Por Valter Pomar (*)
Foi com estas palavras que a presidenta nacional do PT, companheira Gleisi Hoffmann, definiu a decisão do Banco Central, de elevar a táxa básica de juros para 12,5%.
Detalhe: estão previstos mais dois aumentos. Se vierem, a taxa de juros poderia chegar a 14,25%.
Uma pergunta que não quer calar: por qual motivo a decisão foi unânime?
Aliás, de que adianta nomearmos diretores e indicarmos um novo presidente para o Banco Central, se na hora do vamos ver não existe nem mesmo um teatro que diferencie os “good cop” e os “bad cop”?
Repete-se, no Banco Central, algo parecido com o que já vimos, no passado recente, com as nomeações feitas para o Supremo Tribunal Federal.
Finalmente: fica mais uma vez comprovado que foi errada a tática de contemporizar com Bob Fields Neto.
Também estamos pagando muito caro pela definição, apoiada por Haddad e Tebet, da meta de inflação.
Sem falar no principal: está desmoralizada a crença de que uma política fiscal austera produziria uma política monetária decente.
Quanto mais a Fazenda dá, mais a banca exige, sem limites.
Tudo isto junto e misturado deveria levar o governo a mudar sua política econômica.
Ou, pelo menos, deveria levar todo o Partido dos Trabalhadores a comprar a briga. Por exemplo, não aceitando que se corte, inutilmente, na nossa própria carne, com medidas que afetam negativamente o salário mínimo, o BPC e outras políticas sociais.
(*) Valter Pomar é professor e membro do diretório nacional do PT
Uma resposta
Políticas, como essas, não ajudam a formar uma consciência transformadora. A Cidadania permanece com a sensação de que não é possível mudar.
Nossos agentes políticos precisam desenvolver políticas que beneficiem, sempre, aos trabalhadores e serem capazes de fazer o debate confrontando os direitos destes com os interesses dos ricos. Da forma, como está, fica tudo igual. Nada muda. Muito menos a consciência.