Lutar por Lula Livre é defender o país, defender nossos direitos e a classe trabalhadora. Por isso, a UNE deve adotar com centralidade máxima essa campanha. Afinal, defender Lula Livre é defender a UNE, e vice versa!
por Roberto Nery*
O papel das e dos estudantes brasileiros sempre foi de extrema importância. A experiência nos mostra que a juventude sempre foi ponta de lança na defesa dos direitos da classe trabalhadora e pela soberania nacional, cada vez mais atacados pelos setores reacionários do país. Com a eleição de Bolsonaro, a criminalização de Lula, do PT e das esquerdas tende a se intensificar, com uma caça à esquerda e encobrimento da corrupção da direita e seus aliados, por parte do Ministro da Justiça, Sérgio Moro e seus capachos.
Nesse sentido, é necessário centrar esforços para construção da unidade entre os setores democráticos e populares em enfrentamento aos ataques do (des)governo Bolsonaro aos direitos dos trabalhadores, à soberania nacional e às liberdades democráticas. Para isso, é preciso construirmos e prepararmos nossas organizações para que estejam a altura dos desafios que se apresentam. Assim, é preciso questionar se a UNE tem cumprido um papel satisfatório para impulsionar e organizar as e os estudantes nacionalmente.
A prisão de Lula representa a criminalização do conjunto da esquerda e de qualquer projeto democrático e popular e sinaliza que as classes dominantes pretendem destruir as condições para que qualquer alternativa de esquerda chegue ao governo e ao poder. Ou seja, lutar por LULA LIVRE é estratégico para a esquerda e para os movimentos populares. Portanto, a UNE, em coerência com sua história de luta pela democracia e pelos direitos no Brasil, deve assumir a bandeira LULA LIVRE como uma prioridade para o próximo período, encampando esta bandeira no diálogo com as e os estudantes. E como a UNE é um dos alvos da ofensiva de criminalização dos movimentos sociais pela extrema direita, defender a liberdade de Lula, também é defender a União Nacional dos Estudantes.
No último período, a UNE em poucos momentos priorizou a mobilização e as lutas massivas. Apesar do movimento estudantil resistir ativamente, tendo participado de várias atividades e da campanha presidencial em grande parte de forma espontânea, por fora da entidade, a UNE se encontra muito burocratizada e engabinetada, longe de ser enraizada a ponto das e dos estudantes se reconhecerem nela.
Também por isso hoje a entidade é atacada pela direita, no parlamento e nas ruas, com intenção de destruir uma organização que foi construída pelo sangue e suor de vários estudantes por mais de 80 anos. Assim, fazemos um chamado a todo movimento estudantil para construirmos uma nova realidade para nossa entidade, numa alternativa consequente de direção a política majoritária tocada hoje.
É preciso uma UNE PARA TEMPOS DE GUERRA!
Por uma UNE que mude sua estratégia de atuação, sendo presente na base do movimento estudantil e articulando toda sua rede, não somente em gabinetes e eventos institucionais, conciliando com aqueles que querem nos destruir. Por uma UNE que faça um balanço real do que foi suas últimas gestões e articulações, não que construa análises sem ser calcadas na realidade. Por uma UNE que esteja junto da classe trabalhadora nas ruas, junto às frentes e centrais sindicais, para criarmos as condições para enfrentar as ameaças legais e ilegais da extrema-direita, visando retomar as liberdades democráticas e a justiça social. Por uma UNE que amplie, organize, forme e mobilize a massa estudantil em torno da derrubada da reforma da previdência e da escola sem partido, por justiça a Marielle e por Lula Livre!
Rumo ao 57º Congresso da UNE!
UNE PARA TEMPOS DE GUERRA!
Viva a União Nacional dos Estudantes!
Lula Livre, Marielle Vive
*Roberto Nery é graduando em Ciências do Estado na UFMG e está como Diretor da UEE/MG e na Direção da JPT/MG