação nas secretarias e setoriais do Partido: educação, sindical, direitos humanos, ciências e tecnologia e tecnologia da Informação, SEMAD, Saúde, combate ao racismo, mulheres, cultura, economia solidária;

-ampliar nossa influência e fortalecer os sindicatos cuja direção integramos:

1) Apeoesp

2) Sindicato dos Bancários de SP

3) AdUFABC

4) Sindema

5) Sindserv SBC

6) Sindserv São José dos Campos

7) Sindicato dos Jornalistas de SP

-ampliar nossa influência nos sindicatos em cujas bases temos militância na oposição sindical

1) Servidores Municipais de Osasco

2) Servidores Municipais de Campinas

3) Sindicato dos Servidores de São Caetano do Sul

4) Servidores Municipais de Santo André

5) Sinpro Campinas

6) SindCT, Sindicato Nacional Ciência e Tecnologia do Setor Espacial, que reúne os servidores do Inpe, DCTA, Cemaden e Agência Espacial Brasileira (AEB);

-lançar candidaturas à vereança, de militantes da AE, nas seguintes cidades: Diadema e Campinas, São Bernardo do Campo;

-buscar lançar candidaturas à vereança, de militantes da AE, nas seguintes cidades: São José dos Campos, Guaratinguetá, São Caetano do Sul.

-apoiar candidaturas à vereança, de militantes que não são da AE, nas seguintes cidades: Santo André, São Paulo Capital, Franca, Ribeirão Preto.

Nas cidades onde não há candidatura própria à vereança e onde há várias alternativas que não são da AE, avocar para a DEAE SP o debate a respeito da tática eleitoral.

A DEAE poderá autorizar, em caráter excepcional e por razões justificadas, que militantes da AE façam campanhas para candidaturas que não são da AE.

SITUAÇÃO NAS CIDADES

A seguir apresentamos um informe resumido da situação política e organizativa em algumas das cidades onde a tendência atua.

Santo André

Em Santo André, haverá mais uma etapa do Congresso Intermunicipal, junto com Ribeirão Pires e Santos, no dia 20 de janeiro de 2024, que debaterá o texto sobre Conjuntura Local, Resoluções sobre Tática e Plano de Trabalho e Eleições 2024.

Essa nova etapa do Congresso Intermunicipal também definirá a candidatura a vereador ou vereadora que a AE apoiará na cidade, bem como elegerá a nova Direção Intermunicipal.

Ainda que essa nova etapa venha a definir e detalhar nossa tática e Plano de Trabalho, já existe uma minuta dos mesmos, apontando as principais frentes de atuação da AE na cidade.

No âmbito partidário, destaca-se a luta pela consolidação da Frente de Esquerda na cidade, para as eleições municipais, através do recém-criado Movimento Santo André Popular, juntando as Federações PT-PCdoB-PV e PSOL-Rede, com candidatura única ao executivo, com programa de esquerda e antineoliberal, de oposição ao atual governo tucano. E contra qualquer tentativa de setores do partido em transformá-la em uma nova versão de “Frente Ampla” com programa rebaixado.

Ainda no PT, é tarefa da AE consolidar e ampliar sua atuação à frente das Secretarias de Formação Política, dos Direitos Humanos, junto ao Coletivo de Finanças do Partido, junto aos Comitês Populares de Lutas do Jd. Las Vegas e Paranapiacaba (com a possibilidade de criar mais um Comitê na cidade), e na manutenção e reforço das atividades públicas de panfletagem e diálogo do PT com a população nas ruas, onde destaca-se nosso protagonismo dessa ação na Barraca da Oliveira Lima (centro da cidade).

Nas frentes de massa e lutas sociais em que atuamos e devemos atuar, citamos como prioridades: atuação no movimento sindical dos servidores municipais (seja na oposição sindical, ou, caso ganhemos a ação na justiça,  pra ganharmos as novas eleições que acontecerão); no movimento das mulheres; nas lutas da saúde via Frente Ampla de Defesa do SUS em Santo André; nas lutas ambientais (com destaque para a luta em defesa de Paranapiacaba, contra o Centro Logístico, e contra a privatização dos parques públicos); no planejamento de nossa ação junto à juventude no PT e na cidade (lacuna que a militância da AE entende necessária ser enfrentada); na atuação junto aos Movimentos de Moradia e lutas urbanas, com destaque para a atuação junto ao Nucleo Grande ABC do BrCidades e contra a revisão regressiva do Plano Diretor da cidade.

São José dos Campos

Em São Jos dos Campos, a AE adotou a seguinte resolução em seu Congresso sobre a tática para as eleições de 2024: “A AE em São José dos Campos entende como fundamental o esforço para se lançar uma candidatura própria da corrente na disputa da vereança nas eleições de 2024. Para tanto, precisa se concentrar em avaliar suas reais condições – políticas, econômicas e de militância – para construir sua candidatura própria, bem como buscar, dentre seus quadros orgânicos, uma candidata ou candidato com disposição e disponibilidade para encabeçar a disputa eleitoral do ano que vem.”

“Caso estejam presentes as condições mínimas necessárias para que uma candidatura própria da corrente possa desempenhar e atingir seus objetivos mais importantes nas eleições de 2024, o conjunto da militância da AE precisará tomar tal tarefa como prioritária desde já.”

“De forma a dar consequência a este esforço, fica convocada uma Plenária Municipal da AE para a última semana de fevereiro de 2024 para se deliberar, em definitivo, sobre a candidatura da AE para as eleições proporcionais em São José dos Campos, bem como acerca das demais definições da tática da corrente para as eleições municipais. Ao mesmo tempo, fica a DMAE mandatada para conduzir consultas e construir os meios para se concretizar o objetivo de se construir a candidatura própria da AE na disputa de uma vaga no Legislativo municipal.”

Diadema

A conjuntura municipal de Diadema pode ser caracterizada como um “desdobramento em processo” da situação criada com a vitória eleitoral do PT em 2020, que marcou o início de um novo período, depois de oito anos em que a cidade foi governada numa perspectiva de direita desconectada dos interesses da maioria da população.

O período das gestões 2013-2020 foi marcado por uma exacerbação do “antipetismo” na cidade, na esteira da movimentação nacional das direitas que culminaram no golpe de 2016 e na eleição de Bolsonaro em 2018.

Neste período fortaleceu-se na cidade uma base social alimentada pelo clientelismo político tradicional da direita, processo combinado com o resultado das batalhas ideológicas impulsionadas pela extrema direita e com mudanças na composição de classe da cidade, com o fortalecimento das camadas médias de extrato conservador, na esteira de uma grande expansão imobiliária ocorrida principalmente no centro da cidade.

Ao lado de outros fatores, estes fenômenos ajudam a explicar o ocorrido no segundo turno da eleição de 2020 em Diadema, em que a nossa vitória se deu com uma margem pequena de votos.

Frente a esta realidade, a principal tarefa política colocada para o governo petista que então se iniciou em 2021 era traçar as táticas corretas para enfraquecer e derrotar as forças políticas de direita da cidade, desestruturando os esquemas vigentes e fortalecendo uma nova prática de gestão participativa, democrática e sintonizada com as lutas da população pela ampliação dos direitos sociais.

Passados quase três anos de governo, podemos dizer que esta tarefa foi apenas parcialmente cumprida, pois apesar dos avanços e conquistas em várias políticas públicas, permanecem problemas de fundo que dificultam nossa ação. Estes problemas são de várias ordens, das quais destacamos:

  1. a) as dificuldades e obstáculos colocados pelo desmonte anterior no que tange à estruturação física dos serviços e equipamentos, no crescimento da dívida e na regressão tributária;
  2. b) a insistência em preservar políticas estruturalmente equivocadas, das quais a terceirização da saúde é o principal exemplo;
  3. c) uma adaptação ao modo de construir governabilidade com amplas alianças no parlamento, que acaba reforçando projetos antagônicos, com espaços no governo e outras concessões.

Frente a esta realidade, a perspectiva é que tenhamos uma dura disputa eleitoral em 2024, pois temos diante de nós um inimigo que se alinha ideologicamente à direita e que reforçou sua base social na última década, conforme já mencionado.

Estas forças políticas de direita são hoje a representação do neofascismo e do neoliberalismo na cidade, e se articulam politicamente em torno do governo Tarcísio de Freitas, ponta de lança do bolsonarismo no Estado de São Paulo, fazendo forte oposição ao nosso governo na Câmara Municipal e disputando territórios e setores da população.

Para derrotarmos estas forças reacionárias será necessário construirmos um processo de unidade partidária e das forças de esquerda, articulando ações efetivas em pelo menos cinco frentes, a saber:

1)ampliação da mobilização popular em torno dos temas chave da conjuntura que dizem respeito à pauta nacional e estadual de oposição ao neoliberalismo e neofascismo.

2)ampliação dos processos de participação popular do nosso governo, capilarizando estes processos em todos os bairros.

3)debate organizado e qualificado no Partido acerca dos pontos sensíveis das políticas públicas de governo com potencial de incidirem fortemente no processo das eleições municipais de 2024.

4)reorganização do Partido, que implica ações organizadas nos campos da nucleação, formação, finanças, comunicação e mobilização.

5)organização de processo democrático para a definição da tática eleitoral 2024, com leitura aprofundada da conjuntura municipal, política de alianças e definição das nossas candidaturas a vereadoras e vereadores.

A AE se organiza na cidade para ajudar o PT a levar a cabo as ações acima elencadas, desenvolvendo ao mesmo uma disputa partidária interna por estes objetivos e ações diretas na luta social.

Assim, nosso desafio é articular de forma coordenada a atuação que temos em diferentes espaços políticos para viabilizar o objetivo estratégico de ampliar e aprofundar os laços com a classe trabalhadora, disputar os rumos do PT Diadema e reeleger como vereador o companheiro Neno.

Nossa ação se desdobra nos seguintes espaços políticos: Sindema, Mandato vereador Neno, Governo Municipal e Espaço Patrícia Galvão, e nossa militância está presente nos seguintes movimentos:

a)Sindical – Sindema

b)Moradia – organizando ações reivindicativas de populações de núcleos habitacionais da periferia

c)Saúde – atuando em defesa do SUS, contra a terceirização da Saúde (SPDM), atuamos no Conselho Popular de Saúde

d)Cultura – atuamos na frente cultural debatendo a política cultural, participando de iniciativas independentes e promovendo ações culturais através do Espaço Pagu;

e)LGBTQIA+: atuamos no movimento LGBT da cidade

f)Mulheres: atuamos no Movimento de Mulheres de Diadema

g)Combate ao Racismo: participamos das atividades do movimento na cidade

h)Esportes: participamos de grupos e equipes esportivas na cidade, desenvolvendo atividades.

i)Educação: desenvolvemos ações de apoio às iniciativas da Apeoesp

São Paulo capital

A capital é governada pela direita desde 2017, em uma sequência de prefeitos muitos ruins para a classe trabalhadora e a população pobre da cidade. As políticas, práticas e referencial neoliberais são o fio condutor que interligam essa sequência. João Doria, Bruno Covas e Ricardo Nunes aprofundaram a destruição de todos os serviços públicos voltados para o povo da cidade. Privatizar é o lema principal. Até mesmo o serviço funerário, incluindo os cemitérios, passou a ser administrado por empresa privada. O resultado, nesse caso, veio muito rápido: a deterioração de um serviço tão sensível para as pessoas, que nem podem mais ter um tratamento digno para os seus entes queridos falecidos.

O governo de Tarcísio de Freitas no estado é uma versão piorada, se é que isso é possível, do governo Bolsonaro. A linha geral de extrema-direita e de políticas neoliberais extremas são as marcas desse governo. Que é muito próximo do prefeito da Capital. O principal foco da dupla nesse momento é a privatização da SABESP.

O PT da Capital, em 2020, em processo que os militantes da AE votaram contra, decidiu pela candidatura de Jilmar Tatto à prefeitura. O resultado conhecemos bem. Além de uma péssima colocação no resultado para a eleição para a prefeitura, elegemos uma bancada de vereadores pequena, com um núcleo combativo reduzido, parcela dos quais se elegeu para os parlamentos Federal (Juliana Cardoso) e estadual (Eduardo Suplicy e Antonio Donato). Atualmente, salvo exceções, em geral nossa bancada de vereadores, em votações importantes, vem se alinhando com os vereadores da base governista, portanto, com a prefeitura.

O PT saiu bastante fragmentado das eleições municipais de 2020, até porque algumas candidaturas petistas a vereador decidiram não apoiar nosso candidato e apoiar Guilherme Boulos, candidato do PSOL.

Agora, para 2024, o partido decidiu não apresentar candidatura própria e apoiar Boulos, em um acordo costurado sem a participação das instâncias municipais, o que gerou muitas críticas.

As eleições de 2024 têm uma enorme importância para a consolidação do governo Lula e o fortalecimento do partido, até mesmo vislumbrando às eleições presidenciais em 2026. E na Capital enfrentaremos essas eleições sem candidato próprio a prefeito e sem um puxador de votos, como foi o caso do Suplicy em 2020. Uma dura e desafiadora batalha.

E é nesse contexto que a AE da Capital, vem encontrando especialmente a partir de 2021, grandes desafios de mobilização da sua militância orgânica e não-orgânica. Tem havido um esvaziamento nas discussões. Hoje não temos uma tendência com a força que precisamos ter para uma intervenção de peso nas lutas da classe trabalhadora na cidade e no processo eleitoral.

Precisamos nos reaglutinar e atrair nossa militância e novos militantes. Precisamos ter musculatura para enfrentar os desafios do próximo período. A direção da Articulação de Esquerda da Capital, recém-eleita, tem essa como sua tarefa principal.

Hoje a nossa militância está distribuída nas seguintes áreas dos movimentos popular e sindical, e instâncias partidárias:

Temos atuação nos movimentos populares que incidem sobre as seguintes questões: pessoa com deficiência, meio ambiente, saúde, educação, moradia, direitos humanos, juventude, contra o racismo, imigrantes.

Atuamos nos seguintes sindicatos: bancários, jornalistas, médicos, professores (APEOESP).

Militantes da AE atuam, inclusive uma delas preside, o Conselho Municipal de Pessoa com Deficiência – CMPD-SP. Militantes da AE atuam em entidade de defesa do meio ambiente.

Atuamos nas seguintes instâncias partidárias: DZ Butantã, DZ Pinheiros, DZ Centro, DZ Santana, DZ Saúde, DZ Jabaquara, DZ Itaquera, DZ Vila Maria. A nova DMAE-SP da Capital está atualizando os atuais DZs de filiação dos/as  companheiros/as da Capital.

Atuamos nos seguintes Setoriais: da Saúde, do Meio Ambiente, de Ciências e Tecnologia de Informação, de Direitos Humanos, de Moradia, da Juventude, da Educação.

A DMAE-SP remeterá à DEAE-SP, no primeiro trimestre de 2024, novas informações sobre a inserção da tendência na vida política da Capital de São Paulo.

Osasco

A cidade de Osasco conta com mais de 700 mil eleitores. Não temos uma pré-candidatura exclusiva da AE, porém participamos com Flávia Mey da pré-candidatura apresentada por um coletivo, o AGORA É COM ELAS. A companheira Zélia (que será o nome que será colocado à disposição na urna) foi vice-prefeita na eleição anterior.

Em Osasco estamos inseridos no campo Sindical através da Oposição Sindical e atuando também no Setorial de Mulheres e Setorial de Combate ao Racismo.

CAMPINAS

Em Campinas, a AE organizou um planejamento de nossas pastas de atuação do DMAE e suas relações com as diversas frentes de luta. Tivemos um bom número de novos militantes, o que nos demonstra um reconhecimento, mas também a responsabilidade de cada vez nos organizarmos mais e melhor.  Elegemos neste contexto a nova composição de nosso diretório municipal. Os desafios em Campinas são muitos e segue um resumo dos debates e resoluções.

Primeiro seguem as resoluções sobre a pasta de “Frente de Massas” que procura articular as diversas formas de luta sociais espalhadas pela cidade.  A lutas a serem aprofundadas e massificadas são:

STU – Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, STMC – Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Campinas

SINPRO – Sindicato dos Professore (Rede Privada) Campinas.

Advogados Independentes (MAIC),

Meio Ambiente – Grupo Fórum Socioambiental de Campinas e Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara Municipal.

Saúde (MOPS) Movimento Popular de Saúde. Conselho Municipal de Saúde.

Infância e Juventude:  Conselhos Tutelares. Ampliamos de uma para duas conselheiras a partir de 2024.

Luta Antirracista: Setorial de Combate ao Racismo e MNU Campinas.

Luta Estudantil:  Reconstruir a JAE com a busca de novos militantes, e combater pela reconstrução da JPT-Campinas, que se vê desarticulada.

Movimento LGBTQIAP+: engajar os militantes desta causa com uma atuação junto ao mandato da Guida Calixto em propostas de atuações no campo dos direitos LGBTQIAP+.  Integrar e atuar esta secretaria no PT Campinas.

Na frente cultural, junto ao Conselho Municipal de Cultura.

Destacamos, finalmente, o papel jogado pelo  (CCEV), Centro Cultural Esperança Vermelha. Conselho Municipal de Cultura.

Sobre a questão Eleitoral de 2024:

Há consenso em torno da candidatura ao Executivo de Pedro Tourinho, (ainda sem vice definido).  Que a federação PSol/Rede deve juntar-se a PT/PCdoB/PV, com possibilidade de o PDT também vir. A candidatura de Pedro Tourinho será de extrema importância no combate da extrema direita campineira, e estaremos envolvidos com a  perspectiva de uma campanha que seja  engajada nas lutas sociais da cidade. Em relação as eleições legislativas municipais, estamos mobilizados e organizados para a reeleição de nossa vereadora Guida Calixto, ampliando suas áreas de atuação, propondo novas ações parlamentares, e construindo de forma vigorosa sua candidatura de 2024..

Sobre a nossa atuação no PT Campinas:

Somos o maior partido de esquerda na cidade. Temos a grande responsabilidade de enfrentar a aliança entre o (des)governo Dário, a extrema direita e os abusos dos detentores do poder econômico. Temos como tarefa organizar a oposição ao governo municipal, o que inclui a mobilização social e maior envolvimento da direção nos debates e decisões da bancada de vereadores/as petistas. O PT é quem deve dirigir a bancada e não o contrário.

Além disso, precisamos continuar atuando para garantir: regularidade das reuniões do DM e Executiva, mais espaços de debate no partido, a luta por uma direção que dê prioridade para mobilização de setores populares, inclusive ou especialmente fora dos períodos eleitorais e que organize a militância para participar dos conselhos municipais. Que o PT Campinas seja um partido que esteja nos territórios e nas principais pautas da cidade, organizando uma sede com condições mínimas para que a militância realize debates, mobilizações, reuniões etc., através de uma política de finanças militante.

NOVA DIREÇÃO ESTADUAL

O congresso estadual da AE SP elegeu a seguinte direção estadual: Karen Silveira, Jandyra Uehara, Fabiana Gonçalves, Lício Lobo e Valter Pomar; e elegeu a seguinte comissão de ética estadual: Louise Azevedo, Flávia Mey, Francivaldo Badá, Adriano Bueno.

Na sua primeira reunião, a direção estadual aprovou a seguinte divisão de tarefas: geral e organização, Valter Pomar (convocar as reuniões da direção, preparar a pauta, coordenar o conjunto; acompanhar as cidades onde a AE existe, estimular a organização da AE nas demais); partido, setoriais do PT, sindical, Jandyra Uehara; GTE estadual, Lício Lobo; juventude e finanças, Fabiana Gonçalves (cobrar nosso pessoal, para que pague a anuidade; propor uma campanha de finanças estadual, para que tenhamos um caixa que viabilize as atividades da própria estadual); mulheres e formação, Karen Silveira (mobilizar o pessoal de SP a participar das atividades nacionais, organizar atividades estaduais de formação, apoiar atividades municipais).

SOBRE A SITUAÇÃO NACIONAL DO PT

O congresso estadual aprovou propor à Dnae que articule um “manifesto nacional” ao Partido, apontando soluções para os graves problemas que nos ameaçam.

5/agenda

21 de dezembro: vai ao ar a última edição 2023 do Podcast. A partir daí e durante o recesso, as informações seguirão via www.pagina13.org.br e via grupos de zap e email.

31 de dezembro: data limite para chegada, à tesouraria nacional, de informações pendentes acerca dos congressos de base da AE RS

8 de janeiro: dia nacional contra a intentona golpista

8 de janeiro 14h00 recomeça o programa Contramola

8 de janeiro 19h00 reunião zoom sobre legislação eleitoral e federação nas eleições municipais

10 de janeiro: data limite para chegar informações, ao GTE, sobre candidaturas 2024

13 e 14 de janeiro, curso de formação na Bahia

17 de janeiro minicurso de formação no RN História da CUT e de suas tendências (Izabel Costa e Valter Pomar)

18 de janeiro minicurso de formação no RN Trabalho de base e estratégia (Izabel Costa e Valter Pomar).

19 de janeiro minicurso de formação no RN Capitalismo e luta pelo socialismo, no Brasil e no mundo (Izabel Costa, Valter Pomar e Daniel Valença)

20 de janeiro minicurso de formação no RN História do PT e das tendências petistas (Izabel Costa, Valter Pomar e Daniel Valença)

21 de janeiro minicurso de formação no RN Teorias e debates acerca da estratégia da luta pelo socialismo (Izabel Costa, Valter Pomar e Daniel Valença)

21 de janeiro: data tentativa de reunião virtual da Dnae. Pauta tentativa: análise da conjuntura e resolução; regimento da ouvidoria e outros encaminhamentos relativos ao tema violência contra a mulher; proposta de repartição do fundo partidário; roteiro de orientação para nossas pré-candidaturas, acerca da tática eleitoral; retorno do companheiro Nasson, sobre correspondência enviada para ele pela Dnae; congressos estaduais no Amazonas (Valter), Rondônia (Valter), Amapá (Valter), Piaui (Múcio), Alagoas (Natália), Mato Grosso (Daniela); retomada do processo congressual no PA e PR; pauta do Página 13 de fevereiro; pauta da Esquerda Petista de junho; plano para redes sociais e listas de transmissão; reunião dos comunicadores da AE; reunião para discutir iniciativas de comunicação nas campanhas e nos estados; resolução sobre juventude, a partir da resolução da CNJAE; resolução sobre mulheres; votação do parecer da comissão de ética sobre ES e sobre RS.

25 de janeiro de 2024, em São Paulo capital, a ELAHP oferecerá um minicurso sobre violência de gênero. Maiores informações, no site da ELAHP.

26 a 28 de janeiro, conferência nacional da JAE em São Paulo

29 de janeiro, termina o recesso do Antivírus

31 de janeiro, voltam as lives do Manifesto Petista

2 de fevereiro, termina o recesso do Podcast

3 de fevereiro 09h – Plenária Nacional da Educação (Novo Ensino Médio/ Piso e Carreira) (formato virtual)

10 de fevereiro aniversário do PT

18 de fevereiro, curso em Patos de Minas (MG)

24 de fevereiro 09h – Plenária Nacional da AE Sindical (formato virtual)

31 de março e 1 de abril dias nacionais de luta: golpismo e ditadura, nunca mais!

1 de maio: dia nacional de luta da classe trabalhadora

6)divisão de trabalho na Dnae

Geral (Valter); Organização (Patrick); Formação (Humberto); Comunicação (Valter); Tesouraria (Daniela Matos, Damarci); Institucional (Múcio Magalhães); Juventude (Patrick Campos); Mulheres (Wilma, Ana); Sindical (Jandyra); Setoriais PT (Júlio Quadros); Partido (Natália); Federação (Natália); Fundação (Valter); Grupo de Trabalho Eleitoral da AE (Humberto, Wilma, Natália, Júlio, Daniela, Hilton, Damarci).

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