Grupo de trabalho eleitoral prioriza diagnóstico e orientação nas maiores cidades

Natália Sena, uma das integrantes da executiva nacional do PT que se dedica ao suporte para municípios com mais de 200 mil eleitores, explica ao Página 13 os objetivos e funcionamento do GTE, além das dificuldades advindas da federação.

Página 13 – Como funciona e quem integra o grupo de trabalho eleitoral criado pelo diretório nacional do PT?

Natália Sena – O grupo de trabalho eleitoral nacional é composto por Humberto Costa, que é seu coordenador geral, Gleisi Hoffmann, Sônia Braga, Jilmar Tatto, Gleide Andrade, Quaquá, Romênio Pereira, Joaquim Soriano, Henrique Fontana e Natália Sena, eu mesma, todos integrantes da executiva nacional do PT. Além disso, conta com participação das secretarias de mulheres e de combate ao racismo e com o apoio de advogados e funcionários do Partido. O GTE decidiu pelo acompanhamento das capitais e municípios com mais de 100 mil eleitores, com maior destaque para os que tem acima de 200 mil eleitores. Isso totaliza 213 municípios, que abarcam 50% do eleitorado nacional. A tarefa do grupo é se reunir com as direções estaduais e municipais dessas cidades, fazer um diagnóstico e orientar o partido nos municípios em relação a tática eleitoral, definição de candidaturas e formação de chapas proporcionais. O GTE não é uma instância deliberativa, é um grupo operacional que apoia o trabalho da executiva nacional no que diz respeito às eleições.

Em quantas cidades o PT está organizado no país? Teremos candidaturas a prefeito em todas elas?

Entre diretórios municipais e comissões provisórias, o PT está organizado em 4.065 dos 5.570 municípios, sendo a maioria de diretórios municipais (3.886). Não existe um balanço definitivo de quantas candidaturas a prefeito teremos, mas nas cidades que o GTE está acompanhando há 83 candidaturas definidas, 41 possibilidades de candidaturas, 40 apoios para “aliados” e 49 municípios em processo de decisão. De toda forma, é fato que o número total de candidaturas será bem menor que a totalidade dos municípios onde existimos com algum grau de organização.

Nas maiores cidades, onde há dois turnos, em quantas o PT terá candidatura? E nas capitais? Já sabemos quem são as candidaturas?

Não há definição exata de quais cidades terão candidatura própria do PT, ainda. Nas capitais, acredito que teremos entre dez e 13 candidaturas. Com definição de nomes e pré-campanha em curso, até onde posso afirmar, temos em sete capitais: Porto Alegre, Belo Horizonte, Vitória, Natal, Teresina, Goiânia e Campo Grande. Em outras, há indefinição interna sobre qual será a tática e/ou qual será a candidatura (em casos de definição por candidatura própria). Fortaleza, Manaus e Cuiabá são exemplos de capitais que estão nessa situação de indefinição sobre qual será a candidatura.

Fala-se muito das prefeituras, mas vocês do GTE estão acompanhando a eleição para as Câmaras Municipais?

A tarefa do GTE é acompanhar as eleições nas capitais e cidades acima de 100 mil eleitores, tanto a definição de tática para as majoritárias quanto para proporcional. A prioridade tem sido o debate em torno das definições majoritárias, especialmente nas cidades acima de 200 mil eleitores, mas há uma preocupação em que sejam formadas boas chapas para disputa de vereador e vereadora, especialmente nos locais onde não iremos estar presentes na disputa majoritária com chapa própria. Nesse cenário, se faz necessário um olhar para a situação da federação, janela partidária, filiações, o que está sendo feito principalmente pelas cidades e estados. É possível que situações e problemas com chapas proporcionais sejam levados ao GTE nacional, mas, por enquanto, não está acontecendo.

E o fundo eleitoral, já se sabe como será distribuído?

Deverá ser aprovada uma resolução no diretório nacional a respeito, e formado um grupo responsável por detalhar a distribuição dos recursos. Uma série de reuniões será deflagrada pela secretaria nacional de finanças, com os presidentes e secretários estaduais, com a bancada e com o próprio diretório nacional, no sentido de colher propostas para a construção dos critérios de distribuição.

 Por fim: e a Federação, ajuda ou atrapalha?

Acho que cria dificuldades, no que diz respeito a eleição municipal, especialmente na questão das chapas proporcionais. Por exemplo, como a filiação aos partidos é uma questão interna de cada partido, mas a definição das candidaturas é um assunto de competência da federação, há muitos problemas em curso sobre filiação para serem candidatas figuras que não possuem alinhamento programático com nosso projeto. Sobre isto, devem ser feitos os informes/recursos devidos para as direções estaduais e nacionais, de forma que o assunto da aprovação das chapas proporcionais seja debatido com política no comando.

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