Por Beto Aguiar e Marcos Landa (*)
Foto: Jucelene Rocha / Rede Jubileu Sul Brasil – 5 de outubro de 2021, marcha dos movimentos populares, em Brasília (DF), para reivindicar a retomada dos programas
Desde 1986 a ONU definiu o dia 4 de outubro como dia internacional do Habitat, ou como chamamos no Brasil dia internacional dos Sem Teto. Desde esta data organizações internacionais saem às ruas em defesa do direito à dignidade no morar e a uma cidade inclusiva para as pessoas e não para o mercado.
Nos últimos anos, os seis movimentos que compõe a Articulação Nacional do Movimento Popular Urbano: CONAM- Confederação Nacional de Associações de Moradores, CMP- Central de Movimentos Populares, MLB- Movimento de Luta de Bairros e Favelas, MNLM- Movimento Nacional de Luta pela Moradia, MTD- Movimento de Trabalhadores por Direito e UNMP- União Nacional de luta pela Moradia, tem esta data como referência para realizar nossas ações, ora como jornadas Nacionais, ora como ações focadas, como a que realizamos nestes dia 2, 4 e 5 de outubro, promovendo a Jornada de Luta, pelo Fora Bolsonaro, contra os despejos, vacinação no braços e comida no prato, defesa de políticas públicas que venham promover o bem social a favor dos explorados e oprimidos.
Com essa compreensão política e tendo um sentimento de retorno às ruas de Brasília, após quase dois anos, de reencontrar a aguerrida militância de todo Brasil, de expressar de maneira prática e coletiva nossa indignação e nossa raiva e nosso repúdio a este projeto perverso que se apossou de nosso país. De apresentar as mazelas que nós os invisíveis das periferias estamos vivenciando.
Mazelas estas que expuseram milhões a morte pelo mau trato sanitário de seu povo por falta de um plano nacional de vacinação, pela sua conduta de negar a ciência, aplicando a imunidade de rebanho. Soma-se a isso a redução do auxilio emergencial no momento mais difícil da crise, incluindo hoje 19 milhões de Brasileiros no mapa da fome, um governo que vetou o projeto lei do Despejo Zero em plena pandemia.
Esta politica que destruiu a pauta urbana, que acabou com o Ministério que cuidava e dialogava com as cidades através do ConCidades, que revoga os subsídios para habitação essenciais para as famílias de baixa renda, que entregou o saneamento à iniciativa privada e que quer privatizar os bancos públicos.
Por isso, tomamos as ruas e acampamos na Frente do Ministério de Desenvolvimento Regional, do Ministério da Economia e da Caixa Econômica federal.
Tomamos as ruas também para acumular forças e buscar a unidade da esquerda, única forma de derrubar esse governo, desconstruir toda sua herança e retomar a construção de um Brasil onde as demandas e ansiedades da maioria da população possam ser visíveis. Fora Bolsonaro!
(*) Beto Aguiar e Marcos Landa são dirigentes do Movimento Nacional de Luta Pela Moradia