Nota oficial – A barbárie não é política de segurança: pelo fim do genocídio no Rio de Janeiro

Página 13 divulga nota da setorial nacional de Direitos Humanos do PT acerca da política de segurança pública no Rio de Janeiro e recentes declarações a respeito no âmbito do Partido.

COORDENAÇÃO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS DO PT

NOTA OFICIAL

​A Barbárie não é Política de Segurança: Pelo fim do Genocídio no Rio de Janeiro

​A Secretaria Nacional de Direitos Humanos do Partido dos Trabalhadores vem a público para manifestar seu repúdio veemente à política de segurança pública baseada no extermínio, na letalidade indiscriminada e na desumanização dos territórios periféricos, modelo infelizmente vigente no estado do Rio de Janeiro sob a gestão Cláudio Castro.

​Diante dos debates recentes sobre a atuação policial em comunidades, é imperativo reafirmar: não existe “sucesso” em operações que deixam para trás um rastro de sangue, corpos e famílias destroçadas. A lógica que naturaliza massacres e tenta legitimar a morte de cidadãos sob o pretexto de combate ao crime não nos representa, não constrói a paz e fere frontalmente os princípios fundantes do nosso partido e da democracia.

​Classificar vítimas da letalidade policial como descartáveis, ou sugerir que aqueles que tombam sob a mira do Estado o fazem por “inépcia” ou “escolha”, é uma afronta à dignidade humana. Ninguém que morre em decorrência da falência do Estado é “otário”. São jovens negros, moradores de favelas, trabalhadores e, inclusive, suspeitos que deveriam ser submetidos ao devido processo legal, e não à execução sumária.

​A normalização do discurso de que “bandido bom é bandido morto” ou a ridicularização da morte nas favelas serve apenas para alimentar a máquina de moer gente pobre que se instalou no Rio de Janeiro. O governo Cláudio Castro tem perpetrado um verdadeiro genocídio contra a juventude negra, acumulando chacinas e transformando a polícia em vetor de insegurança, não de proteção.

​Operações policiais, como a chacina que resultou em 122 de mortes, não são demonstrações de força; são atestados de fracasso institucional e incompetência investigativa. Segurança Pública se faz com inteligência, rastreamento financeiro do crime organizado, valorização da vida e respeito aos Direitos Humanos.

A barbárie, seja ela praticada por criminosos ou fardada pelo Estado, deve ser combatida, e nunca aplaudida ou minimizada. Nos solidarizamos com todas as famílias vítimas da violência no Rio de Janeiro e reafirmamos nosso compromisso inegociável com a vida.

​O Partido dos Trabalhadores nasceu da luta contra o arbítrio e em defesa da vida. Não compactuamos com a necropolítica. Repudiamos quaisquer manifestações preconceituosas, reacionárias, autoritárias ou que incentivem a violência. Preferimos, como referência, os exemplos das políticas públicas do Governo do Presidente Lula no combate ao crime.

Brasília, 03 de dezembro de 2025.

Pedro Batista – Coordenador Nacional de Direitos Humanos do PT

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