Por Marcos Jakoby (*)
Até há poucos meses, parcela enorme da esquerda dava como certa a prisão de Bolsonaro. Com a absolvição de Moro no TSE por unanimidade, nesta semana, no processo que poderia levar à cassação de seu mandato, agora revelam temor pela anistia de Bolsonaro. Diz-se que “é crucial alertar que a absolvição de Moro não deve se tornar o prenúncio de uma anistia para Jair Bolsonaro e todos os envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro”.
Convém lembrar que a própria inelegibilidade de Bolsonaro ainda pode ser revertida no STF e no TSE. É claro que muitos afirmam que isso é “algo muito remoto”. Pois é, a absolvição de Moro, ainda mais por unanimidade, também era para alguns. Havia até aqueles que ventilavam quem ocuparia a vaga de Moro no Senado.
Por isso, os que que têm no Judiciário “um guardião” da democracia, é bom colocarem as barbas de molho. Para outros, não chega a ser surpresa se a anistia e/ou reversão da inelegibilidade de Bolsonaro vier a acontecer, pois as posições da cúpula do judiciário e do bolsonarismo representam interesses e táticas de diferentes frações da classe dominante, que oram estão unificadas, ora estão em conflito e ora estão se tolerando, mas sempre combatendo juntas os interesses da classe trabalhadora. Seja no golpismo, que derrubou Dilma e prendeu ilegalmente e injustamente Lula – e o inabilitou para disputar as eleições de 2018-, seja no desmonte da legislação social e trabalhista ou seja na defesa de medidas neoliberais, eles estiveram ou estão juntos.
O antídoto é guarda alta e muita luta!
(*) Marcos Jakoby é professor e militante do PT