Por Hilton Faria da Silva (*)
No primeiro turno dessas eleições Lula ganhou no Tocantins com 50,4% dos votos válidos (434.303 votos), vencendo em 122 municípios. Ao mesmo tempo, a direita ganhou todos os demais cargos: governador, senadora, os oito deputados federais e os 24 deputados estaduais. O PT não conseguiu reeleger seu deputado federal Célio Moura e nem sua deputada estadual Amália Santana. Como se explica esse fato?
A compra de voto através de cargos nomeados pelo Governo do Estado e pelas prefeituras, além do pagamento em dinheiro vivo e combustível explicam a vitória da direita. Como disse Dom Paulo Evaristo Arns sobre a tortura: eu sei, tu sabes, eles sabem.
Mesmo com essa compra de votos descarada, Célio Moura conseguiu dobrar sua votação (de 18 mil para 36 mil) e o PT ampliou o voto de deputado federal de 44 mil em 2018 para 67.109 em 2022. Porém, para deputado estadual, o PT fez 41.384 votos, enquanto PV e PCdoB somaram pouco mais de 42 mil votos.
Paulo Mourão, nosso candidato a governador, fez 10,64% dos votos e ficou em terceiro lugar, demonstrando seu reconhecimento popular e que o PT pode ter candidato competitivo a governador. Vilela, nosso candidato a senador, fez 44.203 votos (5,64%), uma ótima votação.
A Federação PT, PV e PCdoB não agregou votos para deputado federal, pois PV e PCdoB somaram apenas 2,9 mil votos para esse cargo. Para deputado estadual, os deputados desses partidos buscaram apenas sua reeleição e não fizeram campanha nem para Lula, nem para Paulo Mourão e nem para os deputados federais da federação.
Como previmos, o quociente eleitoral para deputado federal iria crescer, pois Lula como candidato aumentaria a presença da população nas urnas. O quociente no Tocantins foi de 103.768 votos e pela nova lei eleitoral teriam direito a disputar as sobras o partido ou federação que fizesse o mínimo de 80% do quociente, ou seja, 83.014 votos. A Federação PT, PV e PC do B fez 70.023 votos. Portanto, faltaram 13 mil votos para a Federação.
Na lei eleitoral de 2018, concorriam todos os partidos ou coligações com sua votação. Portanto, o povo reelegeria Célio Moura naquelas regras e ele seria o sétimo eleito. Os partidos bolsonaristas mudaram a lei eleitoral para impedir a eleição de deputados do PT. Assim como Célio Moura, Rosa Neide do PT de Mato Grosso, Zé Ricardo do PT de Amazonas e outros do PT não conseguiram se reeleger com essa nova lei eleitoral.
Neste mandato, o deputado federal Célio Moura do PT defendeu os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, sendo o único do Tocantins com essa posição. Ele foi o único a votar contra a reforma da Previdência e as privatizações dos Correios e Eletrobrás, o único a defender a reforma agrária, os quilombolas e indígenas.
A nova bancada de deputados tocantinenses é toda formada por deputados de direita, sem nenhum compromisso com a classe trabalhadora e nem com o presidente Lula.
No segundo turno, vamos eleger Lula! Vamos fazer campanha conversando com o povo e virando votos pra Lula. A vitória será da classe trabalhadora!
(*) Hilton Faria da Silva é secretário de formação do PT/Tocantins