Orientação Militante N°450 (04 de fevereiro de 2025)

Boletim interno da Direção Nacional da

tendência petista Articulação de Esquerda

***

1.Reunião com AE Alagoas e simpatizantes

Será dia 4 de fevereiro, 19h00, em sala zoom. Interessados em participar, peçam o link a qualquer integrante da Dnae.

2.Esclarecimento sobre votação nos congressos de base

Só podem votar nos congressos de base pessoas que são militantes em dia; para se tornar militante é preciso seguir o procedimento detalhado no Manual Militante; para estar em dia é preciso pagar a contribuição militante.

Quem está em dia na lista divulgada periodicamente pela tesouraria, é só comparecer e votar; quem está na lista de militantes da Damarci e não está em dia, tem que pagar até no máximo a véspera do congresso.

O pagamento pode ser integral ou pode ser parcelado. No caso de ser parcelado é preciso escrever antes para a tesouraria.

Quem não está na lista de militantes (ou porque nunca foi, ou porque foi militante mas não está mais na lista porque deixou de pagar por demasiado tempo), precisa fazer duas operações: se refiliar na tendência, seguindo os procedimentos previstos no Manual, inclusive pagar; e deve ter seu nome registrado na ata do respectivo congresso, de maneira que seu voto será ou não confirmado pelo congresso nacional, conforme procedimento também previsto no Manual Militante.

3.Reunião da direção estadual da AE Sergipe

Será no dia 6 de fevereiro, as 19h00, presencial.

4.Edição de março do Página 13

Quem quiser escrever deve enviar seu texto até o dia 25 de fevereiro, através do email pomar.valter@gmail.com

5.Edição da revista Esquerda Petista

Quem quiser escrever deve enviar seu texto até o dia 28 de fevereiro. Nosso esforço é ter a revista impressa no máximo até o final de abril. Sem prejuízo de outros assuntos, estão previstos textos sobre: EUA, China, América Latina, Governo, Indústria, Congresso, Judiciário, Partido, C&T, Entrevista com Guilherme Estrela, Programa espacial, Redes sociais.

6.Aniversário do PT

Dia 10 de fevereiro recomendamos assistir a live do Manifesto Petista. Recomendamos, também, que todas as direções municipais da AE proponham, às respectivas direções partidárias, a organização de uma atividade para marcar os 45 anos do Partido. Onde a direção não quiser fazer isto, a própria tendência petista AE deve organizar.

7.Eleições do Andes

As eleições vão ocorrer no dia 7 e 8 de maio de 2025. Devem concorrer quatro chapas: uma ligada a atual diretoria (setores do PSOL), uma ligada ao PSTU e duas originadas do Renova Andes. Sobre o racha do Renova Andes, recomendamos ler dois textos: o da professora Maria Carloto e o dos professores Nicole Pontes, Edson Franco e Geverson Grzeszczeszyn.

A respeito destes três professores, três comentários: 1/esperamos que a chapa encabeçada por O Trabalho use suas energias para fazer oposição, não para atacar a nossa chapa de oposição; 2/OT sabe que nossa chapa de oposição é integrada por militantes sem partido, por militantes petistas sem tendência e, também, por militantes de inúmeras tendências do Partido; 3/ OT  sabe quem é a tendência petista Articulação de Esquerda, sabe que a companheira Maria Carlotto não é militante da AE e sabe perfeitamente que a crítica contra a política e contra a postura de OT é ampla, geral e irrestrita, não sendo monopólio de nenhuma pessoa e de nenhum setor.

8.Texto da professora Maria Carlotto

Caras/os colegas e amigos/as,

Desde ontem, tenho recebido mensagens de companheiros/as e amigos/as que compuseram historicamente o Fórum Renova ANDES em São Paulo, tentando entender o que aconteceu no Congresso de Vitória que resultou no lançamento de duas chapas do RENOVA ANDES. Também me perguntaram porque nós, que formamos a Chapa 4, Oposição para Renovar o ANDES, “saímos” do Fórum Renova ANDES, inclusive com a minha remoção do grupo RENOVA da regional São Paulo.

Esta carta é para explicar, da minha perspectiva, o que aconteceu.

Quero começar dizendo que tenho muito respeito por todos os colegas que compõem a corrente “O Trabalho” (OT), especialmente em São Paulo. Juntos, construímos desde o início o Fórum Renova Andes que, da minha perspectiva, não pertence a nenhum grupo em particular, mas é uma construção coletiva que envolveu muito trabalho de todos nós.

A história dessa divisão de caminhos é longa.

Desde a eleição de 2021, o campo que hoje compõe a chapa 4, “Oposição para renovar o ANDES”, tinha o diagnóstico de que o controle da diretoria do ANDES sobre o processo eleitoral é tão forte, que a única chance que a oposição tem de ganhar as eleições é ampliando muito o seu volume de votos, o que implica ampliar a própria composição do Renova, trazendo para dentro grandes associações docentes e outros grupos e partidos políticos, numa grande frente ampla de oposição.

Foi nesse espírito que, nas eleições de 2023, esse campo do Renova que integro passou a defender:

  • Colocar na cabeça de chapa um/a presidente/a de AD grande, que não representasse claramente nenhuma corrente política e tivesse muita expressão sindical;
  • Trazer diretores de ADs, especialmente das grandes, para o núcleo político do Renova, tais como presidentes, ex-presidentes e diretores da UFMG, ADUFRJ; ADUFAL, UFSCAr etc.
  • Abrir uma conversa formal com o PSOL, para que eles compusessem junto conosco o Fórum Renova ANDES.

Também lutamos para que dois pactos fundadores do RENOVA fossem preservados:

  • Tomar todas as decisões do Fórum por consenso numa executiva montada em plenárias nacionais;
  • nenhuma corrente política hegemonizar nenhuma instância do Renova, inclusive na chapa.

No Congresso do Acre, que definiu nossa estratégia para as eleições de 2023, já houve muito embate entre o nosso campo e a corrente O Trabalho, em torno dessas questões. Em suma, eles resistiam a ceder espaço para operacionalizar essa ampliação.

Mesmo assim, conseguimos pactuar uma chapa e, apesar de a OT controlar 10 das 12 regionais da chapa Renova ANDES 2023, avançamos significativamente na ampliação. Basta dizer que:

  • Pasquetti, ex-presidente da AdunB e não ligado a nenhuma corrente partidária encabeçou a chapa;
  • ADUFRJ foi para o Triunvirato;
  • ADUFAL, ADUFPR, APUB/UFGM, UFSCAR vieram para o núcleo político do RENOVA;
  • Setores do PSOL passaram a integrar o Renova, inclusive na executiva.

O resultado, já sabemos: só não vencemos as eleições de 2023 porque a atual diretoria se valeu de uma manobra eleitoral muito grosseira para manter o controle do sindicato: excluir arbitrariamente dois dos maiores colégios eleitorais do ANDES, justamente a UFMG e a UFSCar.

De novo, nos deparamos com o diagnóstico, compartilhado por todos os setores do Renova, de que é muito difícil vencer o controle burocrático da ALB (Andes de Luta e pela Base) sobre as eleições do ANDES. Controle, esse, vale dizer, que de tão forte, beira o peleguismo.

E nesse contexto, veio a greve das federais de 2024 que reorganizou todo o campo do Renova que, na minha avaliação se dividiu em três posições:

  • Uma, que foi majoritária entre os colegas do OT, de defender a greve sem praticamente nenhuma diferenciação em relação à diretoria do ANDES, inclusive aprovando a greve no calendário formalmente proposto, mesmo que em assembleias esvaziadas.
  • outra, majoritária no meu campo, que optou por construir com mais calma a greve, aprovando a entrada ao longo do seu primeiro mês, para fazer uma greve de maioria em assembleias amplas (posso dizer que essa foi a posição da diretoria da ADUFABC, que eu presidia).
  • uma terceira, bastante minoritária e que veio a se retirar do Renova de maneira mais ou menos organizada, daqueles que não defenderam e não construíram a greve em nenhum momento, seja por não considerarem a greve um instrumento eficaz, seja por não acharem que era hora de fazer aquele movimento.

Não tenho tempo aqui de analisar a greve, embora possa fazer um outro texto para quem interessar. O que importa destacar é que aquela experiência aprofundou a divisão que já existia entre os dois principais campos do Renova. Isso porque, o diagnóstico compartilhado por todos, de que seria muito difícil vencer as eleições pelo controle burocrático da diretoria sobre o processo (basta dizer que o presidente do ANDES é o presidente da comissão eleitoral), foi ainda mais aprofundado por alguns agravantes:

  • a já referida saída do RENOVA de setores que não concordaram com o nosso apoio à greve;
  • a péssima condução do governo da greve e da política educacional como um todo, que dá algum lastro ao esquerdismo de amplos setores do ANDES;
  • a atuação do Renova no Comando Nacional de Greve, que ajudou a diretoria a terminar a greve de 2024 melhor do que em outras ocasiões;
  • o esforço da ALB para ampliar sua presença em outros colégios eleitorais, em especial nas bases do Proifes que passaram a querer voltar para o ANDES, em especial, a Bahia.

Diante desse cenário ainda mais desafiador, os dois campos do Renova passarama divergir profundamente na sua avaliação sobre o que fazer:

  • de um lado, nosso campo, defendendo ampliar ainda mais o Renova, o que significaria reduzir ainda mais o espaço dos grupos que historicamente fundaram o Renova, como a OT, ampliando a presença de lideranças representativas, com muita expressão sindical. Nossa carta pública de meados de janeiro diz isso explicitamente: https://forms.gle/6fif7AFSkbhZ1u726
  • de outro, os colegas da OT passaram a defender, de maneira mais ou menos explícita, uma aliança com um setor da atual diretoria (formada, vale lembrar, pela ALB + PCB). Para quem tiver dúvida, recomendo a leitura desse texto, de uma liderança da OT no Renova, que não menciona mais o RENOVA e fala explicitamente na formação de uma nova maioria: https://petista.org.br/2025/01/17/o-que-esta-em-jogo-no-congresso-do-andes/

Nesse contexto, em dezembro de 2024, por cobrança nossa, a OT deu informe na executiva do RENOVA de que, de fato, tinha conversado, unilateralmente, com a ALB, na figura do presidente do ANDES, Gustavo Seferian, mas que se o acordo com o Andes pela Base saísse, nós seríamos comunicados na executiva.

Ao mesmo tempo, soubemos por companheiros do PCB que a ALB fecharia acordo com setores do RENOVA e que, por isso mesmo, eles se retirariam da aliança com o Andes pela Base, o que de fato aconteceu.

Com esse quadro, entramos no Congresso de Vitória sem acordo na executiva do Renova sobre qual caminho seguir na formação da chapa. Se alguém tiver interesse, posso relatar em detalhe como tudo transcorreu desde a plenária de 18 de janeiro, mas se for entrar nisso, esta carta ficaria muito longa.

O que posso dizer, para sintetizar, é que a OT defendia as plenárias, em geral controladas por eles, fossem o espaço de decisão sobre os critérios de formação da chapa, inclusive a presidência, e nosso campo defendia que fosse mantido o pacto original, a saber, que a executiva do Renova, por consenso, tomasse essas decisões. Não que isso seja decisivo, mas ovale dizer que o campo que formou a chapa 4 tinha maioria na executiva do Renova ANDES.

Gostaria de frisar que até a terça-feira, dia 28/01, em pleno congresso, tentamos reunir a executiva do Renova para tentar um acordo, em vão, conforme prints abaixo.  Os colegas da OT se recusaram a se reunir conosco naquele espaço que, na nossa opinião, era o fórum legítimo. Apesar de nada ter sido dito no grupo, a alegação pública era, justamente, que nossa recusa de ir às plenárias por eles convocadas e controladas, representava um abandono do Fórum Renova ANDES. Nós, da nossa parte, discordamos dessa avaliação e achamos que o espaço deliberativo do Renova, conforme pacto histórico nosso, era a executiva do Fórum.

Diante desse impasse, mas, sobretudo, em função das profundas diferenças de avaliação política já relatadas, o Renova ANDES saiu com duas chapas em 2025.

Apesar disso, durante todo o Congresso de Vitória, até a plenária da noite de sexta-feira, 31 de janeiro, estávamos atuando em conjunto, inclusive, com ótimas relações interpessoais, como tem que ser.

Por isso mesmo, fomos surpreendidos por dois acontecimentos, na noite da última sexta-feira, que acho importante relatar.

  • no final da última plenária do congresso, votaríamos a formação da comissão eleitoral. Nesse contexto, fizemos um acordo entre a chapa 2 e a chapa 4 para votarmos mutuamente nos nossos representantes para compor a comissão eleitoral, na tentativa de furar o bloqueio da ALB, que sempre elege todos os membros da comissão eleitoral. Nós, da chapa 4, cumprimos fielmente o acordo e votamos em peso nos candidatos da chapa 2. Porém, durante a votação do nosso representante, a OT se retirou em bloco do plenário para não votar conosco.
  • praticamente ao mesmo tempo, todos nós que compomos ou apoiamos a chapa 4, Oposição para RENOVAR o ANDES, fomos excluídos, simultaneamente de todos os grupos nacionais do Renova, sem aviso prévio e sem comum acordo.

Apesar do meu carinho e respeito pelos companheiros do OT, acho as duas atitudes lamentáveis, mas preciso dizer que essas pequenas truculências e quebras de acordo vinham se tornado cada vez mais comuns nos últimos meses, fragilizando a relação de confiança que tínhamos e que é essencial para qualquer construção política comum.

Quero terminar esta carte discordando da avalição de que a divisão do Renova em duas chapas reduziu nossas chances eleitorais e quero explicar o porquê.

Primeiro, acho que mesmo sem a nossa divisão, essa seria uma eleição difícil. O PCB, de fato, rachou com a ALB, mas como não lançou chapa e, rigorosamente, segue base da ALB. Do ponto de vista eleitoral, portanto, não tem muita diferença saírem juntos ou separados. O racha da ultraesquerda, por sua vez, é o mesmo de 2023 e, dessa vez, infelizmente, sem a figura de proa e agregadora do movimento, a Marinalva, que faleceu há aproximadamente um ano.

Mas isso é o menos importante. O mais importante é que a ALB aprovou um regimento eleitoral que mudou a lógica da eleição, tornando quase impossível a fiscalização. Na prática, toda a base do Proifes poderá votar apresentando o contracheque, sem que saibamos com antecedência qual o tamanho desses colégios eleitorais.

Essa avaliação, reitero, era compartilhada por todos nós do Renova, mas tiramos dela consequências diferentes.

Na minha opinião, a OT avaliou que era melhor, nesse cenário, tentar uma aliança com a ALB. Sobre isso, acho importante dizer que a ALB formalizou um convite à OT durante o congresso, o que foi inclusive informado na plenária do Renova chamada pela OT na quarta-feira à noite. Porém, até onde eu sei, não houve consenso sobre essa composição. Mesmo assim, chamo a atenção para o fato de que o manifesto da chapa não traz nenhuma crítica à atual direção do ANDES, nem nenhum componente explícito de oposição. Ao contrário, as críticas duras da OT nas últimas semanas se voltaram contra nós, do próprio RENOVA, a quem passaram a caracterizar como “chapa-brancas”, governistas e pró-proifes, a mesma nomenclatura que a direção do ANDES sempre usou contra todos nós do RENOVA.

Nós, como já disse, discordamos dessa linha de composição e, por isso, lançamos a CHAPA 4 OPOSIÇÃO PARA RENOVAR O ANDES. Reivindicamos a herança do Renova ANDES, inclusive no nome, embora saibamos que a OT, por várias questões, inclusive nossa falta de disposição de tensionar com eles, tomou o controle unilateral da marca, das redes sociais e dos grupos virtuais do Renova. Apesar de discordarmos disso profundamente, decidimos não perder mais tempo com essa disputa interna, porque nosso empenho, daqui para frente, está totalmente voltado para VENCER AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES DO ANDES.

E justamente porque defendíamos que o caminho para isso era a ampliação, demos passos importantíssimos nessa direção e, na minha avaliação, nossas chances eleitorais aumentaram muito.

Durante o congresso, nossa chapa já está quase que integralmente formada, ampliou-se e já com o apoio formal de presidentes, vice-presidentes e diretores das seguintes ADs:

ADUFAL – Federal de Alagoas

ADUFMS – Federal do Matro Grosso do Sul

ADUFABC – Federal do ABC

ADUR-RJ – Federal Rural do Rio de Janeiro

ADUFRA – Federal Rural da Amazônia

⁠ADUNB – Universidade de Brasília

APUB/UFMG – Federal de Minas Gerais

ADUFPR – Federal do Paraná

⁠SINDUFT-PR  – Federal Tecnológica do Paraná

⁠ADUFPI – Federal do Piauí

ADUFSM – Federal de Santa Maria

ADUERN ESTADUAL DO RN – Estadual do Rio Grande do Norte

ADUNIRIO – UniRio

ADUNEB – Estadual da Bahia

Também temos forte apoio nas bases da:

ADUFPA – Federal do Pará

ASDUERJ – Estadual do Rio

ADUFSCAR – Federal de São Carlos

ADUFPEL – Pelotas

SINDURCA – Cariri

Outros apoios chegaram, mas não podemos ainda publicizar porque os termos estão sendo negociados. Mas o fato é que a própria ALB reconhece que somos, hoje, a chapa mais forte para derrotar a atual diretoria e, se depender do nosso empenho, faremos isso!

Para tanto, queremos contar com o apoio de tudo mundo, respeitando profundamente os que quiserem apoiar a outra chapa do Renova.

Por fim, gostaria de dizer que estou no triunvirato da chapa 4, candidata à secretária geral. Resisti muito a essa indicação, por questões sobretudo pessoais, mas acabei aceitando ao apelo para termos duas mulheres no triunvirato, sendo uma de São Paulo. Importante dizer que a nossa chapa é a única com maioria de mulheres no triunvirato e a única também com representação de São Paulo – lembrando que São Paulo é o local de fundação do ANDES, maior sistema universitário público do país, completamente abandonado pela direção atual, algo que sempre criticamos no Renova SP.

Quem quiser me contatar para saber mais, segue meu contato, caso não tenham gravado: (11)993260330. Ao final dessa carta, coloquei nosso manifesto.

Um abraço muito fraterno a todos e todas,

São Paulo, 02 de fevereiro de 2025

Maria Caramez Carlotto

Presidenta da ADUFABC

Candidata à Secretária Geral da Chapa 4 – Oposição para renovar o ANDES

9.Carta dos professores Nicole, Edson e Geverson

Nota de esclarecimentos do Renova Andes para restabelecer a verdade

Colegas,

O fórum Renova Andes foi criado e segue sendo um espaço aberto, livre e plural – independente de governos – para agrupar todos os setores que se opuseram às práticas sectárias e burocráticas dentro do Andes, que o afastaram da categoria e das lutas por direitos profissionais, salários, carreiras, condições de trabalho, investimentos em ciências e Tecnologia. Com esse objetivo o Renova lançou a chapa 2 e iniciamos nossa pré-campanha por todo o país.

Infelizmente uma carta de uma das integrantes do triunvirato da chapa 4, que rompeu com o Renova Andes, divulga uma série de inverdades, informações falsas e manipuladas, exigindo de nós um breve esclarecimento para restabelecer a verdade. A autora da carta é parte ou próxima de um grupo político (a AE – articulação de esquerda) que operou um ataque antidemocrático ao Fórum Renova Andes neste 43º Congresso do Andes (27 a 31/01/2025). Esse setor que saiu do Renova é o melhor aliado que a diretoria do Andes poderia esperar.

A base política do ataque ao Renova Andes

Tal grupo, minoritário tanto na base do Fórum Renova Andes, quanto em sua Coordenação Executiva, vinha desenvolvendo uma posição política que fere a independência do sindicato em relação ao governo. Que fere, portanto, a necessidade de organizar a luta contra o Novo Arcabouço Fiscal, contra os anunciados cortes de verbas do Ajuste Fiscal à Educação e contra as novas regras, mais restritivas ainda, à reajustes salariais e à abertura de concursos públicos trazidas pelo PLP-210/2024.

A expressão de tal posicionamento político manifestou-se na greve das federais. Representantes de tal grupo foram os que mais resistiram em defender a greve ainda durante o Congresso do Andes de fevereiro de 2024. Alguns deles chegaram a votar contra a greve nas assembleias. Estas cresciam em todo o país de maneira exponencial já nas primeiras semanas de março, expressando a vontade da base em construir o movimento paredista para arrancar reajuste salarial. Com a greve já deflagrada nacionalmente e com seu forte crescimento, uma outra parte de tal grupo aceitou aderir à greve a reboque da base que assim o exigia.

Ao final da greve, passaram a fazer um balanço negativo dela. O documento que tal grupo lançou às vésperas do Congresso deste ano diz que a greve teria sido “deflagrada precocemente” e que teria sido “excessivamente longa”. Ademais, apresentava uma acusação completamente falsa e infundada ao Comando Nacional de Greve de que sua contraproposta “se implementada, superaria o teto do funcionalismo público” (SIC!). O documento exime assim o governo – quando de fato foi ele o responsável pela morosidade do processo negocial e, portanto, pela extensão da greve.

Coerente com suas posições, o setor minoritário, do qual a autora da carta faz parte, defendia formar uma chapa em diálogo (e inclusive possível composição) com os setores que foram contra a greve (e/ou que a furaram). Escolhera para presidência da chapa um companheiro que mais intensamente criticava a ação do CNG pela greve ter “se estendido muito” ou pela falsa acusação à sua contraproposta. Tal posição, contudo, conflitava-se com a da maioria dos ativistas e dirigentes locais de ADs do Fórum Renova Andes.

A posição da maioria do Renova Andes

Essa maioria não vacilou em propor a organização da greve numa linha de independência sindical: mobilizar a base docente para atender as reivindicações negadas pelo NAF do nosso próprio governo, até para fazê-lo avançar contra os inimigos privatistas do Ensino e dos servidores públicos dentro e fora do governo. Claro que tais renovistas defenderam desde o início que o Comando Nacional de Greve pressionasse o governo para abrir negociação e assim ajudaram a construir uma contraproposta intermediária bastante razoável e combateram o divisionismo chapa-branca da Proifes. É bom lembrar que, devido a tal política acertada, o Renova ajudou a dirigir o CNG.

Na Coordenação Executiva do Fórum Renova Andes os representantes da maioria defendiam um balanço positivo da greve e expressavam uma outra orientação política (bem diferente da minoria) calcada na independência e autonomia sindical. Consequentemente, a maioria era contra incorporar a uma chapa à direção do Andes-SN qualquer setor que havia feito campanha pública contra a greve (ou ainda, pior, que tivesse furado a greve). Sugeria também um outro nome à presidência do Andes: a da companheira Nicole Pontes (Aduferpe), uma das principais dirigentes do Comando Nacional de Greve – que participou de várias das negociações em seu nome na Mesa Nacional no ministério da Gestão.

Ataque à independência sindical e à democracia da base

A coordenação executiva do Renova, como de costume, convocou uma Plenária Nacional Online (não deliberativa) às vésperas do Congresso e outra, presencial, (essa sim deliberativa) com a participação das delegações renovistas no Congresso do Andes. Ambas plenárias foram decididas consensualmente. Como havia divergência entre os dois grupos sobre a orientação política da construção da chapa, a composição de sua nominata e o nome a assumir sua presidência, o debate e a decisão, como reza o princípio democrático, deveria ser levado à base: a decisão final seria tomada pelo voto das delegações renovistas presentes ao Congresso do Andes.

Mas o grupo minoritário, do qual a autora da carta faz parte, não aceitou submeter-se à base e à democracia. Por isso não compareceram nas plenárias nacionais do Renova realizadas nos dias 24, 27 e na própria convenção que elegeu a proposta de triunvirato no dia 29 de janeiro. A carta saída da convenção do Renova finalizava com um apelo e abertura ao diálogo, como chapa em construção. Mas no dia seguinte à convenção do Renova o setor minoritário se reuniu e lançou sua chapa, colocando em risco a continuidade de todo um trabalho para construir nosso fórum.

Queriam impor a todo o custo sua posição num acordo de cúpula. Queriam forçar um consenso que não existia. Quando perceberam que seus interlocutores não cederiam às suas chantagens, decidiram romper o quadro comum. Lançaram um documento público atacando, de antemão, o direito dos delegados do Renova decidirem democraticamente e anunciaram que não compareceriam mais a qualquer plenária de base do Renova. Estranha forma de democracia esses colegas defendem…

Aqueles que dividiram o Renova são os melhores aliados da Diretoria

Relembremos que boa parte desses mesmos colegas que hoje estão na chapa 4 levaram o Renova à beira do precipício no congresso do Acre em 2023, tensionando para impedir de todas as formas que houvesse uma convenção do Renova, que houvesse um debate aberto, utilizando a chantagem da ruptura do nosso movimento para enfim forçar e impor um nome para encabeçar nossa chapa. Cedemos para impedir a explosão do Renova Andes e isso prejudicou e atrasou e muito nossa campanha de 2023.

Nunca faltaram espaços e disposição para preservar o Renova Andes como espaço para construção de uma alternativa dentro do Andes, como força tradicional de oposição, propositiva, enraizada na base, militante nas seções, aberta a todas as expressões e alternativas que surgem no movimento docente. Nossas grandes plenárias nacionais e reuniões regionais são os espaços em que construímos nossas propostas, preparamos as TRs aos congressos, articulamos nossa ação nas greves e eleições das ADs. Essa “tradição” rompeu com a prática de acertos de grupos e supostos líderes que negociam e decidem sem a participação da base docente.

Defender o Renova Andes e ganhar as eleições

O Renova Andes cresceu nessa luta como referência política nacional na categoria, não somando contas de votos passados e pequenos arranjos eleitoreiros, como quer fazer crer nossa colega da chapa 4, mas ganhando uma nova e ampla base na categoria. Isso obrigou inclusive setores da diretoria do Andes a se somarem conosco na luta comum no comando de greve das universidades federais. Somente uma visão sectária e pequena ignoraria essa nova situação.

A luta da categoria se chocou com os obstáculos do Arcabouço Fiscal, com as travas impostas pela direita e setores aliados no Congresso Nacional, dominado pelo Centrão e lançando mão do mecanismo corruptor das emendas parlamentares, que são de fato um verdadeiro golpe contra o governo Lula, eleito pelos trabalhadores para atender as reivindicações e retomar os direitos retirados pelos governos Temer e Bolsonaro (como as contra reformas Trabalhista, da Previdência e da Lei das Terceirizações Ilimitadas). Mostramos que o único caminho para defender as universidades públicas, para arrancar conquistas, é mobilizar os docentes, inclusive com a greve, para convencer o governo a retomar o rumo certo.

A colega da chapa 4 tem uma visão superficial de que a vitória ou derrota nas eleições do Andes depende somente das manipulações da diretoria do Andes ou de alianças de algumas ADs. Sim, não devemos subestimar o controle da máquina, mas isso revela que para nossa colega da chapa 4 a luta, as mobilizações na base são secundárias, que a greve e as ações diretas não interferem na correlação de forças, nas mudanças que ocorrem inclusive no interior da direção do sindicato. Não é sem motivos que se incomodavam com as decisões democráticas das plenárias de base do Renova.

O Renova Andes nunca foi uma seita ou uma soma de pequenos grupos e alguns supostos líderes iluminados, mas um movimento aberto e democrático, que reflete o anseio da categoria por fazer do Andes um instrumento para conquistar melhores salários, carreiras consolidadas, apoio à pesquisa e extensão e uma ampla série de direitos específicos que a diretoria do Andes vem ignorando. É esse movimento que a chapa do Renova Andes abraçou e não irá abrir mão.

O Renova Andes e a chapa 2 nasceram para lutar e conquistar, organizando com transparência e democracia a nossa categoria. Junte-se a nós para defender o Renova Andes e se somar na construção da nossa vitória.

Nicole Pontes, Edson Franco e Geverson Grzeszczeszyn

Triunvirato da Chapa 2 – Renova Andes

03/fevereiro/2025

10.agenda 2025

4/2/25 recomeça o Antivírus

5,6,7/02 atividades da AE sindical em Natal (RN) – Jandyra

6 e 7/2/25 atividades em Sergipe

7/2/25 sai o primeiro podcast do ano

8/2/25 15h plenária em Osasco, para debater a situação nacional, estadual e o PED em SP

10/2 super live do Manifesto Petista para marcar aniversário de 45 anos do Partido dos Trabalhadores

11/2/25 plenária zoom com a AE Amapá 19h00

12 a 14/2/25 atividades em Minas Gerais

14/2 atividade no MS – Natália Sena

16/2 reunião da executiva nacional da AE

19,20 e 21/2 – Caravana AE-RJ (confirmar com DEAE)

22/2 – Festa de aniversário do PT no Rio de Janeiro

25/2 – Reunião de comunicadores da AE

28/2/25 data limite para novas filiações ao PT, para poder votar no PED.

8/3 – Oito de março

8 a 11/3 – atividades em Sergipe – (Jandyra)

9/3/2025 último dia para realizar congressos de base para eleger delegação ao nono congresso nacional da AE

14 a 16/3 – Congresso nacional da AE em São Paulo

23/3 – Congresso da AE Bahia para eleição de direção (Patrick)

Atenção para plenária estatutária da CUT.

Atenção para eleição do Andes Sindicato Nacional.

11.Expediente

Direção nacional eleita no oitavo congresso: Daniela Matos, Natália Sena, Jandyra Uehara, Júlio Quadros, Patrick Campos, Valter Pomar, Ana Affonso, Elisa Guaraná, Adriana Souza, Gleice Jane, Ivonete Alves, Wilma dos Reis, Eliane Bandeira, Múcio Magalhaēs, Humberto Amaducci, Leirson Azevedo, Hilton Faria da Silva, Damarci Olivi.

Comissão de ética: Titulares: Jonatas Moreth(DF); Sophia Mata (RN). Suplentes: Izabel Costa (RJ); Pere Petit (PA).

Ouvidoria: Ouvidoriaae@gmail.com

 

 

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