Oscar Wilde e o debate sobre o indivíduo

Por Thaís Ribeira de Paula (*)

Texto publicado na edição de março Boletim P13 LGBT

Em 2025 completam-se 125 anos da morte de Oscar Wilde, escritor irlandês nascido em Dublin em 1854. Sua biografia é marcada pelas acusações de “sodomia” e “atividades homossexuais” e pela condenação à prisão com trabalhos forçados por “indecência grosseira”, com base na lei criminal então vigente no “liberal” Reino Unido.

Meses antes de ser preso, seu ensaio A Alma do Homem Sob o Socialismo foi publicado em livro, nos deixando algumas das mais ricas e profundas reflexões sobre as determinações do sistema econômico e social sobre o desenvolvimento pleno da individualidade de todos e cada um dos seres humanos sobre a Terra.

Os ideólogos da classe dominante até o momento têm vencido os debates sobre a questão do indivíduo e da individualidade, impondo a tese de que é o capitalismo que proporciona às pessoas a possibilidade de viver de acordo com a sua individualidade e que uma sociedade socialista, por outro lado, suprimiria todo o aspecto distintivo e singular contido em cada indivíduo, em favor de um modo de organização social que homogeneizaria a humanidade.

Contudo, o máximo desenvolvimento da individualidade do conjunto da humanidade levará, necessariamente, à uma imensa diversidade. E diversidade, como hoje sabemos melhor do que antes, não é algo que o sistema capitalista e o regime da propriedade privada sejam capazes de comportar, nem de suportar. Como disse Wilde neste belo ensaio:

“Socialismo, Comunismo, ou que nome se lhe dê, ao transformar a propriedade privada em bem público, e ao substituir a competição pela cooperação, há de restituir à sociedade sua condição própria de organismo inteiramente sadio, e há de assegurar o bem-estar material de cada um de seus membros. Devolverá, de fato, à Vida, sua base e seu meio naturais.”

(*) Thaís Ribeira de Paula, militante do PT e da AE em São José dos Campos/SP

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