Por Walter Takemoto (*)
Vi um amigo e companheiro de luta, educação e arte anunciando sua desfiliação do PT.
E ouvi outras amigas e amigos dizendo que estão pensando em fazer o mesmo.
E o motivo qual é?
A decepção com as medidas adotadas pelo Rui Costa, que contrariam frontalmente o que o PT defende em seu programa e sempre defendeu ao longo da sua história.
Não estou falando do PT do Rui Costa ou seus iguais, que perderam o contato com o povo que cotidianamente luta pela sobrevivência, que sofre humilhações diante das filas ou do desprezo dos que possuem o poder econômico, ou que é vítima da violência do braço armado do estado.
Falo do PT que é representado por jovens, homens e mulheres, espalhados por esse país, lá na floresta, no sertão, nas vilas e favelas das periferias das cidades, que sem cargos ou promessas, saem as ruas para lutar por direitos, liberdade e democracia.
Falo do PT também de quem ajudou a criar esse partido e o dirigiu, como Chico Mendes, Olívio Dutra, Gushiken, Benedita da Silva, Florestan Fernandes, Skromov, Dona Marisa, Celso Daniel e tantos outros.
Ou dos que mesmo sem ser do PT por suas lutas abriram caminho para que o PT existisse, como Margarida Maria e Abdias Nascimento.
Não falo do PT de Rui Costa, que fere frontalmente o programa e a história de Luta do PT e seus militantes. Pois nesse momento em que enfrentamos um governo fascista e golpista, Rui deveria ser um exemplo de governo democrático e popular, do modo petista de governar, mas preferiu ser simpático aos setores conservadores e governar guiado por pesquisas de opinião.
O nosso PT não é o mesmo do Rui e seus iguais.
O nosso é o mesmo das milhares de pessoas, homens e mulheres, que lutam cotidianamente por direitos, liberdade e democracia. É o PT que se reconhece nas lutas do povo que sofre e luta pela sobrevivência, daqueles e daquelas que nas vilas, favelas, na floresta, no sertão, não precisam de cargos ou promessas para lutar por direitos e pelas causas justas.
É esse o nosso PT.
E é em defesa dele que nos opomos as medidas de Rui Costa, que estamos e sempre estaremos afirmando que o nosso lado é o dos trabalhadores, dos que sofrem o peso da violência do braço armado do estado (Cábula não esquecemos), das lutas sociais e populares.
E continuamos defendendo o nosso PT, que não é o dele.
Longa vida a luta da classe trabalhadora!
Por um partido e um governo dos trabalhadores!
(*) Walter Takemoto é militante petista em Salvador e pré-candidato a vereador