Por Valter Pomar (*)
O assunto “Alckmin na vice de Lula” segue rendendo.
Hoje Celso Rocha de Barros escreveu a respeito na Folha de S. Paulo. Noutro texto comentarei a respeito do que diz Barros, dando continuidade ao que escrevi aqui: https://pagina13.org.br/no-balaio-do-kotscho-tem-chuchu-podre/
A receita “Lula com chuchu” gerou diferentes reações na militância de esquerda.
Uma delas foi dizer que era fake news.
Quem diz isso desconsiderou duas coisas.
Primeiro, que as fake news causam dano político. Às vezes, causam mais dano do que notícia verdadeira.
Segundo, que em toda fake news pode ter uma ponta de verdade, como se pode ler aqui: https://www.dgabc.com.br/Noticia/3805989/marinho-admite-chance-de-chapa-entre-lula-e-alckmin
Outra reação foi achar que se tratava de um “plano genial” que nos garantiria derrotar Bolsonaro e Dória, elegendo Lula presidente e Haddad governador.
De fato é um plano “genial”, mas no mesmo sentido em que eram “geniais” a fórmula do elixir da vida eterna e a receita da transformação de bosta em ouro, coincidentemente dois marcos do alquimismo.
Afinal de contas, no papel todo plano pode parecer “genial”. Mas quando se analisam as variáveis do problema, a conclusão é: parece genial, mas é irrealizável; e mesmo que fosse realizável, seria imprestável.
Seja como for, a boataria sobre a vice (Alckmin é apenas um dos nomes lembrados) é uma confirmação por vias tortas de que tem gente caindo na real: a eleição presidencial não está ganha, muito antes pelo contrário. Mas confirma também que tem gente que não aprendeu nada, nem mesmo acerca do papel da traição na história.
(*) Valter Pomar é professor e membro do Diretório Nacional o PT