Yoda falou e disse: chegando o dia está!

Por Valter Pomar (*)

Como diria Mestre Yoda: a língua queimou, um morno PED quem queria.

Verdade: a eleição direta das direções do PT está acontecendo em meio a uma conjuntura muito aquecida.

Até mesmo os defensores da “frente ampla contra o fascismo” já perceberam que o problema está muito mais embaixo.

Claro que é preciso enfrentar e derrotar a extrema-direita.

Mas é preciso, também, enfrentar e derrotar a direita neoliberal tradicional.

Esta que dirige o Congresso e que tenta roubar do presidente Lula o direito de presidir o Brasil.

Esta que segue controlando o Banco Central e que mantém uma das taxas de juros mais altas do mundo.

Os fatos estão berrando: é preciso mudar a linha política do Partido.

Aliás, foi essa a posição que venceu os debates entre os candidatos à presidência nacional do PT.

O “cavalo do comissário” ficou isolado na defesa do status quo.

O caso é o seguinte: tudo que está acontecendo nas últimas semanas e meses vem confirmando as teses de quem defende mudar a linha política do Partido e do governo.

Lula já percebeu isso, como demonstra – entre outras falas e atitudes – a foto que ilustra esta postagem.

Mas outras lideranças estão batendo cabeça.

Tem gente contemporizando com Hugo Motta: Gleisi defende Motta de ataques ‘pessoais e desqualificados’ | O TEMPO

Tem gente resistindo a entrar com ação no STF: IOF: vice do PT diz que governo Lula erra ao recorrer ao STF | Metrópoles

Tem gente buscando um “acordo” com Supremo e com tudo: IOF: Veja como o governo ‘morde e assopra’ em busca de negociação com o Congresso em ação no STF

Tem até mesmo gente roçando o alambrado do parlamentarismo: Líder do governo Lula defende retomada de discussão sobre plebiscito para parlamentarismo

A verdade é que parte da liderança do governo e parte da liderança do Partido não sabem direito o que fazer.

E por conta disso ziguezagueiam: sinalizam para a esquerda, depois ameaçam dar um cavalo de pau para a direita e podem terminar (nos) capotando.

Mas outra parte da liderança partidária e governamental já começou a fazer aquilo que nós da esquerda petista sempre dissemos que precisava ser feito.

Portanto, se o PED for decidido pela política “pura”, a esquerda vencerá dia 6 de julho.

Mas nem só de “pureza” se faz a política.

Entre outras coisas, cabe lembrar que o grupo que atualmente dirige o PT tem muita força acumulada e construída ao longo de anos, tem máquinas, tem meios e está usando tudo isto, sem freios e contrapesos.

Portanto, pode acontecer de tudo, inclusive nada.

Pode até mesmo acontecer deles conseguirem aumentar artificialmente a sua atual maioria relativa e, também, conseguirem eleger no primeiro turno um candidato que não empolga nem mesmo sua entourage (aliás, quem paga os assessores que viajam com ele?).

Mas também pode acontecer deles serem derrotados, perderem a maioria relativa que hoje possuem no Diretório Nacional e, além disso, a escolha do presidente nacional pode ir para o segundo turno.

Esta possibilidade de derrota talvez explique que, por incrível que pareça, termos sido gentilmente consultados acerca da realização de uma “coletiva à imprensa” no dia 7 de julho, segunda-feira, na sede do PT em Brasília, com o presidente Humberto e os 4 candidatos, para…

…para o quê mesmo???

Convenhamos: dia 6 domingo é a votação, que promete momentos emocionantes em vários locais. As atas podem chegar até o dia 7 segunda na hora do almoço. A totalização, portanto, vai estar começando dia 7 segunda de tarde. E é provável que haja muitos recursos.

Logo, não há que fazer “coletiva” dia 7 de tarde, a não ser que alguém esteja cogitando anunciar o resultado antes da apuração.

Aliás, vejam que coincidência, na GloboNews de 2 de julho foi dito que “Edinho toma posse segunda-feira.”

Seria engraçado, se não fosse trágico, ver algumas pessoas tentando transformar a direção do Partido em comitê eleitoral de uma chapa e de uma candidatura.

Mais um motivo para, no domingo 6 de julho, eleger uma nova maioria partidária e mandar para o segundo turno a disputa presidencial.

Dia 6, chapa 220, porque “em tempos de guerra, a esperança é vermelha!”.

(*) Valter Pomar é professor e candidato à presidência nacional do PT

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