Por Valter Pomar (*)
A taxa básica de juros subiu de novo, de 14,25% para 14,75%.
Os efeitos econômicos serão os de sempre: desastrosos.
Já os efeitos políticos dependerão, entre outras variáveis, da resposta a uma pergunta simples: era inevitável?
Se era inevitável aumentar a já absurda taxa de juros, sugiro então trocar a diretoria do BC por um algoritmo: doeria tanto quanto mas pelo menos sairia mais barato.
Mas se o aumento não era inevitável, decorre daí que substituir Campos Neto por Galípolo foi, nesse quesito, trocar seis por meia dúzia: o BC segue sob domínio da especulação.
Não era essa a expectativa de muitas pessoas, quando Galípolo foi escolhido por Lula.
Algumas destas pessoas devem estar se perguntando: o atual presidente do BC enganou o presidente da República? Ou Galípolo avisou que poderia fazer o que está fazendo e foi escolhido assim mesmo?
Da minha parte não me surpreendo com o que está ocorrendo. Afinal Galípolo é dos que acreditam que a “democracia deve caber dentro da regra econômica”.
A frase está citada aqui:
https://valterpomar.blogspot.
Seja como for, a situação é intragável para quem defende ampliar para valer os investimentos públicos: juros altos e déficit zero não rimam com as necessidades urgentes da classe trabalhadora e do desenvolvimento nacional.
Espero que Lula volte de Moscou disposto a escapar do calabouço em que nos meteram.
(*) Valter Pomar é professor e membro do diretório naciona do PT