Por Valter Pomar (*)
Não há dúvida: eleger Boulos é fundamental.
E para isso o engajamento do PT deve seguir total.
Inclusive com recursos do Fundo Eleitoral.
Como, quando e quanto? Sobre isso, é normal existirem divergências.
E, havendo divergências, cabe às instâncias partidárias decidir.
No caso, cabe à direção partidária.
Hoje em dia, é muito fácil reunir a direção.
Votações importantes já foram feitas em grupo de zap.
Assim, não consigo entender por qual motivo ocorreu a situação relatada por Romenio Pereira, em carta por ele dirigida à executiva nacional do Partido.
Mas registro minha imensa preocupação com o motivo alegado, segundo a imprensa, por uma dirigente nacional: “Talvez tenha sido um erro esse atropelo, mas nós temos uma maioria consolidada no partido para aprovar esse repasse. Não ia mudar nada na essência”.
O método da maioria presumida já foi adotado no passado.
O resultado foi que decisões começaram a ser adotadas, sem que nem mesmo todos os integrantes da chamada maioria soubessem.
E isso contribuiu negativamente para crises que o Partido viveu no passado.
Portanto, o fato de que existe uma “maioria consolidada” não justifica o “atropelo” e pode provocar danos “na essência” da vida partidária.
Como diz o ditado, o combinado não sai caro.
(*) Valter Pomar é professor e membro do diretório nacional do PT