Por Rita Camacho (*)
Campo progressista unido e direita dividida. É esse o cenário eleitoral que poderá levar ao comando da capital potiguar Natália Bonavides, a melhor deputada federal do Rio Grande do Norte e a terceira melhor do Nordeste no Prêmio Congresso em Foco pelo júri popular este ano. Aos 36 anos, a advogada popular foi vereadora na cidade e está em seu segundo mandato na Câmara federal, para o qual foi a mais bem votada entre os eleitos no estado em 2022.
Além da Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PcdoB), uniram-se em torno da campanha de Natália à Prefeitura de Natal a federação PSOL-Rede; a UP; o MDB; o PSB; o PDT e o PRD. Seus oponentes são todos homens: Carlos Eduardo Alves, filho de uma das oligarquias locais, que já foi vice-prefeito e prefeito da cidade, e agora disputa o cargo pelo PSD; já Paulinho Freire (União Brasil) é o nome que tem o apoio do atual prefeito, o bolsonarista de carteirinha Álvaro Dias; o ex-deputado federal Rafael Motta (Avante), Nando Poeta (PSTU) e Hero (PRTB) correm por fora.
“Sim, vamos fazer diferente” é o slogan da campanha da coligação Natal merece mais. “Neste ano de 2024, Natal tem opção. A gente não tem que votar no mais ou menos, na mediocridade que deixou muito a desejar, nem no menos ruim. Nós podemos votar em quem tem toda energia e disposição para realizar a mudança que a nossa cidade precisa”, diz a candidata, que tem como vice na chapa o vereador Milklei Leite, presidente estadual do PV, com base eleitoral concentrada na zona Norte, a maior região da cidade.
“É um símbolo para evidenciar que a nossa candidatura e futura gestão vão dar prioridade à zona Norte, há anos esquecida pelas administrações medíocres dos grupos políticos que estiveram e estão na prefeitura até agora. Dialogamos com todos os partidos que estão conosco nessa campanha e a percepção do grupo é a mesma. Montamos uma chapa forte e que vai disputar para vencer as eleições deste ano”, afirma Natália.
A moralização e melhoria do transporte público; creche de qualidade para todas as crianças; infraestrutura turística que receba com dignidade turistas, visitantes locais e trabalhadores estão entre os compromissos de Natália.
A última vez que Natal teve um governante de perfil popular foi com Djalma Maranhão, nos anos 60. O prefeito foi cassado e morreu no exílio. A ocasião em que o PT chegou mais perto do Palácio Felipe Camarão, sede da Prefeitura, foi em 1996, com a então deputada estadual e atual governadora, Fátima Bezerra (PT), que perdeu a disputa em segundo turno, por três pontos percentuais, para Vilma de Faria.
Depois das quatro tentativas de Fátima Bezerra ao cargo de prefeita (1996, 2000, 2004 e 2008), outra vez o PT aposta numa mulher para a principal disputa municipal no estado. E as campeãs de votos não estão para brincadeira. A governadora eleita em primeiro turno para o segundo mandato e a deputada premiada já percorreram juntas a cidade em carreata pedindo voto no 13.
Enfrentar as forças de direita e extrema-direita numa das capitais mais bolsonaristas do Nordeste não será tarefa fácil, mas os ventos de Natal estão favoráveis à superação de décadas de abandono da cidade. Natália prefeita!
(*) Rita Camacho é jornalista e filiada ao PT.