Nota contra a demissão da professora Carmem Agá

Página 13 divulga nota de repúdio, assinada por Gabriel Araújo, contra a demissão da professora Carmen Agá da Faculdade  Católica Dom Orione, em Araguaína, no Tocantins

A Faculdade Católica Dom Orione, em 11 de agosto de 2022, demitiu a Professora Carmen Agá, por claros motivos de perseguição política, que já vem ocorrendo sistematicamente desde sua entrada na instituição. A gota d’água que fez intensificar a perseguição foi o lançamento da candidatura de Carmen ao Palácio do Araguaia pelo Partido da Causa Operária.

Carmen já foi perseguida por ser Dirigente do Movimento Nacional de Luta pela Moradia e do Partido dos Trabalhadores, quando era do diretório municipal deste último. Também sempre ocorreram tentativas de censura e silenciamento, em orientações de estágios, trabalhos de conclusão de curso, nos eventos acadêmicos e nos conteúdos das disciplinas. Acompanhei tudo isso sempre de muito perto. Eu mesmo fui alvo de censura em meio a um CineDebate no Novembro Negro de 2019, quando encerraram minha participação durante minha exposição sobre o filme Panteras Negras: Vanguarda da Revolução.

Quando Carmen estava organizando a população em situação de rua no município de Araguaína, a Prefeitura pressionou a faculdade a assediá-la moralmente, e inclusive aumentaram a ofensiva da Ocupação Zumbi dos Palmares, que nós coordenamos pelo MNLM.

O que a Faculdade Católica Dom Orione não esperava, era uma tamanha capilaridade da companheira Carmen, que diferente de professores pequeno burgueses, Carmen é uma líder operária. A demissão causou uma mobilização espontânea dos estudantes contra a demissão de Carmen e outros professores que possuem vinculação com a esquerda e o movimento popular, pelos trabalhos prestados pela elevação do grau de consciência política dos discentes e pela qualidade dos ensinamentos.

Que a burguesia, a pequena burguesia e o clero tremam diante da grandeza da companheira Carmen, porque sua capacidade de articulação, de organização e de mobilização, não se curva diante dos ditames de classes sociais completamente decadentes e descompromissadas com o rigor científico de transformação da realidade!

Gabriel Araújo
Dirigente da Executiva Nacional do Movimento Nacional de Luta pela Moradia e editor da Tribuna do Movimento

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