O Senado Federal aprovou, em sessão remota realizada no último sábado (02/05), um projeto de auxílio financeiro a estados e municípios para o enfrentamento da pandemia do coronavírus.
O Substitutivo ao PLP 39/2020 foi aprovado com 79 votos favoráveis e 1 voto contrário, restando rejeitado o PLP 149/19, que tinha o mesmo objetivo e já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados.
Ocorre que a equipe econômica do governo Bolsonaro, liderada pelo ministro ultraneoliberal Paulo Guedes, a partir da premissa de que os servidores públicos são “parasitas”, exigiu o congelamento dos salários dos servidores e a proibição da realização de concursos públicos, até 31 de dezembro de 2021, como “contrapartida” para aprovação do auxílio financeiro aos estados e municípios.
Um dia após o 1° de maio, a Bancada do PT no Senado Federal preferiu, mais uma vez, um péssimo acordo a uma boa briga, e votou a favor do conjunto da obra, sem fazer destaques para tentar impedir que a conta de uma crise criada e alimentada pelas elites golpistas, e agravada pela pandemia, seja paga pela classe trabalhadora.
Apenas profissionais da saúde e da segurança pública foram excetuados do ataque, e o único voto contrário, do senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), não foi acompanhado de destaques para levar a voto as divergências.
Os destaques teriam sido necessários, inclusive para poder denunciar a chantagem feita contra os setores populares, a saber: aproveitar a “ajuda” aos estados para prejudicar o funcionalismo, ao invés de taxar a banca financeira e os ricos.
A tendência petista Articulação de Esquerda considera que merece repúdio a decisão de não apresentar destaque, escolha feita pela Bancada do PT no Senado Federal, na mencionada sessão virtual, e convoca a militância petista e sindical à luta para derrotar esse retrocesso, uma vez que o projeto ainda será votado na Câmara dos Deputados.
A direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda
3 de maio de 2020