Por Daniel Pires*
Em todo transcorrer histórico brasileiro foi no estado de São Paulo que se concentrou parcelas significativas das forças capitalistas do país. Nos últimos cinco anos, essa realidade tem sido acentuada com nossos inimigos aplicando ações, cada vez mais, autoritárias e conservadoras. É nesse estado que se encontra o QG do golpe – oligopólio midiático, as lideranças dos partidos de direita, a burguesia e os novos movimentos de extrema-direita e fascista. Porém é por aqui também que temos focos importantes das forças de resistência, seja no movimento sindical, nos movimentos sociais, nas organizações políticas democráticas, populares e socialistas.
É nesse cenário de batalha que apresentamos o nome da companheira Ana Lídia como pré-candidata à deputada estadual de São Paulo. A história de Ana se confunde com a própria história do Partido de Trabalhadores: filha de pais metalúrgicos de São José dos Campos, logo começa a militar ao entrar na UNIFESP Guarulhos, universidade fruto da expansão universitária do governo federal petista, cravada na região periférica da cidade que na época também era administrada pelo PT. Se filia ao PT em 2008 e, desde então, vem atuando junto aos movimentos de juventude e de educação, defendendo as conquistas dos nossos governos e lutando sempre por sua ampliação, em busca de uma sociedade justa e igualitária. No ano de 2011, passa a atuar na Rede Minka como professora de cursinho popular pré-vestibular, torna-se professora da rede privada e em 2013 professora da rede estadual de ensino público, lecionando Sociologia e filiada à APEOESP, trava importantes combates contra os desmontes da educação do governo Alckmin, na luta lado a lado por uma educação emancipadora, democrática, crítica e pública. Nos últimos anos também tem atuado no movimento de mulheres, principalmente, na militância junto às trabalhadoras do sexo.
A necessidade de uma pré-candidatura como a de Ana Lídia, torna-se essencial devido seu enfrentamento incessante contra o golpismo paulista: seja na luta das professoras e professores; nos movimentos de juventude; no movimento de mulheres; na organização sindical; na mobilização popular contra o golpe da presidenta Dilma; seja na luta contra os ataques aos direitos da classe trabalhadora; nas construções das greves gerais; e na defesa do companheiro Lula. É nessa ponta de lança que tem que se guiar o PT estadual: lutar intransigentemente, tanto na luta institucional, quanto na luta de massas e cultural, implicando derrotas ao golpismo, construindo de fato uma alternativa política democrática, popular e socialista para as trabalhadoras e trabalhadores paulistas.
A companheira Ana Lídia, que em 2014 já fora candidata a deputada federal pelo PT-SP, trazendo na época a luta da juventude trabalhadora, em favor da ampliação de políticas em defesa dos direitos das mulheres e na defesa de reformas populares estruturantes, em especial, de uma reforma política com constituinte exclusiva, contribuiu naquele momento em grande escala com os anseios de uma sociedade socialista. Nesse ano de 2018, acreditamos na capacidade política de Ana Lídia reassumir esse projeto coletivo, só que nesse momento como pré-candidata à deputada estadual na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP). Fazendo uma agenda combativa aos desmontes tucanos, aos ataques golpistas e na defesa dos direitos sociais – representando as classes trabalhadoras, as juventudes, as mulheres e todas e todos lutadores e lutadoras dos movimentos populares.
Não vivemos uma normalidade institucional, não navegamos em mares tranquilos, as eleições de 2018 estão sobre efeito de grande grau de instabilidade. Portanto, essas eleições se darão num terreno com temas nacionalizados, em extremo conflito de classes, da qual nossas candidaturas não bastarão apenas fazer a “mera” defesa de propostas, mais do que nunca, necessitamos de uma postura combativa no campo das ideias e na luta social – defender a classe trabalhadora, defender o PT e defender o companheiro Lula. A defesa do movimento “Lula Livre” é central para qualquer candidatura de esquerda do país que se pretenda ser justa, defensora da soberania popular, das liberdades democráticas, dos direitos sociais e de um novo futuro com uma alternativa real para nossa classe! É nessa toada que estamos dispostos a lutar, é nesse cenário crítico que estaremos organizados na batalha por Lula Livre e é nesse tempo sombrio que construímos a esperança vermelha com Ana Lídia na ALESP!
* Daniel Pires é membro da executiva municipal do PT-Campinas e da direção estadual da JPT-SP.
Fonte: Página 13, n. 186, mai. 2018