Por Marcel Frison (*)
Eduardo leite (PSDB), Onyx Lorenzoni (PL) e Edegar Pretto (PT)
Em primeiro lugar, devemos reconhecer que o fato de não conseguirmos levar o companheiro Edegar Pretto ao segundo turno reside, principalmente, nos nossos erros ao longo dos últimos 4 anos ao não conseguirmos impor uma oposição consistente ao governo Leite, nos erros do presente na condução da campanha, que demorou a assumir um posicionamento mais contundente, capaz de mobilizar as nossas bases sociais e políticas, entre outros elementos de avaliação, que pretendo aprofundar em outra oportunidade. O que interessa para o momento, é acertar no posicionamento a respeito do segundo turno para iniciar um processo de recuperação do campo de esquerda no Rio Grande.
Em segundo lugar, devemos ter um posicionamento extremamente politizado, buscando dialogar com os setores sociais que ficaram órfãos diante do resultado das urnas e mobilizá-los para o desafio principal que é vencer com Lula o segundo turno das eleições presidenciais.
Em terceiro lugar, é necessário compreender de que, nas suas formas “puras”, os dois “projetos” em disputa para o Piratini são idênticos, ou seja, não existe o pior (ou o menos pior) para o estado ou para o povo gaúcho. É urgente que as pessoas sejam alertadas de que a cantilena de Leite de ser contra a polarização, de que é democrático, de que vai governar para todos, entre outras, representam uma farsa.
E que a defesa dos interesses do povo gaúcho estará centrada na oposição que devemos liderar.
Isto posto, na minha opinião, existem dois posicionamentos possíveis, o voto nulo ou o voto em Leite, mediante condicionantes.
Estes condicionantes são as seguintes:
-Apoio ao Lula para a disputa presidencial;
-Suspensão de todas as iniciativas de privatizações, em especial, da Corsan e do Banrisul;
-Aumento real dos investimentos em saúde para 12% para receita liquida como preconiza a Constituição;
-Fim do Assistir, manutenção dos repasses para os hospitais públicos e reparação da injustiça em relação ao Hospital Centenário de São Leopoldo (que atende 18 municípios e é um problema estadual) que recebe ínfimos recursos para sua manutenção;
-Reposição das perdas do funcionalismo;
-Produção de um plano de combate à fome, com envolvimento da sociedade;
-Reajuste do salário mínimo regional;
-Produção de um plano de recuperação econômica do estado, com linhas de crédito subsidiado para as micro, pequenas e médias empresas e para a agricultura de pequeno e médio porte, vinculado à geração de empregos e produção de alimentos saudáveis.
Caso estas condições não sejam aceitas pelo Leite (que não serão) se tornarão as bases políticas para a indicação no voto nulo e de organização da oposição imediatamente.
Esta é a minha modesta contribuição ao debate.
(*) Marcel Frison é vereador em São Leopoldo