Por Fausto Antonio (*)
Epigrafia do Pato Amarelo de Troia na encruza eleitoral
Negrada,
Pato Amarelo, eco branco,
somente nas cabeças brancas.
Eco branco , negrada,
Só mente nas cabeças negras.
Fausto Antonio
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“A Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito” é, de acordo com a FIESP e a FEBRABAN, o retorno da terceira via. Para desmontar leituras ingênuas, é fundamental dizer que se trata, com signatários da burguesia, de uma Carta em defesa da frente ampla ou terceira via sem Lula, PT e o campo negro-popular.
Os golpistas querem ativar a Terceira Via ou a Frente Ampla? Sem dúvida, o objetivo é deixar aberta ou sedimentada a base para enfrentar Lula no primeiro e no segundo turno. No primeiro turno, o apoio recairá na candidata Simone Tebet; no segundo, no embate da esquerda versus extrema direita fascista, darão total apoio, é uma posição de classe e raça, ao bolsonarismo e a Bolsonaro.
Os golpistas não defendem a democracia; eles, FIESP e FEBRABAN, querem vitalizar e viabilizar a frente ampla ANTILULA E ANTIPT. O movimento está na contramão de Lula, do PT e do campo democrático negro-popular. O PSDB está na linha de frente do processo; o PMDB igualmente. Bolsonaro é, em concordância com o projeto golpista e do imperialismo, apenas um fantoche ou peça tática. O movimento pretende governar o país e à serviço dos privilégios dos banqueiros (FIESP e FEBRABAN); e há a ação direta dos imperialistas e golpistas sistêmicos dos EUA. O imperialismo está no comando.
Em termos mais precisos, a burguesia e o imperialismo, sob comando dos EUA e OTAN, querem governar a partir dessa frente ampla. A geopolítica e o desmonte dos BRICS são alvos ou amarras e, na mesma chave, há a captura e a entrega do território brasileiro e dos recursos existentes no solo e subsolo do país. É uma política do imperialismo e dos banqueiros brasileiros e/ou da burguesia empresarial branca, golpista, racista e apoiadora do golpe de 2016, isto é, de Bolsonaro e do bolsonarismo. Há alguma novidade no processo? Não! Assistimos ao filme no advento dos patos amarelos, das mobilizações pagas e/ou financiadas por banqueiros e pela nata da burguesia financeira no mensalão, golpe de 2016, prisão de Lula e eleição de 2018.
O filme será rebobinado e reapresentado para a disputa eleitoral e política de 2022. Quem assina ou assinará a carta, pato amarelo troiano e imperialista, assegurará os privilégios de classe e raça sintetizados pela nata da burguesia branca brasileira.
(*) Fausto Antonio – Escritor, poeta, dramaturgo e professor da Unilab – Malês – Bahia.